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Eduardo Bolsonaro na embaixada seria 'retrocesso', diz Olavo de Carvalho

Eduardo Bolsonaro na embaixada seria 'retrocesso', diz Olavo de Carvalho

Para escritor, filho do presidente deveria permanecer no Congresso para combater o Foro de São Paulo

Publicado em 13 de julho de 2019 às 19:53

 - Atualizado há 6 anos

Olavo de Carvalho é escritor e guru do presidente Crédito: Reprodução/Twitter | Arquivo

O escritor Olavo de Carvalho afirmou nesta sexta-feira (12) que a ida do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) para a embaixada do Brasil em Washington seria um "retrocesso" e representaria "a destruição da carreira" do parlamentar.

Em um vídeo publicado no YouTube, o guru da família Bolsonaro disse que o deputado assinou um requerimento para a criação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar o Foro de São Paulo –organização que reúne partidos de esquerda na América Latina– e que ele deveria se dedicar a esse tema no Parlamento.

"Essa CPI arrisca ser o acontecimento mais importante da nossa história parlamentar", disse Olavo.

"Você não pode começar uma coisa dessa envergadura, desse valor e importância, para depois assumir um posto diplomático em que você não vai poder nem falar do assunto. O diplomata tem lá as suas obrigações regulamentares e não vai poder nem ficar falando do Foro de São Paulo. Isso seria um retrocesso, seria a destruição da carreira do Eduardo Bolsonaro", acrescentou o escritor, que vive no estado da Virgínia, nos Estados Unidos.

Apesar de ter se manifestado contra a eventual nomeação, Olavo destacou que "está com Eduardo e com o seu pai até a morte" e que é amigo dos dois.

O presidente Jair Bolsonaro anunciou na última quinta-feira (11) que decidiu indicar seu filho Eduardo como embaixador do Brasil nos Estados Unidos, mas que a decisão de aceitar ou não o cargo cabia ao deputado.

A fala do mandatário ocorreu um dia depois do aniversário de 35 anos do parlamentar, idade mínima requerida para o posto.

A divulgação ocorreu fora dos padrões diplomáticos –a praxe é que o nome de um novo embaixador só seja conhecido depois de consultas formais ao país que receberá o novo embaixador, um trâmite conhecido por agrément.

A possibilidade gerou fortes reações, que vão desde comentários sobre a inexperiência de Eduardo para ocupar a principal função da diplomacia brasileira no exterior a críticas de que o caso configuraria nepotismo.

Tanto Bolsonaro quanto Eduardo dizem que não há nepotismo na indicação. Eles argumentam que o envio do filho do presidente da República para Washington colocaria as relações dos dois países em um outro patamar e ajudaria a estreitar os laços entre Brasil e Estados Unidos.

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