Publicado em 13 de outubro de 2022 às 16:00
É impossível alguém passar a vida inteira sem nenhum tipo de dor. Há quem tenha dores esporádicas, vez ou outra. Mas, para algumas pessoas, esse sofrimento é constante, a ponto de ser caracterizado como algo crônico. E não é pouca gente. Esse problema atinge de 30% a 50% dos brasileiros adultos, sendo as mulheres o maior grupo. >
O neurocirurgião Vinícius Teixeira Ribeiro, do Instituto de Neurocirurgia Capixaba (INC), explica que a dor crônica é aquela que persiste acima de três meses. Entre as mais conhecidas estão as cefaleias ou enxaquecas e as dores na coluna, principalmente na região lombar. "Geralmente, é algo que aumenta com a idade e em pessoas que têm trabalhos extenuantes", afirma.>
As dores crônicas, segundo o médico, podem ser divididas em grupos. Uma delas é a oncológica, aquela causada por câncer. "Tumores invadem órgãos e tecidos, causando dor. Ou ela surge como sequela do tratamento do próprio câncer, como na quimioterapia, radioterapia, que causam lesões nos nervos".>
Há também a dor músculo esquelética, que é aquela que atinge as articulações, ossos, tendões e músculos. De acordo com o especialista, há vários fatores desencadeantes, tais como doenças reumáticas, traumas, lesões por esforço repetitivo, sobrecarga por uso excessivo, sobrecarga de treinos físicos, entre outros.>
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E há ainda a dor neuropática, um tipo oriundo de lesões dos nervos periféricos. As causas frequentes dessas lesões são doenças metabólicas, como o diabetes; doenças reumáticas, a quimioterapia e a radioterapia; a artrose da coluna lombar; e as múltiplas abordagens cirúrgicas da coluna, na chamada síndrome pós-laminectomia.>
"Essa dor neuropática tem uma característica própria de ser altamente incapacitante em alguns casos e é por descargas anômalas dos nervos lesionados, causando muito transtorno aos pacientes", destaca Ribeiro.>
Para alguns casos de dor crônica, é possível tratar até chegar à cura. "Nos casos em que se tem uma lesão ou uma hérnia de disco, por exemplo. Quando se retira o fator causal, resolve-se a dor e se atinge a cura", ressalta o neurocirurgião.>
Já em outros casos, continua o médico, a cura não é possível, restando a possibilidade de alívio dessas dores por meio de medicamentos, reabilitação e, nas situações mais graves, até mesmo procedimentos cirúrgicos para controle da dor.>
Uma solução com alta eficácia é a bomba de morfina, como opção de tratamento para dor na coluna. De acordo com Vinícius Ribeiro, o procedimento consiste em implantar um cateter na coluna, conectado a um reservatório implantado no abdômen, que faz infusão contínua de medicamentos na coluna para alívio das dores.>
"A bomba de morfina pode ser usada para as dores oncológicas localizadas nos membros superiores, abdômen e membros inferiores. Normalmente, as dores nessas regiões são causadas por tumores invasivos. E o último recurso, nesses casos, é a bomba de morfina".>
Também para dores na coluna, outra indicação é a de eletrodo epidural. "Implantamos um chip na coluna que envia impulsos nervosos aos nervos, bloqueando o estímulo doloroso de chegar ao cérebro", aponta o neurocirurgião.>
Para as cefaleias, há medicações para as crises e aquelas que tratam a dor, impedindo que ocorram as crises e/ou diminuam a frequência e intensidade dessas crises. "E, em último caso, existe a possibilidade de infiltração de pontos no crânio com botox que, também, em muitos casos, deixa a pessoa sem dores por até seis meses ou mais", cita ele.>
O problema está na automedicação. "Muitos pacientes já chegam ao consultório se automedicando. O risco é de dependência química em opioides, gastrites, úlceras, lesões renais, aumento da intensidade das dores, entre outros problemas", alerta o médico.>
O Instituto de Neurocirurgia Capixaba (INC) reúne, desde 2012, os melhores especialistas nas áreas de Neurologia, Neurocirurgia, Psiquiatria e Reumatologia, em 13 unidades, distribuídas em Vitória, Serra, Cariacica e Vila Velha. Mais informações e endereços: www.neurocirurgiacapixaba.com.br ou pelo telefone (27) 3014-8700.>
Conheça a estrutura do INC
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