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A moda é dar presentes personalizados, como objetos ou experiências

A moda é dar presentes personalizados, como objetos ou experiências

Para fugir do óbvio e ficar para sempre na lembrança

Publicado em 23 de fevereiro de 2018 às 16:52

Aline (à direita) e Livia (à esquerda) encomendaram um prato decorativo da designer Aline Carneiro para presentear a amiga Mariana (ao centro) Crédito: Vitor Jubini

Você provavelmente é uma das milhares de pessoas que já ficou decepcionado quando abriu um presente e viu que tinha acabado de ganhar um par de meias. Ou quem sabe aquele pijaminha básico com pantufas? A boa notícia é que chegamos em 2018 com uma nova tendência para o ato de presentear. O “must” do momento é surpreender com presentes personalizados ou experiências. 

O que acharia de passar por uma experiência que sempre sonhou e que é a sua cara.  Varejão e Vilmara  Ou ganhar um presente de alguém que pensou com carinho em algo para te surpreendera mais valiosa do que isso?

Lembra-se do famoso “hand made”? A diferença, aqui, é que, no caso dos presentes personalizados, quem está botando a mão na massa são artistas. E, no caso das experiências, há uma empresa focada exatamente nisso.

Prato

Pensando no que daria de presente para a amiga, que tinha comprado um apartamento novo, a arquiteta Aline Stefanon, 38, e a analista jurídica Livia Paraiso, 37, resolveram encomendar um prato decorativo da arquiteta e designer Aline Carneiro. “Nós queríamos dar um presente exclusivo, algo que ficasse marcado para família. E ficamos muitos felizes com o resultado. Ninguém vai conseguir um igual, em lugar nenhum do mundo. É uma lembrança pra vida”, disse Aline.

Pra poder dar um presente que fosse a cara da arquiteta Mariana Teixeira, tanto Aline quanto Livia fizeram ligações, fazendo diversas perguntas, como por exemplo: “O que você gosta de fazer?”, “Para qual time de fultebol vocês torcem?...”

Mariana ficou desconfiada, já que não sabia o porquê de tantas perguntas, mas após a entrega do presente – o que ocorreu em um jantar -, ficou emocionada. “Eu não esperava, foi um presente especial, a artista nos representou muito bem”, conta.

Em 2012, durante sua primeira exposição da Casa Cor, a arquiteta – e hoje também artista plástica – Aline Carneiro fez uma pintura no porcelanato em um painel decorativo, no qual contava a história da moda. E a partir deste ano começou sua carreira de forma profissional. “Antes eram pinturas mais simples e minimalistas, hoje são mais ricas em detalhes, você vai se aperfeiçoando, se inspirando em artistas e em outros trabalhos”, explica ela, acrescentando que foi desenvolvendo uma maturidade para poder ter a sensibilidade de captar o que as pessoas querem. “Acho que o valor sentimental está mais em alta, as pessoas querem dar um presente diferenciado. Algo marcante que mexa com o sentido e com a sensibilidade do outro.”

Porcelana

Para fazer as peças personalizadas, Aline usa pratos e vasos de porcelana e uma caneta que vai ao forno caseiro. As peças demoram em média dois meses para ficarem prontas. E a novidade para este ano são quadros personalizados.

Topo de bolo

Após ver sua amiga Sara desesperada por um topo de bolo, a psicóloga Carol Biassuti encomendou uma escultura da artista plástica Maíra Amaral. Crédito: Marcelo Prest

Após ver a amiga desesperada por um topo de bolo, a psicologa Carol Biassuti encomendou uma escultura da artista plástica Maíra Amaral. O presente foi dado no dia do aniversário da sua amiga, que aconteceu um mês antes do casamento. “Eu era madrinha de casamento e, por nós sermos muito próximas, já sabia como ela se sentiria. Fiquei até com o coração mais tranquilo porque sabia que era iria adorar. Tudo isso é questão de vínculo”, explica.

