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Os novos desafios do mercado para as jovens mulheres advogadas

Os novos desafios do mercado para as jovens mulheres advogadas

Além do dia a dia da advocacia, que não é fácil, a jovem advogada também enfrenta conflitos com a sua vestimenta, com a sua aparência, além do machismo histórico

Publicado em 1 de setembro de 2021 às 17:43

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Luciana Mateus Procópio Reis
Luciana Mateus Procópio Reis é advogada e secretária-geral da Comissão da Jovem Advocacia da OAB/ES . (Tiago Rocha/Divulgação)

Curso de graduação por cinco anos, alguns estágios em escritórios ou repartições públicas e a busca pela aprovação no Exame da Ordem. Normalmente, essa é a trajetória para que um estudante se torne um advogado. Contudo, todo esse processo não prepara o jovem advogado para o mercado de trabalho. O dia a dia dos fóruns, audiências, sustentações orais, atendimento a clientes, nada disso é ensinado enquanto estudante, aprende-se na prática. Ou seja, o início para o jovem advogado não é simples, muito menos o da jovem mulher advogada.

O mercado de trabalho em geral, está permeado de inseguranças no que concerne a contratação da jovem advogada, seja por consequência de uma suposta “falta de experiência”, seja por uma falsa visão de fragilidade que muitas vezes acompanha o “ser mulher”. Além do dia a dia da advocacia, que não é fácil, a jovem advogada também enfrenta conflitos com a sua vestimenta, com a sua aparência, além do machismo histórico. Creio eu que nenhuma de nós tenha saído ilesas de comentários como “Nossa, você é advogada? Mas é tão novinha!” ou “Mas você tem experiência? Afinal, quantos anos você tem?”. Por consequência, a jovem advogada lida também com a própria e constante reafirmação do seu lugar. E por seu lugar, leia-se, “onde ela quiser estar e atuar”.

Muito se cobra da jovem advogada acerca de um perfil profissional específico. E a vestimenta moderna, cabelo com volume, cachos ou tranças, podem muitas vezes ser mal interpretados pelo conservadorismo de alguns. Características essas que chegam a ser decisivas, inclusive para a perda de uma oportunidade no mercado de trabalho. Sem contar que muitas dessas mulheres se afastam da advocacia, para também trabalhar em casa, como mãe, esposa e dona de casa.

Os desafios, na verdade, continuam os mesmos, frutos de comportamentos antigos e já conhecidos por nós, apenas se apresentam de formas diferentes. Ainda assim, a OAB tem sido essencial nesse processo, através da representatividade da jovem mulher advogada, seja pela militância da diretoria da OAB/ES (destacando-se o trabalho da vice-presidente Anabela Galvão), seja pela ampla atuação das Comissões Temáticas (ressaltando o trabalho da Comissão da Jovem Advocacia), com o constante objetivo de trazê-las para mais perto da OAB, além de capacitar, encorajar, empoderar e dar voz, mantendo a singularidade de cada jovem advogada nesse processo.

Autor do artigo: Luciana Mateus Procópio Reis

Advogada e secretária-geral da Comissão da Jovem Advocacia da OAB/ES

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