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Saiba quais vacinas as crianças devem tomar na volta às aulas

Saiba quais vacinas as crianças devem tomar na volta às aulas

A imunização infantil é a mais importante das etapas de vacina, isso porque, nesta fase, a criança está criando imunidade e começa a ter contato com possíveis agentes transmissores de doenças

Publicado em 12 de maio de 2021 às 17:04

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Criança tomando vacina
É fundamental que as crianças estejam com as vacinas em dia nessa volta às aulas presenciais. . ( Freepik )

As escolas com turmas de educação infantil e primeiro ciclo do ensino fundamental (1º ao 5º ano) no Espírito Santo, mesmo situadas em municípios de risco alto para a transmissão da Covid-19, retomaram as atividades presenciais na última segunda-feira (10). O segundo ciclo do fundamental e o ensino médio permanecem com o ensino remoto.

A retomada deverá ser feita com 50% de ocupação das salas de aula, assim como já ocorre nas cidades em risco moderado e baixo. "Essa faixa etária, de crianças até nove, 10 anos, equivale a 1,32% dos casos", ressaltou o governador Renato Casagrande. Com o retorno dos pequenos ao convívio social, e sem a vacina do coronavírus disponível para esta faixa etária, é importante que a carteira de vacinação esteja em dia, evitando que eles tenham outras doenças.

O pediatra Hamilton Robledo, da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, explica que há vacinas específicas para cada faixa etária e todas, menos a da gripe (que é realizada em períodos de campanha), ficam disponíveis durante todo o ano nos postos de saúde. "No período escolar, acontece aglomeração de crianças e adolescentes, aumentando risco para transmissão de vírus e bactérias. Quanto mais pessoas são imunizadas, mais são protegidas contra doenças e menor a chance de contaminar outras pessoas", ressalta. 

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No retorno às aulas, a caderneta de vacinação tem que estar em dia, inclusive com reforços (principalmente difteria, coqueluche, hemófilos, sarampo, caxumba, rubéola, varicela, paralisia infantil, tuberculose, hepatite A e B, rotavírus, pneumococo e meningite) e, também, contra a influenza (gripe)

Hamilton Robledo
Pediatra
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VACINAS EM DIA

A infectologista pediatra Rafaela Altoé de Lima explica que a vacinação é importante para evitar outras infecções além da Covid-19. "Não podemos abrir caminho para o surgimento de surtos que venham sobrecarregar ainda mais nosso sistemas de saúde", diz.

Rafaela Altoé de Lima, Infectologista Pediatra
A Infectologista pediatra Rafaela Altoé de Lima  fala da importância de estar com a vacinação em dia. (Rafaela Altoé de Lima)
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A vacinação é sempre importantíssima e, neste momento, com a necessidade das crianças retornarem às aulas presenciais, adoecer por doenças imunopreveníveis é atrasar ainda mais o desenvolvimento infantil

Rafaela Altoé de Lima
Infectologista pediatra
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Por isso, é fundamental que as crianças estejam com as vacinas em dia nessa volta às aulas presenciais. "A vacinação é sempre importantíssima e, neste momento, com a necessidade das crianças retornarem às aulas presenciais, adoecer por doenças imunopreveníveis é atrasar ainda mais o desenvolvimento infantil, com mais afastamentos escolares. Sem contar o risco de complicações ocasionadas pelas doenças e o risco de transmissão para outros", diz infectologista pediatra.

IMUNIZAÇÃO INFANTIL

O pediatra Hamilton Robledo conta que uma das principais formas eficazes de prevenção contra possíveis agentes bacterianos e virais é a vacinação. "Manter o calendário de vacinação atualizado irá fazer com que o organismo possa responder de forma positiva a esses agentes causadores da doença. A imunização infantil é a mais importante das etapas de vacina, isso porque nesta fase a criança está criando imunidade e começa a ter contato com possíveis agentes transmissores. Importante que os pais fiquem atentos ao cronograma de vacinas e que as doses sejam aplicadas corretamente e nas quantidades recomendadas".

Foi através das doses oferecidas pelo calendário nacional de vacinas do Brasil, que diversas doenças foram erradicadas no país como a poliomielite (paralisia infantil), e muitas tiveram reduzidos seus óbitos, como sarampo, difteria, coqueluche, tétano, varicela e meningite. O pediatra explica que caso ocorra algum atraso - por esquecimento ou porque naquela data a criança encontrava-se doente -  deve-se estabelecer imediatamente um cronograma para atualização das vacinas.

