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Publicado em 8 de agosto de 2022 às 21:05
Das candidaturas ao Senado Federal já registradas no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Espírito Santo, a do Psol foi apresentada em uma configuração coletiva. A chapa é liderada pelo auditor fiscal aposentado Gilberto Campos, mas terá a professora Rafaella Machado dividindo espaço com ele durante a campanha nas Eleições 2022. >
No registro, Rafaella aparece como primeira suplente, mas a ideia, segundo Gilberto Campos, é trabalhar a candidatura em outra perspectiva. >
"Logicamente, se o titular se ausentar, o suplente assume. Mas quem conhece os suplentes? Muitas vezes não têm nada a ver com o Estado, com a ideologia do partido, com as propostas. Na cocandidatura, poderemos nos expressar, dividir tarefas de agendas, discutir ideias", pontua Gilberto. >
Questionado se vai assumir determinadas pautas, enquanto Rafaella cuida de outras durante a campanha, Gilberto Campos falou que uma comissão está sendo montada para discutir e definir como será o processo. De todo modo, a proposta é inovar para poder apresentar melhor os projetos. >
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"Fazer uma coisa diferente para poder dialogar o mais intensamente possível com o eleitor. A eleição deste ano vai nos exigir isso com essa polarização nas disputas de narrativas", avalia.>
A candidatura coletiva encabeçada por Gilberto Campos faz parte da Federação Psol-Rede, criada em âmbito nacional, mas que, no Espírito Santo, os partidos não encontram afinidades. Assim, apesar de o candidato ao governo Audifax Barcelos (Rede) não poder lançar outro nome ao Senado na composição de sua chapa, a chapa do Psol não tem seu apoio. >
A adversidade, entretanto, não é motivo para a desistência dos candidatos do Psol. "É uma situação delicada, mas não somos apenas nós que estamos enfrentando. Seria muito difícil para nós caminharmos com partidos (aliados à candidatura de Audifax) que defendem o projeto que está colocado hoje e acabando com o país. Defendemos outro projeto e houve esse impasse ideológico. De qualquer forma, conseguimos conversar num ambiente de muito respeito, apesar das divergências. A campanha eleitoral não é um processo simples, mas estamos confiantes.">
Apesar de ser uma candidatura coletiva, Gilberto Campos afirma que, caso eleito, não será um mandato coletivo. A função de Rafaella será mesmo a de suplente. Nessa chapa, a segunda suplência é de Wilson Jesus Lucas Junior. >
A cientista política Luciana Santana, professora da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), explica que o mandato coletivo passou a ser admitido nas eleições de 2016, para cargos no Legislativo, e tem por princípio ser uma atividade parlamentar mais colaborativa, ampliando o diálogo. Muitas vezes forma-se um grupo heterogêneo, para representar diferentes perfis, mas que tem demandas em comum. >
"Essas pessoas, em conjunto, participam do levantamento de demandas, de alternativas para resolver problemas, contribuem na elaboração de projetos de lei, no processo de tomada de decisão. É um mandato colaborativo, com relação horizontal entre os membros", aponta a professora. >
Embora o coletivo seja aceito pela Justiça Eleitoral, o registro da candidatura é feito no nome de uma só pessoa e, se eleita, será a responsável legal pelo mandato, inclusive para receber a remuneração do cargo. A divisão do salário será feita conforme os critérios que o próprio grupo estabelecer. >
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