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Publicado em 1 de agosto de 2025 às 16:19
Decisão do Tribunal de Contas do Espírito Santo (TCES) aponta que a Secretaria de Estado da Educação (Sedu) estaria com excesso de contratações temporárias em seu quadro de servidores. >
Uma das medidas determinadas pela Corte de Contas visando à contenção do suposto alto número de servidores contratados por designação temporária na Sedu foi designar a Secretaria de Estado de Controle e Transparência (Secont) para monitorar, constantemente, o quadro de servidores efetivos e a extinção dos vínculos temporários na pasta.>
Ainda constam da decisão divulgada pelo TCES na quarta-feira (30), recomendações à Sedu, Secont e Seger (Secretaria de Estado de Gestão e Recursos Humanos], para que "adotem metodologia qualitativa para o dimensionamento da força de trabalho para realizar a alocação de pessoal proveniente das seleções". Além disso, foi recomendada a capacitação permanente para o quadro de apoio escolar.>
A desproporção entre servidores efetivos e temporários no cargo de agente de suporte educacional, da Sedu, foi alvo de representação apresentada pelo Ministério Público de Contas em 2023. >
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Na ocasião foram apresentados indícios de irregularidade, como possível descumprimento de acórdão do TCES, segundo a Corte de Contas: validade superior do processo seletivo temporário (12 meses) em relação à validade do concurso público (6 meses), indicando possível preferência institucional pela contratação precária; e a realização de novo processo seletivo simplificado e nomeação de servidores temporários, mesmo durante a vigência de concurso público válido. >
Apesar de reconhecer a suposta irregularidade, o relator do processo, conselheiro Rodrigo Coelho, destacou que a situação remonta ao ano de 2016 – possuindo caráter estrutural e anterior à gestão atual. >
O conselheiro reforçou que, em 2015, havia 2.461 servidores em designação temporária na função analisada, número que foi decrescendo ano a ano. Em abril 2024 (período analisado pela equipe técnica), o quadro era de 849 servidores. >
“Cumpre considerar que a rescisão imediata de 100% dos contratos temporários, sem a correspondente reposição por servidores efetivos, poderia comprometer de forma significativa a continuidade de serviços escolares essenciais, como a emissão de diplomas, o atendimento a estudantes e a atualização de dados nos sistemas administrativos”, justificou Coelho. >
Por conta disso, o relator, seguido à unanimidade pelos seus pares, defendeu que a conduta do gestor está amparada em planejamento razoável e ações concretas voltadas à superação do passivo herdado. >
“Não se verifica dolo ou erro grosseiro em sua atuação, tampouco inércia institucional. Ao contrário, constata-se diligência compatível com os limites operacionais e normativos impostos à administração pública, sobretudo em um cenário de reordenamento da rede escolar e necessidade de garantir a continuidade do serviço educacional”, apresentou. >
Dessa forma, reconhecendo a existência da irregularidade, mas destacando as ações para solucionar a questão, os conselheiros determinaram o monitoramento do provimento de quadro de efetivos e extinção dos vínculos temporários e recomendaram a adoção de metodologias qualitativas para o dimensionamento da força de trabalho para realizar a alocação de pessoal proveniente das seleções e a capacitação permanente para o quadro de apoio escolar. >
Por meio de nota, a Sedu informa que o TCES acatou as justificativas apresentadas pelo secretário de Educação a respeito da desproporção entre servidores efetivos e temporários. A pasta ainda reforça o compromisso com o fortalecimento do quadro efetivo.>
"As explicações demonstraram que, apesar de a representação ter sido apresentada com base em fatos ocorridos em gestões anteriores, a atual gestão tem atuado para corrigir a distorção apontada. Como parte desse esforço, divulgou, nessa quarta-feira (30), o resultado final do concurso público para o provimento de 1.290 vagas nos cargos de Agente de Suporte Educacional, Professor MaPP (Pedagogo) e Professor MaPB (Ensino Fundamental e Médio)", diz a nota.
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