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Chegou a hora de se despedir do pet. E agora?

Chegou a hora de se despedir do pet. E agora?

Muita gente que tem animal de estimação sofre com essa dúvida. Mas há opções no Estado para dar um destino digno ao pet, que é praticamente um membro da família

Publicado em 21 de março de 2019 às 18:35

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Muita gente que tem animal de estimação sofre com essa dúvida. Mas há opções no Estado para dar um destino digno ao pet, que é praticamente um membro da família. (Arquivo Pessoal )

Tenho uma gatinha, a Frida, que já está com 14 anos. Portanto, é considerada idosa. E não tem um dia sequer – principalmente nos últimos tempos, quando ela andou ficando doente – que eu não pense no momento da despedida. Isso me dá uma dor tão grande no coração, que meus olhos se enchem d’água. Só quem tem um animal de estimação é capaz de entender essa relação. Para nós, eles são filhos de quatro patas. E saber que um dia teremos que deixá-los ir embora é muito dolorido. E agora, diante dos últimos acontecimentos com a Frida, venho me perguntando como fazer na hora que ela se for, porque quero dar um destino digno a minha mascote.

A psicóloga Mariana Pahins Lyrio Nunes, que já perdeu sua gatinha Penélope, explica que o sofrimento pela perda de um animal é singular e, portanto, vivenciado por cada pessoa de forma distinta. “Alguns optam pela negação e preferem evitar o contato com a perda. Outros vivem esse momento com mais intensidade, podendo até desencadear depressão, ansiedade, solidão, culpa, entre outros sintomas. É importante lembrar que embora, hoje, o animal seja tratado como membro da família, ainda existe muito preconceito em aceitar que alguém sofra pela morte de seu bichinho e, por conta disso, muitas pessoas podem sentir-se pressionadas nesse momento”, explica.

Mariana lembra que não estava preparada para perder a Penélope, que tinha cerca de 13 anos, embora ela estivesse doente. “Sei que foi o melhor para ela, e que fizemos o possível para curá-la. Mas a saudade é enorme”, ressalta. Mesmo diante do momento delicado, de dor, Marina sabia que queria dar um destino digno a sua gatinha, foi quando ficou sabendo do Céu de Patas, o único crematório para pets no Espírito Santo.

“Foi incrível. Lidar com a dor do outro é muito difícil e em todo momento eles foram empáticos, me apoiaram e respeitaram meu sofrimento. Não tenho palavras para agradecê-los. Tenho certeza que escolhi o melhor lugar para me despedir da Penélope”, lembra.

Wesley, do crematório Céu de Patas: "Fazemos o que chamamos de acolhimento do luto. Esse momento de perda é muito delicado". (Vitor Jubini)

Acolhimento

O empresário Wesley Bastos de Souza, proprietário do Céu de Patas, explica que o crematório, que fica na Serra – e em breve também terá uma filial em Vila Velha – é a melhor opção para dar uma destinação digna e sustentável após a morte do pet.

“Esse momento de perda é muito delicado. Sabemos que os bichinhos são como membros da família, existe uma afinidade imensa entre o dono e o animal. Por isso, fazemos o que chamamos de ‘acolhimento do luto’”, ressalta.

Segundo ele, tudo começa com a ligação informando sobre a perda do animal e do local onde ele se encontra. “A gente faz a remoção do corpo do pet, traz para o Céu de Patas. Essa hora é difícil, é necessário muita sensibilidade”, explica.

O que vai acontecer após a chegada do corpo do animal ao crematório depende de cada família. A maioria opta pelo velório antes da cremação. Ele é escovado e colocado em uma sala aconchegante, dentro de uma caixinha, sobre uma mesa, com tecido de cetim e travesseiro apoiando a cabeça. É comum, também, colocar no local a foto do animal. Em caso de ter algum membro da família fora de Vitória, é possível conservar o bichinho até 30 dias.

As cremações são realizadas somente às quintas-feiras. Depois, as cinzas são colocadas em uma urna lacrada, com os dados do pet, nome, data de nascimento e morte. A pessoa recebe um certificado de cremação.

