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Hamas acusa Israel de atacar civis que formavam fila por ajuda humanitária em Gaza

Hamas acusa Israel de atacar civis que formavam fila por ajuda humanitária em Gaza

Porta-voz militar de Tel Aviv diz que palestinos começaram episódio de violência; mortos vão a 30 mil, segundo facção

Publicado em 29 de fevereiro de 2024 às 09:49

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A facção palestina Hamas acusou as Forças de Defesa de Israel de dispararem contra centenas de civis que aguardavam em fila para receber ajuda alimentar em uma região próxima à Cidade de Gaza, a principal da faixa homônima, na manhã desta quinta-feira (29).

Palestinos recebem atendimento no hospital Kamal Edwan, em Beit Lahia, na Cidade de Gaza, após serem feridos; o Hamas atribui o ataque às tropas de Israel
Palestinos recebem atendimento no hospital Kamal Edwan, em Beit Lahia, na Cidade de Gaza, após serem feridos; o Hamas atribui o ataque às tropas de Israel. (AFP)

O grupo terrorista contra o qual Israel está em guerra há quase cinco meses afirmou que ao menos 70 pessoas morreram e que outras 250 ficaram feridas. Em um comunicado, acusou Israel de "uma guerra genocida" e de cometer "assassinatos em massa e uma limpeza étnica".

Porta-vozes militares de Israel, por sua vez, afirmaram que o episódio de violência partiu dos próprios palestinos. De acordo com as Forças de Defesa, civis começaram a saquear o caminhão de ajuda e a se empurrar, deixando pessoas feridas. Citada pela agência de notícias Reuters, uma fonte militar disse que, acuadas e se vendo sob ameaça, as tropas teriam aberto fogo "contra várias pessoas" da multidão.

O diretor da emergência do hospital Al-Shifa, um dos únicos operantes em Gaza, por sua vez, afirmou que havia pelo menos 50 mortos, entre eles mulheres e crianças. "Morreram ao correr na direção dos caminhões de ajuda humanitária", disse Amjad Aliwa.

Também nesta quinta, o Ministério da Saúde de Gaza --controlado pelo Hamas, uma vez que o grupo governa a Faixa desde a segunda metade dos anos 2000-- disse que o número de pessoas mortas chegou a 30 mil. Acredita-se que a cifra englobe civis e membros da facção.

Ainda no comunicado, o Hamas pediu que todos os cidadãos de nações árabes e islâmicas protestem "contra o massacre do povo palestino" e pressionem seus respectivos governos para que tomem uma posição "contra crimes de guerra israelenses".

Em comentários separados, o alto comissário de direitos humanos da ONU, o austríaco Volker Türk, disse que crimes de guerra foram cometidos por todas as partes no atual conflito no Oriente Médio.

"Ja passou da hora de paz, investigacao e responsabilizacao", disse ele ao Conselho de Direitos Humanos da organização em Genebra.

Turk apresentava um relatório sobre a situacao dos direitos humanos em Gaza e na Cisjordania ocupada e disse que seu escritório registrou "muitos incidentes que podem constituir crimes de guerra pelas forcas israelenses" e que ha indicacoes de que tropas de Israel se envolveram em "ataques indiscriminados ou desproporcionais".

Mas também salientou que grupos armados palestinos, como o Hamas e o Jihad Islâmico, lançaram projéteis em todo o sul de Israel e também detiveram centenas reféns, em mais uma lista de violações ao direito humanitario internacional.

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