Publicado em 15 de junho de 2018 às 21:43
O presidente da Associação dos Magistrados do Espírito Santo (Amages), Ezequiel Turíbio, avalia que o provimento do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que proíbe juízes e desembargadores manifestarem-se politicamente nas redes sociais não deveria ser publicado como proibição, mas como recomendação.>
"Essa proibição genérica, como foi feita, me parece que cerceia um pouco a liberdade de expressão. Em algumas situações, não é manifestação político partidária. Por exemplo, há o movimento, por parte de segmento da sociedade, que pede intervenção militar. Dizer-se contra é defender a democracia. Não é manifestação político-partidária, apesar de alguém poder achar que é", comentou o representante da classe no Estado.>
Publicado na quarta-feira (13), o provimento veda ataques a candidatos e a partidos que tenham a "finalidade de descredenciá-los perante a opinião pública". Mas libera crítica pública a "ideias, ideologias, projetos legislativos, programas de governo, medidas econômicas".>
Para Turíbio, o provimento fará que com que os magistrados "reflitam mais" antes de postar nas redes sociais.>
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A vedação vem na esteira de polêmicas manifestações de magistrados publicadas nas redes. A de maior repercussão foi a da desembargadora do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro Marília Castro Neves. Baseada em notícias falsas e caluniosas, ela escreveu que a vereadora carioca assassinada Marielle Franco "estava engajada com bandidos" e que "não era apenas uma lutadora". Também ofendeu uma professora portadora de síndrome de Down.>
"Mordaça">
As vedação publicadas pelo CNJ estão sendo chamadas pela Associação Nacional dos Magistrados Estaduais (Anamages) de "provimento da mordaça". A entidade, que representa os juízes de Direito de todo o país, pretende anular a medida para garantir "o fundamental direito de liberdade de expressão" dos magistrados.>
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