Souza explica, ainda, que nem sempre o dono do animal está preparado para levar a urna para a casa naquele momento. “Então, ele deixa no ‘Hall de Memórias’. Até 30 dias não tem custo, mas depois é cobrada uma taxa mensal. Fica lá o tempo que a pessoa quiser. Ela vai, então, fazendo visitas, até se sentir emocionalmente bem e conseguir levar a urna finalmente para sua residência”.

Existe a urna padrão e outras, como a de mármore de carrara, por exemplo. “Temos também uma opção ecológica, biodegradável, um xaxim com sementes de plantas. A pessoa chega em casa, coloca um pouco das cinzas, que é mineral e não faz mal ao meio ambiente, e planta em um lugar onde tenha terra. É o pet renascendo através de uma flor, uma releitura da morte”.

É importante lembrar, diz Souza, que enterrar o pet de forma inadequada, e em qualquer lugar, pode contaminar o solo. “Por isso, a destinação correta faz toda a diferença. Além, claro, de todo o lado sentimental”, conclui.

A dona de casa Renata Cristina de Figueiredo Cheres também usou os serviços do crematório quando perdeu sua cachorrinha Life, uma yorkshire de 16 anos.

“Ela teve câncer e estava sofrendo muito. Foi uma decisão muito difícil, mas no final tivemos que recorrer à eutanásia, não queríamos vê-la mais naquela dor sem tamanho. Foi um dos piores momentos da minha vida”, lembra.

“Eu optei pelo velório, é muito triste, mas a gente se sente confortável, acolhida, em paz. Ficamos 20 minutos com ela, e esse momento foi muito importante, Depois ela seguiu para a cremação, essa parte é mais complicada, um turbilhão de sentimentos, mas sei que ela teve o tratamento que merecia”.

Agora, segundo Renata, resta a saudade imensa. “Eu cantava para ela aquela música do Roberto Carlos, ‘Tenho tanto para lhe falar...’, e ela ficava lá me olhando com aqueles olhinhos meigos. Eu não gosto de tirar fotos, a única que tenho com ela foi feita na clínica. Virou um quadro, que está no meu quarto, com um pedaço dessa música”.

Quem não quiser recorrer à cremação do animal, tem a opção de enterrá-lo no Cemitério Arca de Noé. A empresária Lorena Kelly dos Santos, dona do local, explica que eles também fazem a remoção do animal. E se a pessoa quiser fazer o velório, o pet é colocado numa cestinha, com uma foto.

“O túmulo é feito com laje, grama por cima, e a lápide com granito, com o nome, a data de nascimento e de falecimento”.

A dona de casa Sandra Vello usou os serviços do cemitério quando o seu gatinho, Minsk, de 14 anos, morreu.

Segundo Sandra, quando Minsk foi ficando velhinho, a preocupação de como seria na hora da despedida, como iria enterrá-lo, foi aumentando, até que um dia viu uma propaganda do cemitério e percebeu que ali seria um bom lugar.

“Quando ele se foi, eu mesma o levei até o cemitério. Lá tem uma capelinha de São Francisco de Assis, linda. Senti paz no coração. O enterro é igual ao dos humanos. Hoje, quando vou visitá-lo, sempre e levo alguma coisa. Sei que ele está bem”.

No Cemitério Arca de Noé, o enterro é igual ao de humanos. (Bernardo Coutinho )

Crematório Céu de Patas

 Cremação de todos os tipos de animais, coelhos, calopsitas, gatos, cachorros e outros.

Cremação compartilhada: inclui a remoção na casa do cliente ou na clínica, com 200 quilômetros livres, sala de despedida

e cremação compartilhada (junto de outros animais). Entrega em casa o Certificado de Cremação. Preço:

R$ 650.

Cremação individual: inclui a remoção na casa do cliente ou na clínica, com 200 quilômetros livres, sala de despedida e cremação individual (o pet é cremado sozinho). Entrega em casa a urna personalizada com as cinzas do animal e o Certificado de Cremação. Preço: R$ 990.

Plano preventivo: A pessoa paga

R$ 1.100 em 10 parcelas sem juros e quando necessitar poderá utilizar todo o serviço.

Telefone: (27) 3140-2000

Cemitério Arca de Noé

O enterro custa R$ 650.

A anuidade sai por R$ 65.

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Telefone: (27) 3328-6046 ou (27) 99837-2455

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