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Ex-funcionária da Casa Branca gravou a demissão em sala 'top secret'

Ex-funcionária da Casa Branca gravou a demissão em sala 'top secret'

Em entrevista na TV, ela se disse ameaçada e afirmou que 'esta é uma Casa Branca em que todos mentem'

Publicado em 13 de agosto de 2018 às 14:23

Fachada sul da Casa Branca, em Washington Crédito: Creative Commons

Uma ex-funcionária da Casa Branca, autora de um livro de memórias sobre o período em que trabalhou no governo do presidente Donald Trump, divulgou no domingo um áudio secreto sobre sua demissão, que lhe foi comunicada por John Kelly, o chefe de Gabinete da Casa Branca, em dezembro passado.

A ex-funcionária, Omarosa Manigault Newman, afirmou que decidiu divulgar a gravação de sua demissão por Kelly, bem como conversas com Trump, na chamada "Situation Room" ("Sala de Crise", em que presidentes americanos se reúnem com suas equipes para discutir crises internacionais) mesmo sabendo que isso era uma violação dos protocolos de segurança, porque "esta é uma Casa Branca na qual todos mentem".

Como a sala é considerada uma área de alta segurança na Casa Branca, dispositivos eletrônicos são proibidos no local. Na fita, uma voz que, segundo ela, é a de John Kelly, alega que "importantes questões de integridade" o levaram a demiti-la. Entre elas, o suposto uso indevido de um carro oficial, que Omarosa negou. Segundo Kelly, ela enfrentaria "problemas legais" por sua atitude.

 

"Gostaria que essa fosse uma despedida amigável", diz Kelly. "Há problemas legais significativos que, esperamos, não evoluam para algo que será muito ruim para você".

— Eles me levaram à Situation Room, as portas foram trancadas, disseram que eu não podia sair e começaram a me ameaçar, atemorizar e coagir — afirmou Omarosa numa entrevista ao canal NBC, durante a qual apresentou a gravação.

CASA BRANCA REAGE: 'FALTA DE CARÁTER'

Seu livro "Unhinged" ("Fora de si", em tradução livre) fala de seu relacionamento com Trump desde que participou do reality show dele, "O aprendiz".

— Eu decidi me proteger porque esta é uma Casa Branca na qual todos mentem. O presidente mente ao povo americano, (a porta-voz) Sarah Huckabee mente todos os dias. Você precisa se garantir, ou então um dia vai olhar para trás e perceber que lhe cravaram 17 facas nas costas — disse Omarosa.

 

A ex-funcionária disse que pediu ao governo que liberasse seu arquivo pessoal para que pudesse limpar seu nome.

A Casa Branca reagiu com irritação à atitude de Omarosa Manigault Newman.

"A simples ideia de que um membro da equipe pôs um dispositivo de gravação na Sala de Situação mostra flagrante desprezo pela nossa segurança nacional", afirmou a porta-voz Sarah Huckabee Sanders num comunicado."E se gabar sobre isso em TV nacional comprova ainda mais a falta de caráter e integridade desta ex-funcionária insatisfeita", completou.

 

Em "Unhinged", Omarosa diz que Trump foi surpreendido proferindo "várias vezes" um insulto racial durante o reality "O aprendiz", antes de sua campanha presidencial em 2016. Ela afirma existirem gravações que provam o uso do termo.

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