Publicado em 9 de julho de 2025 às 23:38
A imprensa internacional repercutiu nesta quarta-feira (9/7) a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em taxar em 50% os produtos importados do Brasil. >
A nova tarifa entra em vigor em 1º de agosto e representa um aumento significativo em relação à taxa de 10% anunciada em 2 de abril. Entre os principais produtos brasileiros exportados aos EUA estão petróleo, suco de laranja, café, ferro e aço.>
A medida foi anunciada em uma carta dura, que diz que a decisão é uma resposta à perseguição que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estaria sofrendo no Brasil. O texto menciona o processo criminal que Bolsonaro enfrenta no Supremo Tribunal Federal (STF), acusado de liderar uma tentativa de golpe de Estado.>
O jornal The Washington Post afirmou que o gesto expõe como questões pessoais, e não apenas econômicas, norteiam o uso de tarifas comerciais por Trump.>
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"A medida evidencia como relações pessoais e alinhamentos políticos seguem pesando mais que fundamentos econômicos nas decisões de Trump. Embora o presidente dos EUA afirme que suas tarifas são motivadas por desequilíbrios comerciais, o caso do Brasil contradiz essa lógica", diz reportagem.>
O texto lembra que, inicialmente, Trump justificou as tarifas amplas como uma resposta a um "estado de emergência econômica". "Mas essa justificativa perde força quando a medida é claramente atrelada ao julgamento de Bolsonaro", continua.>
O The New York Times afirmou que a tensão comercial entre EUA e Brasil explodiu com os novos atos e que os países parecem ter iniciado uma guerra comercial repentina.>
Para o jornal, o conflito, que escalou rapidamente, tem potencial para gerar "consequências econômicas e políticas significativas, sobretudo para o Brasil". >
"Os Estados Unidos são o segundo maior parceiro comercial do país, atrás apenas da China. E Trump parece condicionar o fim das tarifas à suspensão do processo contra Bolsonaro", diz o jornal.>
O texto também ressalta a tentativa de Trump de usar tarifas como forma de interferir em um julgamento criminal em outro país e afirma que medida mostra como ele trata tarifas como "um instrumento universal de coerção — com alto potencial destrutivo para a economia".>
Ambos os jornais afirmaram que é falsa a informação de que os Estados Unidos têm um déficit comercial com o Brasil, como Trump afirmou em carta.>
Já o jornal britânico The Guardian chamou a mensagem de Trump de "exaltada" e notou que o texto a Lula foi "marcadamente diferente" de outras cartas tarifárias que o presidente americano costuma enviar. >
O jornal também comparou os atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023 em Brasília ao ataque ao Capitólio dos EUA, em 2021.>
"Considerando que Trump ainda sustenta que estava dentro de seus direitos ao tentar permanecer no cargo após perder a reeleição em 2020, e que seus esforços culminaram numa invasão do Capitólio por seus apoiadores em 6 de janeiro de 2021, não é difícil entender por que ele parece tão empenhado em defender a ideia de que Bolsonaro não fez nada de errado.">
Na América Latina, o jornal argentino El Clarín chamou o anúncio de "medida drástica" e afirma que abre uma guerra comercial entre os dois maiores países do continente, governados atualmente por líderes de espectros políticos opostos.>
"Trump misturou motivações políticas e econômicas ao justificar o aumento da tarifa, que supera em muito a média de 10% aplicada a outros países latino-americanos", afirmou o jornal.>
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