Jejum intermitente: veja vantagens e perigos da dieta que virou moda

O método de ficar de 12 até 36 horas sem comer serve para quem quer emagrecer e perder gorduras, mas não é indicado para todo mundo. Entenda

Jejum intermitente

Jejum intermitente: nutricionista diz que é uma das formas mais eficazes para perda de peso. Crédito: Shutterstock

Já pensou em ficar mais de 12 horas sem se alimentar? O jejum intermitente, que virou moda e se tornou uma das dietas mais citadas e comentadas na internet, tem como objetivo fazer a pessoa ficar horas sem comer. O método é uma estratégia para emagrecer e perder gordura corporal. E já foi assunto no BBB 22. A participante Jade Picon revelou que fazia a dieta antes do confinamento, mas saiu da rotina ao entrar na casa. “Aqui dentro eu prometi que não ia fazer dieta, ia comer doce, o que eu quisesse. Aqui já é muita pressão”, disse a influencer. Ela revelou que costumava fazer jejum de 16 horas. 

A nutricionista Gabriela Amaral, do Espaço Volpi, diz que essa é uma das formas mais eficazes para perda de peso. "Durante o jejum, o metabolismo libera hormônios que queimam calorias, e mantém os músculos. A insulina, hormônio relacionado com a glicose, se estabiliza, o que, não só melhora o metabolismo de carboidratos, mas também reduz o apetite e a vontade de comer doce. Faz o cérebro funcionar melhor e ajuda no tratamento de pessoas com resistência à insulina e pré-diabetes". 

Mas afinal, faz mal passar de 12 até 36 horas sem comer nada? A endocrinologista Gisele Lorenzoni conta que o método deve ser feito com avaliação de um especialista. "O jejum intermitente não faz mal, pode ser de 12 até 36 horas. Tem gente que se adapta muito bem. Porém muitos não se adequam, e podem ter tontura, mal-estar, muitos fazem hipoglicemias. O paciente com histórico de crises convulsivas, por exemplo, se ficar muito tempo sem comer, pode ter novas crises. Os pacientes diabéticos podem fazer hipoglicemia, e isto é prejudicial. Na verdade, depende do paciente, quem se adapta bem ao método ou não", conta.

A médica conta que o máximo de horas que a pessoa pode ficar sem comer é 36 horas. "Mas não é necessário que seja feito todos os dias. E são poucos os que se adaptam ficar mais de um dia sem comida, a maioria faz 16 horas e tem bom resultado", diz Gisele Lorenzoni. Em um estudo de 2018 da Universidade de Surrey, na Inglaterra, os voluntários que apostaram no método para reduzir 5% do excesso de gordura corporal por questões de saúde atingiram o objetivo duas semanas antes do que aqueles que optaram por restringir o consumo de calorias.

RISCOS DO JEJUM INTERMITENTE

A nutricionista Marina Politi, da Clínica Horaios, conta que no caso do jejum intermitente, existem diversos protocolos de restrição, que começam em 14 horas e podem ir até 36 horas. "Quando falamos sobre jejum intermitente calórico, o indivíduo, neste período, pode consumir água, chás ou café puro. Se o jejum a ser realizado for o metabólico, suplementos que não elevam os níveis de insulina, como TCM e os 'super cafés' podem ser ingeridos".

Apesar da fama pelos seus benefícios para a saúde, é importante ter consciência que essa dieta não deve ser feita sem orientação de um médico e acompanhamento nutricional. "Ela não é indicada para crianças, gestantes, lactantes, pessoas com hipoglicemia, baixo peso, anemia ou qualquer outra deficiência nutricional. Pessoas com histórico de transtornos alimentares também não devem praticá-la", ressalta a nutricionista.

Entre os perigos de quem faz por conta próprio ou sem orientação profissional é que essa atitude pode causar hipoglicemia, náuseas, tonturas, desmaios, alteração de produção alguns hormônios, deficiência de nutrientes, perda de massa muscular, queda de imunidade e insônia. "A indicação só pode ser feita quando avaliamos a individualidade. Normalmente, utilizamos a prática com indivíduos que buscam emagrecimento e uma melhor qualidade de vida", diz Marina Politi. 

A profissional ressalta que, apesar do nosso corpo sobreviver, em média, 30 dias em jejum, ela não recomenda jejum superior a 16 horas. "Jejuns prolongados podem, muitas vezes, trazer maiores riscos do que benefícios".

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