Publicado em 20 de março de 2024 às 05:16
Um homem foi condenado por pedofilia após enviar uma foto de seu pênis ereto a uma jovem de 15 anos. Ele se tornou a primeira pessoa presa por cyberflashing na Inglaterra e no País de Gales. >
O agressor sexual identificado como Nicholas Hawkes, de 39 anos, da cidade inglesa de Basildon, no condado de Essex, também enviou fotos não solicitadas a uma mulher.>
A mulher tirou prints da imagem do WhatsApp enviada em 9 de fevereiro e denunciou à polícia no mesmo dia.>
Hawkes, que admitiu as duas acusações, está preso há pouco mais de 15 meses.>
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O crime praticado por ele foi tipificado de acordo com a Lei de Segurança Online, que entrou em vigor em 31 de janeiro na Inglaterra. >
Ao anunciar a sentença, a juíza Samantha Leigh disse que Hawkes estava "perturbado" e tinha uma "visão distorcida de si mesmo e de sua sexualidade".>
O cyberflashing é um ato que normalmente envolve um infrator que envia uma imagem explícita não solicitada a pessoas por meio de uma plataforma online, como aplicativos de mensagens e redes sociais.>
Hawkes já era fichado como agressor sexual após ter sido denunciado no ano passado por exposição e atividade sexual com uma jovem menor de 16 anos. >
Agora ele foi condenado a 66 semanas de prisão por dois crimes de envio de fotografia ou filme de órgãos genitais para causar choque, angústia ou humilhação, e por violar ordens judiciais anteriores.>
Hawkes deve cumprir uma ordem de restrição de 10 anos e estará sujeito a uma ordem de prevenção de danos sexuais de 15 anos, que pode, por exemplo, limitar o acesso dele à internet.>
James Gray, da Polícia de Essex, disse que o réu "provou ser um indivíduo perigoso".>
"Os criminosos podem pensar que, ao ofenderem online, têm menos probabilidades de serem pegos, mas esse não é o caso", acrescentou.>
Hannah von Dadelszen, vice-procuradora-chefe do Leste da Inglaterra, elogiou a rapidez da justiça no caso e disse que a nova legislação é uma ferramenta "realmente importante" para os promotores.>
"O cyberflashing é um crime grave que deixa um impacto duradouro nas vítimas, mas muitas vezes pode ser descartado como uma 'brincadeira' impensada ou uma piada inofensiva.">
"Assim como aqueles que cometem atentados ao pudor no mundo físico podem esperar enfrentar as consequências, o mesmo acontece com os infratores que cometem seus crimes online; se esconder atrás de uma tela não o esconde da lei.">
"O cyberflashing é um crime degradante e angustiante que não pode ser tolerado ou normalizado", disse o secretário da Justiça, Alex Chalk. >
"Mudamos a lei para que aqueles que cometem esses atos vis passem algum tempo atrás das grades, e a sentença de hoje é um recado claro de que tal comportamento terá consequências graves.">
A professora Clare McGlynn, autora de Cyber-flashing: Recognizing Harms, Reforming Laws ("Cyberflashing: reconhecendo danos, reformando leis", em tradução literal), disse ao programa Today da BBC Radio 4 que temia que ainda permanecessem lacunas na lei.>
Ela disse que era um "limiar difícil" para os promotores provarem se um réu pretendia causar choque, angústia ou humilhação.>
"Eles dizem que foi uma forma de brincadeira ou que estavam fazendo isso apenas para rir e não tinham intenção de fazer mal", disse McGlynn, da Universidade de Durham.>
"Mesmo que saibamos que não é o caso, temos que provar a intenção de causar sofrimento.">
A questão do cyberflashing foi explorada em um documentário da BBC Two no ano passado chamado Emily Atack: Asking for It?>
Atack, a atriz, apresentadora e ativista compartilhou sua experiência pessoal de cyberflashing e assédio online.>
Em declarações ao programa Today, Atack disse que estava "sofrendo em silêncio" depois de ter recebido "milhares e milhares" de imagens não solicitadas online.>
"Eu estava recebendo mensagens de diferentes homens, diferentes imagens, vídeos — qualquer coisa que você possa imaginar", disse ela, de 34 anos.>
"Descobri que isso estava realmente destruindo quem eu era como pessoa e questionando todo o meu ser, tudo o que eu era como mulher.">
"Esses comportamentos foram normalizados desde o início dos tempos e isso é algo que realmente precisamos observar.">
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