Cena de 'Limiar', de Coracy Ruiz, uma das produções que serão exibidas no 28º Festival de Cinema de Vitória
Cena de "Limiar", de Coracy Ruiz, uma das produções que serão exibidas no 28º Festival de Cinema de Vitória . Crédito: Divulgação/Festival de Vitória

Festival de Vitória: o reencontro presencial com o cinema brasileiro atual

Com uma programação que apresenta um recorte potente da nova safra de filmes brasileiros, o festival que começa nesta terça-feira (21) é uma oportunidade de o público conferir o talento de nossas diretoras e diretores

Tempo de leitura: 3min
Publicado em 21/06/2022 às 02h00
  • Lucia Caus

    É diretora do Festival de Cinema de Vitória

Ao longo de quase três décadas, o Festival de Cinema de Vitória manteve seu dinamismo e atualidade, pois esteve sempre atento às modificações incorporadas pelo cinema advindas tanto das novas tecnologias quanto das demandas sócio-políticas que pautam o fazer audiovisual contemporâneo. Tudo isso foi feito a serviço de um cinema mais plural, o que nos enche de orgulho ao assistirmos a essas transformações na telona.

Esse reflexo ganha um olhar especial quando se comemora, no dia 19 de junho, o Dia do Cinema Brasileiro. A produção brasileira é, desde sempre, original, estimulante e criativa. A história audiovisual brasileira foi construída com a originalidade e o talento de inúmeros profissionais ao longo de mais de um século. Gostaria de aproveitar a data para destacar a produção recente realizada por mulheres.

Somente nas últimas duas edições do festival foram exibidos, entre longas e curtas-metragens, dezenas de produções dirigidas ou codirigidas por mulheres. Como produtora audiovisual percebo que, quando mulheres comandam o set, a pluralidade de narrativas e olhares invadem a produção e as salas de cinema.

Isso fica evidente quando observamos alguns dos filmes dirigidos por mulheres que serão exibidos na programação do 28º Festival de Cinema de Vitória - Reencontro. Produções como as ficções "O Peixe", de Natasha Jascalevich, e "Mulher Oceano", de Djin Sganzerla, apresentam um olhar muito peculiar sobre o universo feminino.

Outros trabalhos partem de questões pessoais para jogarem luz sobre assuntos que pautam o mundo na atualidade, como nos documentários "Limiar", de Coraci Ruiz, em que acompanhamos a experiência de transição de gênero do filho da realizadora; e o curta-metragem "Utopia", de Rayane Penha, que investiga a busca de uma filha por histórias vividas pelo pai que faleceu no garimpo. Além da ode ao amor em "Espero que Esta te Encontre e que Estejas Bem", de Natara Ney, sobre a troca de correspondência de um casal nos anos de 1950.

Outro destaque recente da produção audiovisual brasileira, que não será exibido no 28º FCV-Reencontro, mas me impressionou profundamente, é o longa-metragem "Carro Rei", de Renata Pinheiro. O filme, que conta a história de um jovem que tem o dom de se comunicar com carros, aborda assuntos como fake news e o descaso com o meio ambiente em um trabalho esteticamente original, com uma explosão de luzes, cores e criatividade.

Já que estamos falando de cinema brasileiro, e da potência criativa de quem o produz, aproveito para convidá-los para o 28º Festival de Cinema de Vitória - Reencontro, que acontece de 21 a 25 de junho, com exibições no Centro Cultural Sesc Glória. Com uma programação que apresenta um recorte potente da nova safra de filmes brasileiros, o festival é uma oportunidade de o público conferir o talento de nossas diretoras e diretores e a força do cinema produzido no Brasil contemporâneo.

Após dois anos de realização no formato virtual e remoto, esta edição especial do Festival de Cinema de Vitória também marca a retomada das exibições presenciais desse encontro anual do público capixaba com as mais recentes produções cinematográficas brasileiras.

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