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Publicado em 13 de setembro de 2025 às 10:00
Atriz, modelo, empresária e influenciadora, Thalita Zampirolli é um nome que carrega em si a força da superação e a beleza da representatividade. Nascida em Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Espírito Santo, ela transformou as dores de sua história em combustível para conquistar o mundo. Hoje, é a primeira atriz trans brasileira a atuar em Hollywood e divide sua vida entre os Estados Unidos e o Brasil. >
Thalita perdeu a mãe ainda muito jovem. Foi nos braços dos avós que encontrou o acolhimento e o amor que a sustentaram diante das adversidades. “Meu pai nunca foi presente. Hoje eu sou quem sou por causa dos meus avós. Eles me ensinaram a ir atrás dos meus sonhos e me apoiaram muito na minha transição”, contou em entrevista para HZ. >
Desde criança, ela já sabia quem era. “Desde que me entendo por gente eu sabia que eu era uma mulher. Sempre fui feminina e gostava de me vestir com roupas de mulher”, relembra.>
Aos 12 anos, logo após a morte de sua mãe, começou a trabalhar como auxiliar em um salão de beleza. Aos 18, tomou duas decisões que mudariam sua vida: fez a cirurgia de redesignação de sexo e ingressou na universidade. Inicialmente, cursou Desenho Industrial na Ufes, mas depois se transferiu para o Rio de Janeiro, onde concluiu os estudos e começou a trilhar seus primeiros passos como modelo.>
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O trabalho como modelo abriu portas na televisão. Thalita participou de propagandas e programas de auditório, mas foi um encontro nos bastidores do SBT que a marcou para sempre. >
A escolha mudou sua trajetória. Vieram novelas, participações especiais e, pouco a pouco, a jovem capixaba foi conquistando espaço em um universo ainda marcado pelo preconceito. >
O auge de sua carreira como atriz aconteceu em 2023, quando se tornou a primeira mulher trans brasileira em Hollywood. Ela participou do filme The Roommate, dirigido por Fabio Anffe, e definiu a experiência como um dos momentos mais emocionantes de sua vida. “Foi uma grande alegria e uma surpresa muito boa na minha carreira”, afirma. >
Radicada nos Estados Unidos, Thalita também se consolidou como empresária, mas nunca deixou de se reconhecer como filha do Brasil, e, sobretudo, do Espírito Santo.>
Apesar do sucesso internacional, é no samba que Thalita encontra uma de suas maiores paixões. Fascinada pelo carnaval desde criança, quando os olhos brilhavam ao ver a Globeleza na TV, ela hoje ocupa um espaço histórico como rainha de bateria da Unidos da Ponte, no Rio de Janeiro, e da Chegou o Que Faltava, em Vitória. >
“Eu amo o samba, comecei essa paixão desde criança em Cachoeiro de Itapemirim. Já passei por várias escolas e sou apaixonada por cada uma delas. Samba é amor e respeito!”, diz.>
Mesmo morando fora do país, ela faz questão de manter o vínculo. “Faço questão de vir sempre ao Brasil, participar de eventos das escolas ao longo do ano e aprender com a comunidade. O carnaval é da comunidade, e sempre chego com respeito, pé no chão e muito amor”.>
Com disciplina, também se dedica aos treinos na preparação para os desfiles. “Eu sempre gostei de treinar, mas no carnaval eu intensifico. Bebo mais água e chego a comer cerca de 40 ovos por dia”, conta.>
Depois de transformar dor em força, preconceito em representatividade e sonhos em realidade, Thalita agora vislumbra um futuro ainda mais especial. “Meu maior sonho é ser mãe. Está tudo planejado já”, revela. >
A trajetória de Thalita Zampirolli é a de uma mulher que rompeu barreiras e abriu caminhos para muitas outras. Uma história de coragem, orgulho e identidade, sempre com raízes fincadas no Espírito Santo e o olhar voltado para o mundo.>
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