"O cronograma do calendário nacional de vacinas deve ser seguido corretamente, a vacinação se inicia logo ao nascimento, com a BCG (contra a tuberculose), a vacina da hepatite B e, depois, retomando dos 2 meses até os 5 anos de vida. Se ocorrer atrasos, ela deve ser retomada entre os intervalos das demais vacinas. O que não pode é exceder alguns prazos, por exemplo, a vacina do rotavírus não pode ser aplicada após 7 meses e 29 dias; a vacina da coqueluche não pode ser realizada após os 6 anos", diz Hamilton Robledo.

A infectologista pediatra Rafaela Altoé  conta que a orientação para as crianças doentes é aguardar a melhora clínica, para que não piore os sintomas presentes e não seja um fator de confusão diagnóstica. "O tempo depende de cada doença, por isso é importante a conversa com o pediatra". 

EFEITOS COLATERAIS

A vacina não apenas protege aqueles que a recebem, mas também ajuda a comunidade como um todo. Quanto mais pessoas forem imunizadas, menor é a chance de qualquer uma delas – vacinadas ou não – ficarem doentes. A pediatra Grazielle Grillo, da Unimed Sul Capixaba, conta que a maioria dos efeitos colaterais das vacinas são brandos e ocorrem pelo estímulo à produção de anticorpos e defesa do organismo. "Algumas reações comuns são dores no corpo e febre. Geralmente, esses incômodos são transitórios e não fazem mal. Caso estas reações apareçam, pode-se fazer o uso de analgésicos antipiréticos. No entanto, não devemos fazer o uso dessas medicações antes da vacinação", ressalta.

Grazielle Grillo
A pediatra Grazielle Grillo fala da importância de estar com a vacinação em dia. (Grazielle Grillo)
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Algumas reações comuns são dores no corpo e febre. Geralmente, esses incômodos são transitórios e não fazem mal

Grazielle Grillo
Pediatra
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A médica conta que, de acordo com o Ministério da Saúde, os principais casos em que a vacinação é contraindicada em crianças, incluem: ter tido reação alérgica grave a uma dose anterior da mesma vacina; apresentar alergia comprovada a algum dos componentes da fórmula da vacina, como a proteína do ovo; apresentar febre acima de 38,5ºC; estar fazendo algum tratamento que afete o sistema imune, como quimioterapia ou radioterapia; estar fazendo tratamento com doses elevadas de corticoides para imunossupressão; e ter algum tipo de câncer.

"Na maioria das situações, como no caso de uso de corticoide e febre, a vacinação é contraindicada temporariamente. Assim que o pediatra liberar, a criança poderá vacinar", diz. 

VACINAS

  • AS VACINAS QUE AS CRIANÇAS, EM IDADE ESCOLAR, DEVEM ESTAR TOMANDO SEGUNDO O PNI*
  • 3 doses da vacina contra hepatite B
  • 1 dose da hepatite A aos 15 meses
  • 5 doses da tríplice bacteriana, que previnem contra difteria, tétano e pertússis (3 realizadas no primeiro ano de vida, com 2 doses de reforço, uma aos 5 anos e outra aos 10 anos)
  • 4 doses da proteção contra haemophilus influenzae B, que já foi um importante responsável por casos de meningite (3 doses no primeiro ano de vida e um reforço aos 18 meses)
  •  5 doses da vacina contra poliomielite (3 doses no primeiro ano de vida e 2 reforços)
  • Vacina pneumocócica conjugada, que protegem contra pneumonia, meningite e otite (duas doses da VPC10 aos 2 e 4 meses de vida, com reforço aos 12 meses)
  •  Vacina meningocócica C conjugada aos 3 e 5 meses de vida(com dois reforços: entre 5 e 6 e aos 11 anos)
  • Vacina de gripe, feitas anualmente
  • Febre-amarela aos 9 meses e aos 4 anos
  • 2 doses da tríplice viral (protegendo contra sarampo, caxumba e rubéola)
  • Vacina varicela para evitar a catapora
  • 2 doses da vacina de HPV (duas doses para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos), excelente proteção contra cânceres em meninas e meninos.

  • *PNI - Plano Nacional de Imunização

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