Terminal de Barcaças da ArcelorMittal Tubarão movimenta cerca de 600 mil toneladas de produtos siderúrgicos por ano
Terminal de Barcaças da ArcelorMittal Tubarão movimenta cerca de 600 mil toneladas de produtos siderúrgicos por ano. Crédito: Mosaico Imagem/ArcelorMittal/Divulgação

Transporte por barcaças no ES aumenta eficiência e ajuda meio ambiente

Navegação de cabotagem já é sinônimo de eficiência logística e de sustentabilidade no Espírito Santo, como o terminal de barcaças oceânicas da ArcelorMittal Tubarão exclusivo para esse tipo de movimentação

Vitória
Publicado em 07/04/2021 às 18h36

Uma das maiores apostas para o crescimento do setor portuário capixaba, a navegação entre portos de um mesmo país, a chamada cabotagem, já é sinônimo de eficiência logística e de sustentabilidade no Espírito Santo, que conta com um terminal exclusivo para esse tipo de movimentação.

Trata-se do Terminal de Barcaças Oceânicas (TBO), da ArcelorMittal Tubarão, que completa 15 anos de operação em 2021. A estrutura tem capacidade de movimentar mais de 1 milhão de toneladas de produtos siderúrgicos por ano, para o Porto de São Francisco do Sul, em Santa Catarina.

Segundo Eduardo Zanotti, vice-presidente Comercial da empresa, o empreendimento, além de dar mais competitividade e eficiência para o grupo com a redução dos custos de transporte, também se mostra uma operação mais sustentável e que contribui para a segurança nas rodovias.

Isso porque a cabotagem no TBO é toda feita por barcaças que transportam bobinas de aço para a ArcelorMittal Vega (SC) e demais clientes do grupo na região Sul do país, além de receber bobinas produzidas no Sul para entrega a clientes do Espírito Santo e regiões próximas.

Cada barcaça tem capacidade de levar até 10 mil toneladas, o que dá um total de 350 bobinas por embarcação. Assim, há uma redução de carretas de grande peso nas estradas, que geram desgaste às rodovias, e também uma queda no consumo de combustíveis e de emissão de gases poluentes que contribuem para o efeito estufa.

Eduardo Zanotti

Vice-presidente Comercial da ArcelorMittal Tubarão

"Por meio do carregamento de apenas uma barcaça, retiramos da estrada mais de 240 caminhões, contribuindo para a segurança nas estradas e também com o meio ambiente, com menor geração de CO2"

O percurso entre o Espírito Santo e Santa Catarina, de 630 milhas náuticas (aproximadamente 1.167 quilômetros), é feito em apenas três dias por meio das barcaças oceânicas e empurradores. Pelo modal também é possível transportar bobinas maiores do que seria possível de caminhão ou de trem, dando um ganho de produtividade. No terminal, a barcaça também assume a função de armazém flutuante.

O executivo destaca ainda que há estudos em andamento por parte da empresa para modernizar ainda mais a estrutura. São projetos previstos para médio e longo prazo visando melhorar a utilização do terminal e aumentar a movimentação de carga.

COMPARAÇÃO ENTRE MODAIS

Barcaça:

Capacidade de 10 mil toneladas. Seria necessária uma a cada 3 dias.

Vagão de trem:

Capacidade de 72 toneladas. Seriam necessários de 40 a 50 vagões por dia a cada 2 ou 3 dias.

Carretas:

Capacidade de 27 toneladas. Seriam necessários de 100 a 110 caminhões por dia a cada 3 dias.

HISTÓRIA

O investimento no TBO foi iniciado nos anos 2000 juntamente com o projeto do Laminador de Tiras a Quente (LTQ) da ArcelorMittal Tubarão. A empresa já era líder mundial no segmento de placas e investiu para produzir bobinas a quente também para o mercado interno.

No livro “Portos do Espírito Santo”, que será lançado em live no dia 14 de abril com patrocínio da ArcelorMittal Tubarão, o jornalista Antônio de Pádua Gurgel conta essa história e descreve a inauguração do terminal como o início de um novo capítulo da história da empresa no Estado. Ele lembra que os primeiros estudos para implantação do terminal se iniciaram ainda em 1997.

“Profissionais da ArcelorMittal Tubarão conheceram várias operações no Japão, país que acumulava experiência com o uso de barcaças. Como naquela época (o porto de) Praia Mole operava com sua capacidade máxima, a decisão foi construir um novo terminal para montar a operação de cabotagem, sem ligação direta com a operação do porto”, conta o autor em um trecho da obra.

O livro destaca ainda que, desde a implantação, o projeto trouxe características sustentáveis, como o uso de escória de alto-forno (um coproduto gerado na fabricação do aço) na construção da retroárea do terminal, o que substituiu pedras e outros recursos naturais.

“O terminal iniciou sua operação em 2006 e se consolidou como um elemento chave para as operações dedicadas de barcaças na modalidade de cabotagem para Santa Catarina. Trata-se de um terminal que movimenta um volume bastante considerável e com potencial de crescimento”, ressalta Eduardo Zanotti.

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 Vista aérea da ArcelorMittal Tubarão. Crédito: Mosaico Imagem/ArcelorMittal/Divulgação

CABOTAGEM TEM POTENCIAL PARA CRESCER MAIS

O terminal de barcaças da ArcelorMittal Tubarão é considerado hoje um case de sucesso quanto à eficiência e sustentabilidade da cabotagem no Espírito Santo. O Estado espera se tornar um hub neste modal a partir da aprovação da nova política de estímulo à cabotagem que integra o programa BR do Mar, em fase de tramitação no Congresso Nacional.

Eduardo Zanotti

Vice-presidente Comercial da ArcelorMittal Tubarão

"O TBO é, sim, um excelente exemplo para a cabotagem do Estado. Desde a sua concepção, é um terminal voltado exclusivamente para esta modalidade. É um modal que pode e deve ser ampliado, principalmente com algumas iniciativas do governo em desburocratizar e tornar mais competitivas as operações de cabotagem no país"

Pelo projeto atualmente no Senado, empresas poderão, por exemplo, alugar um navio vazio para uso na navegação de cabotagem, além de poderem usar embarcações estrangeiras no modal, inclusive construídas fora do país, o que atualmente é vetado. A medida é vista como um meio para estimular a redução dos custos de transporte e a entrada de mais empresas no segmento.

Para Zanotti, a partir de mudanças regulatórias no setor, o Espírito Santo tem tudo para dar um salto na cabotagem, uma vez que já reúne condições especiais como a boa infraestrutura e a localização geográfica.

“Temos um Estado com vocação para as operações marítimas, infraestrutura ferroviária e rodoviária que facilita o abastecimento nos portos, onde há, sim, condições para crescer ainda mais com as operações de cabotagem, contribuindo para eficiência operacional, competitividade e sustentabilidade”.

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Terminal Produtos Siderúrgicos (TPS), operado pela ArcelorMittal Tubarão. Crédito: Mosaico Imagem/ArcelorMittal/ Divulgação

MERCADO EXTERNO

Além do Terminal de Barcaças Oceânicas, a ArcelorMittal Tubarão também é a operadora do Terminal de Produtos Siderúrgicos (TPS), também conhecido como Porto de Praia Mole, no final da ponta de Tubarão.

A estrutura é destinada ao transporte de aço para o comércio exterior, com mais de 211 milhões de toneladas movimentadas em 35 anos de operação. Os principais destinos são as Américas do Norte e do Sul, Europa e Ásia.

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