Publicado em 14 de outubro de 2024 às 10:58
O mais recente estudo “Empresas Humanizadas no Brasil”, desenvolvido por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), indica que organizações que seguem a linha de gestão mais humanizada conseguem ter um faturamento maior em comparação às instituições com gestão convencional. A pesquisa também mostra que empresas preocupadas com a humanização das relações de trabalho geram 225% mais engajamento entre os funcionários e 240% maior fidelização de clientes. >
Neste sentido, corporações dos mais diferentes tamanhos e segmentos têm valorizado e buscado criar um ambiente de trabalho mais colaborativo e harmonioso, o que exige profissionais com escuta ativa, capacidade de interagir com a diversidade e mais empatia. Nesse mesmo caminho, escolas que trazem uma abordagem mais humanizada em sua metodologia desempenham um papel crucial na formação de profissionais com essas habilidades exigidas pelo mercado.>
Na Escola Monteiro, por exemplo, o projeto pedagógico foi estruturado para valorizar a humanização, o protagonismo, o pensamento crítico e o autoconhecimento. Isso significa que na prática, os alunos vivem na escola o que o mercado de trabalho vai demandar: a cultura do diálogo e do respeito à diversidade, trabalho em equipe e gestão compartilhada e humanizada.>
Flávia Vicente Freitas, terapeuta e professora de habilidades socioemocionais em cursos de graduação e pós-graduação, é mãe de três alunos da escola, e acompanha no dia a dia a importância de uma educação humanizada. >
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“A Escola Monteiro olha de forma individualizada para os alunos, fomentando o que cada um tem de potencial e desenvolvendo outras habilidades, super importantes para o profissional, mas principalmente para a vida como um todo”, destaca. >
De acordo com ela, a escola trabalha o senso de comunidade, foca nas habilidades humanas, na escuta ativa e na necessidade de cada aluno entender e gerir suas emoções. O que na visão de Flávia ajuda a tornar o processo de aprendizagem muito mais atrativo e permite que as habilidades humanas sejam bem construídas. >
“Eu acredito nessa educação que enxerga o aluno como ser único e diverso e tenho percebido essa evolução nos meus três filhos”, enfatiza.>
Segundo Penha Tótola, diretora da Monteiro, “humanizar é parte do DNA da escola”. Ela explica que há mais de 50 anos a escola vem cultivando uma abordagem humanizada na metodologia, fomentando a sensibilidade e a liberdade de expressão. Entretanto, isso não significa que a escola não tenha regras. >
“As regras existem, têm que ser cumpridas e têm como objetivo estabelecer relações de boa convivência, garantir o bom funcionamento da escola e preparar os indivíduos para a vida em sociedade, consciente dos seus direitos, mas também dos seus deveres enquanto parte de um grupo. É um exercício de responsabilidade, cidadania e respeito. E trabalhar o respeito inclui falar da importância de ouvir e ser ouvido”, afirma. >
Ainda de acordo com a diretora, o exercício da escuta ativa é vital. Afinal, é com ele que se formam cidadãos que “entendem a importância da coletividade e do respeito mútuo, características tão fundamentais em um mundo cada vez mais individualista”, destaca Penha.>
Muitos projetos são desenvolvidos com esse olhar. A experiência das assembleias é um exemplo: a cada 15 dias, alunos de todas as turmas do 1º ano do ensino fundamental até a 3ª série do ensino médio sentam em círculo para comentar questões da escola, elogiar, fazer críticas e reivindicar. A proposta, de acordo com Penha Tótola, gera iniciativas relacionadas à convivência, à resolução de conflitos e até a mudanças de ordem prática.>
“Criamos canais para ouvir esse aluno. É um trabalho voltado também para a autogestão e a resolução de problemas que tem o objetivo de prepará-lo para os desafios que a vida e o trabalho trarão”, reforça.>
Para Victoria Antunes Zeferino, 17 anos, aluna da 3ª série do ensino médio, esse olhar individualizado e essa escuta ativa contribui para uma formação mais completa. Isso inclui o mercado de trabalho e as relações do dia a dia na sociedade. >
“A Monteiro sempre motiva seus alunos a irem além, a se conhecerem melhor como indivíduos e a reconhecerem as habilidades que precisam ser potencializadas e trabalhadas. A escola mostra a importância do coletivo, reforçando o trabalho em equipe e a construção de soluções colaborativas. Isso é muito bem articulado pela escola em várias frentes, como a feira integrada, que também traz lições sobre planejamento, humanização e gestão de pessoas”, pontua.>
Além das iniciativas envolvendo alunos, a Monteiro promove encontros com a comunidade escolar, como a “Escola de Pais”, iniciativa pensada para aproximar família e instituição, disseminar conhecimento e criar espaço de diálogo e de formação. A última edição aconteceu no início de outubro e foi conduzida pela consultora em Comunicação Tati Braga, com o tema “REC: Respirar, Escutar, Comunicar: como a escuta pode transformar a sua comunicação”. (Clique aqui e assista ao video)>
Tati conversou com os pais sobre como a comunicação pode ser uma poderosa ferramenta no desenvolvimento das crianças, vistas como indivíduos únicos, respeitadas em suas particularidades e encorajadas a se expressar livremente.>
“Assim como no ambiente corporativo, onde o respeito, a empatia e a valorização das diferenças são fundamentais, em casa, a comunicação entre pais e filhos deve refletir esses mesmos valores”, disse.>
Com base em sua experiência profissional, ela vem testemunhando como lideranças autoritárias e baseadas no medo estão sendo substituídas por uma abordagem mais empática e colaborativa, centrada no propósito. Para a especialista, essa mudança não apenas melhora o ambiente de trabalho, mas também prepara as pessoas para lidar com um mundo em transformação.>
“Ao aplicar esses princípios em casa estamos construindo um ambiente mais harmonioso e de confiança, além de preparar nossos filhos para a vida adulta. Eles estarão mais aptos a enfrentar os desafios de ambientes de trabalho e serão capazes de se adaptar a cenários mais flexíveis e colaborativos, onde a empatia, a comunicação clara e a valorização das diferenças são essenciais. Nosso foco é ajudar a desenvolver a autoconfiança das crianças e equipá-las com as habilidades necessárias para prosperar em um futuro que exige liderança emocional e comunicação eficaz”, finaliza.>
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