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Publicado em 26 de junho de 2025 às 10:52
Elas vêm de longe, cruzando milhares de quilômetros desde as águas geladas da Antártica para encontrar abrigo e calor no litoral brasileiro. A temporada de observação das baleias-jubarte no Espírito Santo já começou, com os primeiros avistamentos registrados ainda em maio. Segundo o diretor do Projeto Amigos da Jubarte, Thiago Ferrari, mais de 100 animais já foram avistados apenas no trecho capixaba da costa. >
O espetáculo natural que se repete todos os anos entre junho e novembro marca o retorno de cerca de 25 mil baleias ao Brasil, em busca de águas calmas para o acasalamento e o nascimento dos filhotes. O Espírito Santo, por suas características geográficas e climáticas, se torna um dos principais pontos de reprodução da espécie no Atlântico Sul.>
Em 2025, a temporada traz novidades que reforçam o compromisso com a sustentabilidade e o turismo de baixo carbono. “Estamos trabalhando com as agências parceiras para melhorar a destinação dos resíduos produzidos nos cruzeiros e promover formações sobre turismo regenerativo. Esse é um conceito que vai além do sustentável, ele busca gerar impactos positivos, tanto para o meio ambiente quanto para as comunidades locais”, explica Ferrari. >
Uma das iniciativas é a inauguração de um novo píer de embarque no bairro Jesus de Nazareth, em Vitória. A estrutura, fruto de investimento privado com apoio do projeto, visa aproximar a atividade turística de base comunitária, envolvendo pescadores e moradores tradicionais na geração de renda e na preservação dos saberes ancestrais.>
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“Quanto mais pessoas se encantam com esses gigantes do mar de forma responsável, maior é o potencial de preservação que conseguimos mobilizar”, conclui Thiago Ferrari. >
Com o crescimento da demanda por passeios, a regulamentação se torna essencial. O turismo de observação, embora encantador, deve seguir normas para não colocar em risco os cetáceos nem os visitantes. As embarcações precisam manter uma distância mínima de 100 metros dos animais, ou 200 metros caso haja filhotes. Não é permitido permanecer por mais de 30 minutos acompanhando o mesmo grupo, nem cruzar o caminho das baleias.>
Outro alerta importante é que não é permitido mergulhar ou nadar em áreas com presença de cetáceos.>
Todos os passeios oficiais contam com um pesquisador embarcado, que além de orientar os navegadores, coleta dados científicos e compartilha informações com os turistas. A equipe do Projeto Amigos da Jubarte oferece treinamentos específicos a guias, mestres de embarcação e tripulantes, abordando desde a biologia dos animais até questões legais e de segurança marítima. >
Nos últimos anos, veleiros passaram a ser usados para observação de baleias, o que gera dúvidas sobre a regulamentação da atividade. Segundo o diretor do projeto, essas embarcações podem operar, desde que cumpram todas as normas da Capitania dos Portos e possuam autorização específica para transporte de passageiros ou serviço de "charter". >
“O risco com veleiros é maior porque eles não produzem ruído. Como as baleias também se orientam pelo som, a aproximação silenciosa pode causar colisões. Por isso, o cuidado deve ser redobrado”, alerta.>
Para evitar riscos e garantir uma experiência segura, os turistas podem consultar o site www.queroverbaleia.com, onde estão listadas as agências credenciadas pelo projeto. >
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