Publicado em 29 de agosto de 2025 às 14:25
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, cancelou a proteção do Serviço Secreto para Kamala Harris, que havia sido estendida por Joe Biden antes de deixar o cargo, segundo um de seus assessores.>
Como ex-vice-presidente, Harris tinha direito, por lei, a receber seis meses de segurança após deixar o cargo em janeiro, período que venceria em julho.>
Sua proteção havia sido silenciosamente prorrogada por mais um ano por uma diretriz assinada por seu ex-chefe, mas foi revogada por Trump em um memorando datado desta quinta-feira (28/8), segundo o documento visto pela BBC.>
A decisão ocorre pouco antes de Harris iniciar uma turnê nacional de divulgação do livro 107 Days (107 Dias, em português) — uma memória de sua breve e, em última análise, malsucedida campanha presidencial de 2024.>
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Uma cópia de uma carta datada de 28 de agosto, vista pela BBC, instrui o Serviço Secreto a "descontinuar quaisquer procedimentos relacionados à segurança previamente autorizados por Memorando Executivo, além dos exigidos por lei", para Harris a partir de 1º de setembro.>
Um alto funcionário da Casa Branca confirmou a medida.>
Fontes familiarizadas com a situação disseram à CBS, parceira da BBC nos EUA, que uma avaliação recente de ameaças não encontrou nada alarmante que justificasse a extensão da proteção além do período de seis meses garantido por lei.>
Em 2008, o Congresso dos EUA promulgou uma lei permitindo que o Serviço Secreto fornecesse proteção a ex-vice-presidentes, seus cônjuges e quaisquer filhos menores de 16 anos após deixarem o cargo.>
Já se passaram pouco mais de sete meses desde que Harris deixou o cargo no fim do governo Joe Biden, em janeiro.>
O marido de Harris, Doug Emhoff, teve sua própria proteção encerrada em 1º de julho, ao fim do período previsto em lei.>
Harris perderá os agentes designados para protegê-la e proteger sua residência em Los Angeles, além da inteligência preventiva de ameaças, voltada a identificar e neutralizar possíveis riscos.>
O custo de proteções semelhantes, se financiadas de forma privada, poderia chegar a milhões de dólares por ano.>
O governador da Califórnia, Gavin Newsom, e a prefeita de Los Angeles, Karen Bass, manifestaram indignação com o anúncio.>
"Este é mais um ato de vingança, seguindo uma longa lista de retaliações políticas em forma de demissões, revogação de autorizações de segurança e mais", disse Bass à CNN, primeira a noticiar o caso.>
A prefeita de Los Angeles afirmou que isso coloca Harris em risco e garantiu que cuidaria para que ela estivesse segura na cidade.>
Desde que voltou à Casa Branca em janeiro, Trump revogou proteções do Serviço Secreto de várias pessoas, incluindo Hunter e Ashley Biden, filhos do ex-presidente, e Anthony Fauci, ex-diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas.>
Diversos ex-integrantes do governo Trump e aliados também tiveram suas proteções revogadas, entre eles o ex-secretário de Estado Mike Pompeo e John Bolton, ex-assessor de segurança nacional que se tornou crítico declarado.>
Harris enfrentou diversas ameaças à segurança durante seu período no cargo, e ex-funcionários do Serviço Secreto afirmaram que os riscos foram ampliados pelo fato de ela ser a primeira mulher e a primeira pessoa negra a ocupar a vice-presidência.>
Em agosto de 2024, por exemplo, um homem da Virgínia foi acusado de fazer ameaças online de matar, sequestrar ou ferir Harris e o ex-presidente Barack Obama.>
Em um incidente anterior, em 2021, uma mulher de 39 anos da Flórida se declarou culpada de ameaças contra Harris, após admitir que enviou vídeos ao marido preso em que exibia armas e dizia que um "ataque" poderia ser executado em até 50 dias.>
Trump enfrentou duas tentativas de assassinato durante a campanha presidencial do ano passado, nas quais o Serviço Secreto foi creditado por desempenhar um papel fundamental.>
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