Publicado em 20 de fevereiro de 2019 às 01:31
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), deve dar novo prazo para o Congresso Nacional regulamentar a forma de compensação financeira a que os estados têm direito pela desoneração do ICMS das exportações aplicada pela Lei Kandir. Em novembro de 2016, o plenário do STF deu um ano para o Congresso legislar sobre o assunto, mas os parlamentares não fizeram isso. Nesta terça-feira, um grupo de 12 governadores foi até a Corte para reclamar do descumprimento da ordem.>
O grupo foi recebido por Gilmar Mendes, que é o relator do processo, e pelo presidente do tribunal, Dias Toffoli. Os governadores pediram aos ministros que mediassem uma negociação com o governo federal sobre as formas de pagamento da desoneração e também do passivo supostamente devido aos estados. Segundo os governadores, as perdas somariam R$ 600 bilhões desde 1996. Desse total, só o estado de São Paulo teria crédito de R$ 100 bilhões. Ainda não foi definido se o STF vai atender esse pedido.>
- Desde 1996, o lado da Lei Kandir da desoneração foi feito, o lado da compensação aos estados não foi cumprido. A decisão legislativa se cumpriu pela metade ao passar de todo esse tempo. Precisamos discutir o que fazer com o passivo, discutir o que faremos daqui pra frente, discutir inclusive, em último caso, se a Lei Kandir vai se sustentar - disse o governador do Pará, Helder Barbalho.>
Na decisão de 2016, o STF também definiu que, se o Congresso não regulamentasse a Lei Kandir em 12 meses, o Tribunal de Contas da União (TCU) deveria fixar o montante a ser transferido anualmente aos estados e ao Distrito Federal e o coeficiente de distribuição dos recursos. O TCU não fez isso. Agora, os governadores preferem que o assunto seja definido pelo Congresso. Gilmar Mendes ainda não definiu qual o novo prazo a ser dado aos parlamentares.>
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A Lei Kandir foi criada em 1996 como forma de incentivar as exportações, com redução na cobrança do ICMS. Os estados argumentam que, por um lado, a norma barateia os produtos no mercado externo e fomenta as exportações. No entanto, tira receita das unidades da federação. Como a lei deixou de fixar, em 2004, um valor para ser repassado aos entes federados, o montante depende do que é definido pelo governo federal, o que gera uma batalha anual s obre o assunto na discussão do Orçamento da União.>
Estiveram no STF os governadores do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraná, Piauí, Rio de Janeiro, Amapá, Amazonas, Bahia, Distrito Federal e Espírito Santo.>
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