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Assessor de Trump sai após barreira tarifária

Assessor de Trump sai após barreira tarifária

Gary Cohn, principal assessor econômico do presidente dos EUA, renuncia por discordar de medida protecionista

Publicado em 7 de março de 2018 às 10:49

O presidente dos Estados Unidos Donald Trump Crédito: Gage Skidmore | Flickr

Cinco dias depois de o presidente Donald Trump ter anunciado a imposição de tarifas unilaterais sobre a importação de aço e alumínio, seu principal assessor econômico decidiu deixar o cargo. Ex-executivo do Goldman Sachs, Gary Cohn tem uma visão pró-mercado e é crítico de medidas protecionistas como as que a Casa Branca pretende implementar.

Cohn estava no cargo desde o início da gestão Trump e sua saída representa mais uma baixa de peso no primeiro escalão da administração. Na semana passada, o presidente perdeu sua diretora de Comunicação, Hope Hicks, que o acompanhava havia três anos e era sua mais próxima assessora. “Todo mundo quer trabalhar na Casa Branca”, declarou Trump duas horas antes da renúncia do diretor do Conselho Econômico Nacional da Casa Branca.

O debate sobre a adoção das tarifas opôs os protecionistas e os defensores do comércio e do livre mercado dentro do governo. Além de Cohn, a medida foi criticada pelo secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, que também trabalhou no mercado financeiro e no Goldman Sachs. Apesar de a barreira ter sido proposta sob o argumento de que as importações ameaçam a segurança nacional, o secretário de Defesa, James Mattis, também discordou da medida.

“Gary foi meu principal conselheiro econômico e fez um trabalho excepcional na promoção da minha agenda, ajudando a concretizar reformas e um corte de impostos histórico, que libertaram a economia americana uma vez mais. Ele é um talento raro e eu agradeço seu dedicado serviço em favor do povo americano”, declarou Trump em nota.

A decisão do presidente de impor tarifas de 25% sobre o aço e der 10% sobre o alumínio abalou os mercados e levantou o espectro de uma guerra comercial que pode reduzir o ritmo de crescimento global. Na segunda-feira, 5, as Bolsas nos EUA subiram, com a expectativa de que a resistência às barreiras dentro do Partido Republicano poderia levar o presidente a mudar sua decisão. Mas a saída de Cohn é um indício de que Trump tende a manter a decisão de impor tarifas a todos os países e a todos os tipos de produtos importados pelos EUA.

++ Para republicanos, tarifa sobre aço é como novo imposto

Judeu, Cohn esteve perto de deixar o governo no ano passado, quando o presidente foi ambíguo em sua posição em relação a marcha de supremacistas brancos em Charlotesville, na Virgínia. Segundo relato da imprensa americana, ele teria decidido a permanecer no cargo com uma missão: convencer Trump a não aprovar a tarifa sobre aço e alumínio.

Cohn disse em nota que foi “uma honra” servir a seu país e implementar políticas econômicas pró-crescimento, em especial o corte de US$ 1,5 trilhão de impostos

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