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Ex-governadores relembram a trajetória de Albuíno Azeredo na política

Ex-governadores relembram a trajetória de Albuíno Azeredo na política

Max Mauro e Paulo Hartung lembraram do período de Albuíno no comando do Governo do Estado

Publicado em 17 de setembro de 2018 às 00:05

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Albuíno Azeredo. (Chico Guedes/Arquivo)

Após uma parada cardíaca na manhã deste domingo (16), morreu aos 73 anos o ex-governador Albuíno Azeredo, que comandou o Estado entre 1991 e 1995. O corpo dele está sendo velado no Plenário da Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales), em Vitória. Albuíno será levado ao cemitério em um carro do Corpo de Bombeiros, que será seguido por uma escolta fúnebre. Por ser ex-governador, ele também será homenageado com salva de tiros da tropa da Polícia Militar. 

CARREIRA

Corpo de Albuíno está sendo velado no plenário da Assembleia. (Fernando Madeira)

 

Primeiro governador negro do Espírito Santo, Albuíno nasceu em Vila Velha, filho de uma professora, em 21 de janeiro de 1945. Se formou engenheiro civil e começou a carreira no Departamento de Água e Esgoto do Espírito Santo. Mais tarde, ingressou na Companhia Vale do Rio Doce, onde daria início ao trabalho na área de transportes, onde mais se destacou.

Lá, ele participou dos projetos para duplicação da Estrada de Ferro Vitória-Minas. Em 1988, no governo Max Mauro, que o conhecia desde a infância, ele foi convidado a assumir a Secretaria de Planejamento, onde ajudou a implementar o Projeto Transcol, que uniria as empresas de transporte coletivo da Grande Vitória.

“O secretário que estava nesta pasta pediu para sair do governo e eu precisava de alguém competente, que fosse da minha confiança. Albuíno era de origem humilde e era amigo do meu irmão, Saturnino Rangel Mauro. Ele assumiu e me ajudou na implementação do sistema Transcol, um estudo que já existia há muito tempo, mas que enfrentava muita resistência, por conta do cartel das empresas de ônibus”, lembra Max Mauro.

Mesmo diante da crise inflacionária do período, que acabou fazendo com que a tarifa de ônibus precisasse ser constantemente reajustada, o projeto Transcol ajudou a alçar Albuíno ao governo.

Em uma eleição apertada, ele derrotou José Inácio Ferreira, ainda que tivesse poucas perspectivas de ser eleito, no início da campanha.

“Eu protelei ao máximo a articulação para indicar um sucessor. Ele não era minha primeira opção, mas não vi, na época, quadros melhores dentro do PMDB, que era meu partido. Depois, acabamos tendo divergências, mas ele era um quadro técnico e tinha minha confiança”, admite Max.

O atual governador, Paulo Hartung (PMDB), foi prefeito de Vitória, enquanto Albuíno estava no governo estadual. Ele foi ao velório se despedir de Azeredo e o definiu como “um grande parceiro”.

“Lembro que ele tinha uma participação pequena nas primeiras pesquisas eleitorais, mas foi uma virada muito forte, que marcou o período. Uma pessoa negra, de origem humilde e sem tradição na política, mas conseguiu ascender ao posto de governador. Tivemos uma convivência de parceria, principalmente na urbanização de São Pedro, tirando famílias de cima de palafitas”, recorda Hartung.

PÓS-MANDATO

Albuíno Azeredo faleceu aos 73 anos. (Gabriel Lordêllo/Arquivo)

 

Ao fim de seu mandato como governador, Albuíno reabriu sua empresa de consultorias na área de infraestrutura. Também atendia a empresas dos setores de café, agroindústria, construção civil e comércio de automóveis.

Nas eleições de 1998 tentou voltar para o comando do Estado, mas, desta vez, foi derrotado por José Inácio Ferreira (na época no PSDB). Em 2000 foi convidado para ser subsecretário de Transportes no Rio de Janeiro, no governo de Anthony Garotinho. Permaneceu atuando no Executivo carioca até 2007, quando voltou a trabalhar com consultorias.

Mesmo morando no Rio, Albuíno manteve suas raízes no Espírito Santo. O prefeito de Cariacica, Juninho (PPS), falou de como o ex-governador o ajudou no início de seu mandato.

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“Ele trabalho na assistência social de Cariacica, onde teve muito contato com minha mãe. Quando assumi, fui conversar com ele e ouvir conselhos. Ele deixará um legado de retidão no serviço público”, analisa.

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