Único representante do PSDB na bancada federal capixaba, o senador Ricardo Ferraço afirmou que o Supremo Tribunal Federal (STF) "fez bem" ao transformar o também senador Aécio Neves (PSDB-MG) em réu por suposta prática de corrupção passiva e obstrução de Justiça, nesta terça-feira (17).
Para Ferraço, os elementos da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República contra o ex-presidenciável "são gravíssimos".
"A lei tem que valer para todos. Não podemos admitir dois pesos e duas medidas. Pau que dá em Chico, dá em Francisco. Os fatos imputados contra o senador Aécio Neves são gravíssimos. Portanto, fez bem o STF ao admitir a denúncia até para que ele possa se defender e, se for o caso, provar sua inocência. Mas a lei tem que valer para todos", afirmou, em vídeo.
Em outubro de 2017, Ferraço anunciou que se licenciaria do mandato de senador alegando "estar com vergonha da política". O anúncio foi feito logo após o plenário do Senado derrubar, por 44 votos a 26, decisão do STF que afastou Aécio das funções. Consequentemente, o político mineiro ganhou o direito de retomar o mandato.
"(A decisão do Senado) foi a gota d'água. Mas já vinha amadurecendo essa há algumas semanas. Quero passar mais tempo com os capixabas e mais longe de Brasília", declarou o representante capixaba, na época.
Ele estava em viagem oficial e não participou da votação. A senadora Rose de Freitas (à época no PMDB e hoje no Podemos) também não votou. Alegou não ter conseguido comprar passagem em voo comercial para Brasília. O outro senador do Espírito Santo, Magno Malta (PR), votou pela manutenção do afastamento.
O "protesto" de Ricardo Ferraço contra a decisão dos senadores o afastou do Senado por cerca de quatro meses. Houve, no entanto, outra leitura sobre o pedido de afastamento. Conforme a coluna Praça Oito publicou na época, o senador estava interessado em mudar a própria imagem. Aproveitaria o tempo longe de Brasília para se aproximar mais do dia a dia do Estado.
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