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Casa arrumada: novos estudos mostram que faxina faz bem para a saúde

Casa arrumada: novos estudos mostram que faxina faz bem para a saúde

Especialistas explicam que a organização externa caminha com a organização mental. Um ambiente organizado não só gera uma maior capacidade de organização mental, quanto de saúde e equilíbrio emocional

Publicado em 7 de outubro de 2021 às 14:00

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Mulher arrumando a casa
Pesquisa da Universidade de New South Wales indica que cozinhas desorganizadas e com coisas para limpar levaram as pessoas a se descontrolarem com a comida. (Freepik)

Você já sabe. Uma casa arruma traz inúmeros benefícios para a vida, entre eles a sensação de bem-estar. Nada como circular pelos cômodos e vê-los todos arrumados e cheirosos. Agora, estudos mostram que arrumar e limpar a casa pode manter a mente saudável. Ou seja, faz bem para a saúde.

Estudo da Universidade da Califórnia publicado no Jornal de Personalidade e Psicologia Social com casais com filhos mostra que as mulheres que afirmam ter uma casa suja e bagunçada têm níveis aumentados de cortisol, o hormônio do estresse. Nos que não percebiam a desordem, grupo que inclui a maioria dos homens, os níveis do hormônio caíam ao longo do dia.

Uma outra pesquisa, da Universidade de New South Wales, na Austrália, que saiu na publicação científica Ambiente e Comportamento indica que cozinhas desorganizadas e com coisas para limpar levaram as pessoas a se descontrolarem com a comida —passaram a comer mais.

EQUILÍBRIO EMOCIONAL

A psicóloga Milena Careta explica que uma casa desorganizada realmente pode causar estresse na vida da pessoa. "A organização externa caminha com a organização mental. Um ambiente organizado não só gera uma maior capacidade de organização mental, quanto de saúde e equilíbrio emocional", diz.

Para ela, o estresse ocasionado pela falta de organização física pode gerar descuido com a própria imagem, incluindo alimentação e desleixo, e também problemas alérgicos. "Emocionalmente pode gerar compulsões na busca de prazeres, como em compras ou em guardar coisas, que causa um adoecimento ainda mais grave. Tendo como possível decorrência ansiedade, que pode evoluir para um quadro depressivo", explica Milena Careta.

Mas é preciso uma atenção e nada de exageros. Os excessos são inimigos do bem-estar. Tanto a limpeza exagerada pode ser um sintoma do Transtorno Compulsivo Obsessivo, quanto a bagunça e coleção de coisas podem ser alerta para o Transtorno Acumulativo. "Esses adoecimentos emocionais são sorrateiros, começam de forma leve, e não identificados no início tendem a gerar compulsões 'diversas', não é necessariamente uma em específico", conta a psicóloga.

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O equilíbrio deve ser construído em pequenas atitudes diárias, como organização de agenda real, o que realmente é possível fazer, na consideração do corpo como algo vivo e não uma máquina

Milena Careta
Psicóloga
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DESPRENDIMENTO

O psiquiatra Rodrigo Eustáquio, da Green House Psiquiatria, também concorda que uma casa limpa faz bem para a saúde física e mental. O médico conta que a desorganização pode ser reflexo do próprio pensamento do morador ou algo emocional. "Alguns quadros psicóticos e até mesmo a depressão pode levar a desorganização na rotina e na própria casa. Da mesma maneira, um lar desorganizado pode aumentar sintomas de estresse, dificuldades na alimentação, nos relacionamentos e até na hora de dormir".

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Uma casa desorganizada pode levar o sentimento da pessoa ter menos controle dos ambientes, levando a quadros maiores de ansiedade e sintomas depressivos

Rodrigo Eustáquio
Psiquiatra
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A limpeza também pode trazer a sensação de desprendimento. Limpar e arrumar as próprias coisas e se desfazer do que não serve mais, aciona lembranças afetivas e ajuda na tomada de decisões e a aceitar o novo. "Se prender excessivamente a objetos ocasiona muito sofrimento para a pessoa. Objetos perecíveis, que podem estragar com o tempo, pode ocasionar abalos emocionais se der um valor excessivo a ele. É importante desfazer dos objetos que não tem mais utilidade para adaptação ao novo. Isso ajuda a lidar com as mudanças da rotina e menor sofrimento físico e mental", explica  Rodrigo Eustáquio.

Com a casa arrumada e a saúde em dia, é preciso cuidado apenas com o perfeccionismo na limpeza. "Os excessos são sempre geradores de estresse e adoecedores. O perfeccionismo tende a gerar compulsão por limpeza, limitação em outras formas de prazer, estresse e um aumento considerável da ansiedade que acaba gerando uma insatisfação que repercute nas diversas áreas da vida da pessoa", diz Milena Careta. 

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