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Caminhoneiros do setor de rochas fazem protestos no Norte e Sul do ES

Caminhoneiros do setor de rochas fazem protestos no Norte e Sul do ES

Os grevistas não sabem informar quantos veículos estão paradas nas estradas. O movimento, revelam, não teria a liderança de nenhum sindicato

Publicado em 23 de agosto de 2019 às 05:46

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Caminhoneiros do setor de mármores e granitos param no Sul do Estado. (Internauta Gazeta Online)

Caminhoneiros do setor de rochas ornamentais estão de braços cruzados desde esta segunda-feira (12) em vários pontos em Cachoeiro de Itapemirim e em outros municípios do Sul e Norte do Estado. A categoria reivindica mudanças relacionadas ao transporte da carga.

Não há pontos de interdição nas rodovias, pois os motoristas estão nos acostamentos. Internautas enviaram imagens de caminhões parados na rodovia do Frade e na Safra, na BR 101, na localidade de Fruteiras, em Vargem Alta, na rodovia que liga Castelo a Venda Nova do Imigrante e Atílio Vivácqua. No Norte, há pontos de paralisação em João Neiva e Colatina.

Os grevistas não sabem informar quantos veículos estão paradas nas estradas. O movimento, revelam, não teria a liderança de nenhum sindicato.

OS PEDIDOS

Na lista de reivindicações há oito itens. Entre elas estão:

- Uso do calço de madeira - é em relação a um dormente de madeira (dois travessões que ficam embaixo do bloco). Nas pedreiras, as máquinas têm garfos grandes que ficam em cima da carroceria. Sem esses dormentes não há como carregar o bloco, porém, este equipamento, não é previsto na lei. O agravante, segundo os grevistas, é que no porto o caminhão somente é aceito se tiver essa madeira.

- Entre eixo (peso por eixo) - toda carga tem limite que a lei estabelece para transporte de carga, a balança fixa pesa corretamente. Na balança móvel do Dnit, segundo os motoristas, há medida diferente e acabam sendo multados

- Interas - é um bloco de pequenas dimensões, meio bloco. Na lei não estabelece altura mínima e não pode ser transportada na carroceria e sem em uma caçamba metálica. Eles querem transportar em carroceria.

- Amarrações - Para amarração da intera, o esticador da corrente tem que ficar em cima do bloco. A resolução do Contran prevê que o esticador deve ficar na lateral. Porém, dizem que não dá altura para ficar na lateral da intera.

Além disso, os transportadores de rochas ornamentais querem a forma correta de travamentos dos cavaletes, o direito de participar na hora de fazer as mudanças, a liberação da licença para nove eixos e a fiscalização nas pedreiras para combater a fabricação dos blocos fora do padrão.

A paralisação é para chamar atenção das autoridades sobre a fiscalização e dos empresários do setor, que segundo os motoristas, não seguem um padrão na retirada dos blocos dentro das pedreiras. “As empresas aqui da região estão tranquilas porque os blocos sempre chegam, então, se a gente não fizer manifestação vai continuar chegando. O objetivo é deixar faltar pedra para os empresários ajudar a gente nessa situação. O transporte de pedra está praticamente proibido e nós não encontramos uma solução. Cada guarda interpreta a lei de um jeito”, explicou o motorista Alexandre Fontana.

O motorista Adjeuto Luiz Cansi também aderiu o movimento devido às divergências na fiscalização do transporte e na retirada dos blocos. “A fiscalização é em cada lugar de um jeito. E nas pedreiras é muito complicado. Os empresários tiram o bloco além do limite e a gente acaba sendo obrigado a carregar. Se eu não carregar, vem outro e carrega e eu fico sem cliente. Sei que está todo mundo passando uma situação difícil e imprensada, mas para os empresários não muda nada, só seguir o padrão.”

A paralisação não tem previsão para terminar e, segundo os motoristas, os prejuízos vão aparecer. “Nós que transportamos container paramos também e isso atrasa e para a exportação. No porto, se não chegar no horário tem uma multa, e tem a diária de navio. Esse é um transtorno pra todo mundo”, contou Luiz Gustavo Santos, que é motorista transportador de container.

PREJUÍZOS

Segundo o presidente do Sindicato da Indústria de Rochas Ornamentais, Cal e Calcários do Espírito Santo (Sindirochas), Tales Machado, ainda não é possível calcular os prejuízos, mas espera que a paralisação encerre o quanto antes. “Ainda não temos estimativa de prejuízos e estamos promovendo um encontro entre as partes que acredito que aconteça entre hoje (13) e amanhã (14).”

Tales contou também que várias das reivindicações já estão em projetos prestes a ser sancionado. “Nós temos dois projetos que já passou em todas as fases do governo e só falta entrar na pauta do Contran para virar lei. Esperamos que isso aconteça em setembro e com esses dois projetos, a gente já elimina uns quatro ou cinco itens da pauta deles.”

O motorista Luiz Fernando que é caminhoneiro e está parado próximo ao bairro União, em Cachoeiro, disse que terá uma reunião nesta quarta-feira (14). “Tivemos um chamado pra uma reunião amanhã. O nosso representante que está em Vitória falou que teve uma convocação com os principais lideres do setor.”

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O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) foram procurados pela reportagem, que não obteve retorno até a publicação da matéria.

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