E Clara realmente arrasou. Sara Casteluber, a presenteada, amou o presente, que foi o xodó da festa de casamento. “Teve até um momento que ele desapareceu e eu fiquei preocupada. Mas minha tia tinha guardado pra não sumir, o que deu um pequeno susto na gente”, lembrou. “Me senti querida, já que a pessoa pensou tanto em mim quanto no meu marido.”

Cerâmica

Para desconstruir a estética clássica, Maíra Amaral teve que passar por um processo, desenhando, pesquisando e pintando. Só depois conseguiu o que queria: um trabalho tridimensional com seus traços. "Fiquei fazendo uns trabalhos que não tinham face, só corpo, porque eu não gostava daquela coisa clássica. Só fazia peças artísticas, utilizando personagens de livros e filmes”.

Hoje, tudo mudou e os trabalhos personalizados são superprocurados. “Comecei com topos de bolo mesmo e fui evoluindo para bonecos de cerâmicas de namorados até chegar em famílias. Pego características e trago para minha arte, tenho o meu traço".

Argila

Para fazer as esculturas, Maíra utiliza argila, depois ela coloca no processo de secagem e põe no forno em 1.200 graus. Este período dura em média 24 horas. Mas o resultado da obra depende de sua inspiração, ela pede que o pedido tenha um mês de antecedência.

Memória de presente

Uma das pessoas que optaram por presentear o parceiro com uma experiência foi a professora, Jucélia Azevedo. "Era para o Dia dos Pais, e acabei escolhendo um rapel para ele e um amigo. Adorei dar este tipo de presente porque consegui surpreendê-lo".

Fabio Teixeira, o presenteado, adorou. “Achei interessante e diferente. Não esperava este tipo de presente, você nunca imagina que será presenteado dessa forma", conta.

O rapel e outros presentes pra ficar na memória estão no leque de opções da empresa Fora da Caixa. Ela oferece aula de Palhaço, de Fotografia, Surfe, Tirolesa, Passeio de Escuna, dentre muitas outras atividades pra ficar na memória.

As responsáveis pela ideia são as psicólogas Ana Paula Brumatt e Rubinele Pimenta. “Criamos o Fora da Caixa em junho passado. Queríamos algo diferente, que ficasse. Pensamos em três tipos de experiências que poderiam se enquadrar no perfil das pessoas. Mas também surgem ideias pra gente aprimorar", informou a Ana Paula.

O Fora da Caixa oferece duas categorias de produtos: as oficinas, voltadas para o público infantil e os presentes personalizados. Para o presente personalizado, a pessoa que quer contratar o serviço entra em contato com a empresa e descreve o perfil da pessoa que quiser presentear. E após escolher a experiência, o presenteado recebe em casa uma caixa com um voucher dizendo qual é o presente.

Experiência circense

A psicóloga Giovana Boni, mãe de Arthur, 7 anos, e Heitor, 5, decidiu investir em um presente-experiência. "Hoje em dia as crianças ganham um presente, brincam um pouquinho com ele e depois largam de lado. Não queria isso." Crédito: Vitor Jubini

A psicóloga Giovana Boni, mãe de Arthur, 7 anos, e Heitor, 5, também decidiu investir em um presente-experiência, já que não queria nada convencional. “Hoje em dia as crianças ganham um presente, brincam um pouquinho com ele e depois largam de lado. Não queria isso”, explicou.

Ela presenteou os filhos e mais dois amigos deles com uma oficina de tecido acrobático, algo usado em ambientes circenses. “Este tipo de presente, esta experiência que eles vivenciaram, não será esquecida jamais. Além disso vão usar o que aprenderam nas atividades do dia a dia”.

Arthur e Heitor gostaram tanto do presente que não queriam ir embora pra casa. “Aprendi pirueta, balançar na corda, foi muito legal, uma aventura”, disse Arthur.

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