Publicado em 12 de julho de 2019 às 00:31
- Atualizado há 6 anos
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) deixou claro que aceitaria um convite de seu pai, Jair Bolsonaro, para assumir o cargo de embaixador do País nos Estados Unidos. Para assumir, o parlamentar teria que renunciar ao mandato.>
"Se for da vontade do presidente e ele realmente me entregar essa função de maneira oficial, eu aceitaria", afirmou Eduardo Bolsonaro em coletiva na Câmara dos Deputados.>
O filho do presidente afirmou que sua prioridade a frente da embaixada será de "reatar" as relações com os Estados Unidos, que para ele foi prejudicada nos governos anteriores e evitou afirmar que teria um papel mais atuante na questão da Venezuela.>
"A missão é de reatar essa relação, resgatar a credibilidade do País no exterior, atrair investimentos", afirmou o parlamentar.>
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Para Eduardo Bolsonaro, a indicação de um filho do presidente para o cargo de embaixador vai ser bem vista pelo governo americano. Ele disse que tem todas as credenciais para assumir o cargo, apesar de não ser um diplomata de carreira.>
"Fico imaginando do lado de lá. O povo americano olhando o presidente de um país enviando seu filho para trabalhar lá. Falo inglês, falo espanhol, sou o deputado federal mais votado da história do Brasil, sou presidente da Creden (Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional). Eu acredito que as credenciais me dão uma certa qualificação", afirmou, completando:>
"Óbvio que não sou um diplomata de carreira, não fiz o concurso público. Mas depende da missão que o presidente vai passar. Muita das vezes, e até é comum isso acontecer, muitos países entendem que uma indicação política demonstra um compromisso maior de aproximação entre os países. Eu acredito que a nomeação ou indicação e uma pessoa tão próxima do presidente seria visto com bons olhos pelo lado americano e daria a confiabilidade para desenvolver um trabalho resgatando o crédito do País no exterior", disse.>
Em entrevista, o presidente Jair Bolsonaro disse que já havia cogitado a possibilidade no passado, mas que voltou a considerá-la nesta quinta-feira, um dia depois de Eduardo completar 35 anos, idade mínima para um brasileiro assumir uma representação diplomática. O filho do presidente afirmou que a proximidade do anúncio com a data foi uma "feliz coincidência".>
O filho do presidente não descartou a possibilidade de chamar o escritor Olavo de Carvalho, um dos pensadores mais influentes do atual governo e que mora na Virgínia, para "colaborar" com a embaixada. "Acho que primeiro o chamaria para um churrasco e quem sabe para dar uns tiros", disse afirmando que o escritor é "uma referência" e uma "pessoa que tem um carinho".>
RENÚNCIA >
Para assumir o cargo, Eduardo Bolsonaro terá que abrir mão do mandato de deputado federal. Na coletiva, ele afirmou que renunciará caso seu nome seja confirmado. Além da indicação do presidente, o parlamentar terá que ser sabatinado pelo Senado Federal. Só depois desse rito, é que o filho do presidente viraria embaixador.>
"A missão dada pelo presidente vou tentar cumprir da melhor maneira possível. Se for por aqui dentro do Congresso Nacional ou mesmo na presidência da Creden (Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional). A gente tem desempenhado da melhor maneira possível", afirmou Eduardo Bolsonaro.>
Ao perguntar se a indicação não configuraria nepotismo, Eduardo Bolsonaro admitiu que pode ser alvo de críticas, mas que há um entendimento do Supremo Tribunal Federal que em casos análogos a esse, não configuraria uma nomeação ilegal.>
"A possibilidade pode ocorrer, mas a primeira análise que fizemos aqui é que não se enquadraria nisso. Seria uma indicação igual como de um presidente indicar um ministro. Estaria fora da súmula vinculante. Fora da questão do nepotismo".>
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