Publicado em 11 de fevereiro de 2025 às 10:44
Uma mulher fazia compras numa loja em Anápolis, no Estado de Goiás, quando o celular dela — que estava no bolso da calça — pegou fogo.>
As chamas provocaram uma ferida na pele da vítima, mas felizmente o marido dela conseguiu pegar o aparelho e jogá-lo no chão antes que causasse danos maiores.>
As imagens, captadas por câmeras de segurança do estabelecimento, viralizaram nas redes sociais e levantam questões sobre como evitar que acidentes como esse se repitam.>
Embora sejam relativamente raros, explosões e incêndios provocados por smartphones podem acontecer.>
>
De acordo com um relatório publicado pela Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel), foram registrados 53 incêndios domésticos relacionados a eletrodomésticos e eletroeletrônicos em 2023 (o dado mais recente disponível).>
Já os carregadores de dispositivos móveis, como aqueles usados para preencher a bateria dos smartphones, geraram 14 incidentes do tipo, com cinco vítimas fatais nesse mesmo período.>
Na categoria de acidentes com choques elétricos, eletrodomésticos e eletroeletrônicos são o segundo principal causador, atrás apenas dos fios partidos e sem isolamento. >
Em 2023, esses dispositivos causaram 38 acidentes, com 31 vítimas.>
Já os carregadores de celular aparecem na oitava posição desse ranking, com 19 casos e 15 óbitos.>
Numa reportagem publicada pela BBC News Brasil em agosto de 2021, o engenheiro eletricista Edson Martinho explicou que carregadores e celulares geralmente são seguros — eles não são construídos para dar choque ou explodir.>
O especialista ponderou que o risco de acidentes sempre existe, apesar de ser reduzido caso o carregador e a bateria do celular sejam originais e estejam em bom estado de conservação.>
"Se houver falha no carregador, principalmente nos não originais, ou na própria bateria, pode ter problemas", complementou Martinho, que é diretor-executivo da Abracopel.>
Em resumo, os carregadores de celular possuem um transformador e outros componentes que fazem a conversão da corrente elétrica alternada, que vem da tomada a 110, 127 ou 220 volts, para uma corrente contínua de 5 a 9 volts.>
Essa tensão que chega ao aparelho (de 5 a 9 volts) é bem baixa e não costuma dar choques.>
Os acidentes podem acontecer se os componentes do carregador responsáveis pela conversão da corrente elétrica estão com defeito — ou o dispositivo foi fabricado com peças de baixa qualidade.>
Muitas vezes, para reduzir custos, fabricantes de carregadores "piratas" podem eliminar alguns dispositivos de segurança, que são instalados justamente para proteger o usuário.>
Claro que o problema também pode estar nas outras partes desse sistema como, por exemplo, a instalação elétrica da casa ou o uso de benjamins e extensões de tomada. Essa, aliás, é outra fonte frequente de acidentes que aparece com destaque no relatório da Abracopel. >
Mas e no caso de Anápolis? A vítima não estava com o celular ligado na tomada no momento...>
Não dá pra saber exatamente o que aconteceu neste caso específico, mas é possível que o aparelho tenha sofrido algum dano — como, por exemplo, alguma peça quebrada ou rompida por causa de quedas, choques, torções ou esmagamento (no caso de o celular ter ficado guardado no bolso num ângulo que forçou demais a estrutura dele).>
Todos esses problemas podem provocar o vazamento do lítio, um dos componentes da bateria, que é inflamável e até explosivo. >
A Apple, que fabrica o iPhone, orienta que seus clientes manuseiem o aparelho com cuidado — e alerta que o uso inadequado pode resultar em fogo, choque elétrico, ferimentos ou danos.>
"O iPhone ou sua bateria podem ser danificado se caírem, forem queimados, furados, esmagados ou se entrarem em contato com líquidos", informa a fabricante.>
"Se você desconfiar de danos no iPhone ou na bateria, descontinue o uso, pois ele pode causar sobreaquecimento ou ferimentos", diz o texto disponível no site da empresa. >
Já a Samsung explica em seu site que "as baterias de íons de lítio integradas nos produtos Galaxy armazenam muita energia no seu interior", o que pode ocasionar "acidentes pessoais e danos materiais graves se estas baterias forem incorretamente ou indevidamente utilizadas". >
A Abracopel e a Sociedade Brasileira de Queimaduras elaboraram algumas recomendações para minimizar o risco de choques elétricos ou explosões dos smartphones. >
A lista inclui:>
>
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta