Publicado em 13 de dezembro de 2025 às 16:44
Quando o assunto é a formação de casais, os seres humanos são um pouco como os suricatos, indica um estudo que examinou os estilos de vida monogâmicos de diferentes espécies de animais.>
Na nossa vida amorosa, lembramos mais esses animais sociáveis do que nossos parentes primatas, segundo indica uma "tábua de classificação" da monogamia, elaborada por cientistas.>
Segundo o estudo, os seres humanos são 66% monogâmicos, uma classificação surpreendentemente alta, muito acima dos chimpanzés e dos gorilas e bem próxima dos suricatos.>
Mas estamos longe de ser a criatura mais monogâmica do planeta. O título vai para o rato-da-califórnia, um roedor que forma laços inseparáveis para a vida toda.>
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"Existe uma 'primeira divisão' da monogamia, onde os humanos ocupam uma posição confortável. Mas a grande maioria dos outros mamíferos aborda o acasalamento de forma muito mais promíscua", segundo Mark Dyble, da Universidade de Cambridge, no Reino Unido.>
No mundo animal, a formação de casais tem suas vantagens e, talvez por isso, ela tenha evoluído independentemente em diversas espécies, incluindo os humanos.>
Especialistas já propuseram diversos benefícios da chamada monogamia social, em que os casais se encontram pelo menos durante uma estação reprodutiva, para cuidar dos mais jovens e afastar os rivais.>
Dyble examinou diversas populações humanas ao longo da história. Ele calculou a proporção de irmãos que compartilham o mesmo pai e a mesma mãe, em comparação com meios-irmãos, indivíduos que compartilham apenas um dos pais.>
Dados similares foram compilados para mais de 30 monogâmicos sociais e outros mamíferos.>
Os seres humanos têm uma avaliação monogâmica de 66% de irmãos de pai e mãe, à frente dos suricatos (60%), mas atrás dos castores (73%).>
Paralelamente, nossos primos evolutivos ficam no final da tabela. Os gorilas-da-montanha apresentam 6%, enquanto os chimpanzés vêm atrás com apenas 4%, ao lado dos golfinhos.>
Em último lugar no estudo, vem o carneiro-de-soay. Na espécie escocesa, as fêmeas se acasalam com diversos machos, gerando 0,6% de irmãos de pai e mãe.>
A espécie campeã, o rato-da-califórnia, teve avaliação de 100%.>
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Mas nossa classificação ao lado dos suricatos e castores não quer dizer que as nossas sociedades são iguais.>
"As avaliações de irmãos de pai e mãe que observamos em seres humanos são mais próximas de espécies como os suricatos ou os castores, mas o sistema social que observamos entre os seres humanos é muito diferente", declarou Dyble à BBC.>
"A maioria dessas espécies vive em grupos sociais como colônias ou, talvez, em pares solitários que vivem juntos. Os seres humanos são bem diferentes.">
"Nós vivemos no que chamamos de grupos com diversos machos e diversas fêmeas e, dentro deles, temos essas unidades monogâmicas, em pares", explica ele.>
Kit Opie, da Universidade de Bristol, no Reino Unido, não participou do estudo. Mas, para ele, esta é uma nova peça no quebra-cabeça de como surgiu a monogamia humana.>
"Acho que este estudo nos fornece uma compreensão muito clara de que, ao longo do tempo e do espaço, os seres humanos são monogâmicos", explica ele. "Nossa sociedade está muito mais próxima dos chimpanzés e dos bonobos, mas, por acaso, seguimos um caminho diferente em relação ao acasalamento.">
O novo estudo foi publicado na revista Proceedings of the Royal Society: Biological Sciences.>
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