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Advogados de Trump tentam impedir publicação de livro sobre seu governo

Advogados de Trump tentam impedir publicação de livro sobre seu governo

Em uma carta de 11 páginas, advogados do presidente ameaçaram processar o jornalista Michael Wolff e a editora Henry Holt, que publicará a obra 'Fogo e Fúria: por dentro da Casa Branca de Trump'; livro já o mais comprado antecipadamente na Amazon

Publicado em 5 de janeiro de 2018 às 12:38

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Donald Trump, presidente dos EUA. (Reprodução)

Advogados do presidente americano Donald Trump pediram nesta quinta-feira, 4, a suspensão da publicação e distribuição de um livro sobre seu primeiro ano de governo.

A divulgação nesta semana de trechos da obra motivou o rompimento público de Trump com o ex-chefe de Estratégia da Casa Branca, Steve Bannon, a quem Trump acusou de ter "perdido a cabeça" por acusar assessores e parentes do presidente de traírem o país.

Pelo Twitter, Trump disse que o livro está "cheio de mentiras". "Não autorizei nenhum acesso à Casa Branca (na verdade, disse 'não' a ele várias vezes) ao autor deste livro falso! Nunca falei com ele para o livro. (O livro está) cheio de mentiras, falsas declarações e fontes que não existem. Olhem o passado desse rapaz e vejam o que acontece a ele e a Sloppy Steve!", disse o líder americano referindo, neste último nome, a Bannon.

Em uma carta de 11 páginas, os advogados do presidente ameaçaram processar o jornalista Michael Wolff, autor de Fogo e Fúria: por dentro da Casa Branca de Trump (em tradução livre), e a editora Henry Holt & Co., que publica a obra.

"O senhor Trump exige que se interrompa e evite qualquer publicação, divulgação ou distribuição do livro. Além disso, pede que os responsáveis publiquem uma retratação plena e completa, bem como um pedido de desculpas", indica o advogado de Trump, Charles J. Harder.

O livro, que já circula nas redações dos principais veículos da imprensa americana, tem como base cerca de 200 entrevistas com funcionários do governo americano e retrata uma Casa Branca submersa em uma caótica e permanente guerra interna ao longo do ano passado.

"Além disso, por favor envie imediatamente uma cópia eletrônica do livro (...) e por mensageiro uma cópia física para este escritório para que possamos avaliar adequadamente as declarações contidas", disseram os defensores de Trump.

Apesar da ameaça de ação legal, o autor do livro, Michael Wolff, publicou nesta quinta-feira um longo artigo na edição eletrônica da revista Hollywood Reporter no qual, desde o título, deixa clara sua opinião sobre o que viu: "Meu ano na louca Casa Branca de Trump".

O livro de Wolf estava previsto para chegar ao mercado apenas na próxima semana, mas com o escândalo envolvendo o presidente e seu ex-conselheiro a obra já se transformou na mais vendida de forma antecipada na versão americana do site de compras Amazon.

A divulgação, na quarta-feira, de fragmentos do livrou provocou um espetacular rompimento de Trump com o controvertido Bannon, que foi um dos coordenadores da campanha eleitoral do republicano e, durante pouco mais de um semestre, foi o chefe de estratégia do governo americano.

Bannon, que renunciou em agosto, deu declarações explosivos a Wolff que estão contidas no livro. Entre outras coisas, o ele afirma que o filho mais velho de Trump "cometeu traição" por seus contatos com pessoas próximas ao governo da Rússia durante a campanha e por seus dúbios negócios. As acusações deixaram Trump furioso.

Em uma dura nota oficial, Trump disse que Bannon "perdeu a cabeça" desde que foi demitido da Casa Branca por ter vazado "notícias falsas" para a imprensa.

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Advogados de Trump também enviaram uma notificação a Bannon alertando que ele pode ser processado pelo presidente por violar um acordo de confidencialidade depois de deixar a Casa Branca. / AFP

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