Publicado em 3 de abril de 2018 às 23:40
O Congresso Nacional derrubou o veto presidencial à lei que cria Refis para micro e pequenas empresas. Pela proposta, esses contribuintes poderão parcelar suas dívidas com descontos de até 90% dos juros e 70% das multas, a depender da forma de pagamento. A estimativa é que a medida tenha impacto de R$ 7 bilhões nas contas públicas em 15 anos, segundo números do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).>
Em janeiro, o presidente Michel Temer vetou o projeto por entender que a votação de um projeto que implicaria renúncia fiscal sem previsão no Orçamento fere a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). No mês passado, no entanto, Temer afirmou que o governo estava estudando uma forma de viabilizar o projeto e que o Palácio do Planalto patrocinaria a queda do próprio veto.>
O Sebrae estima que 600 mil empresas inadimplentes seriam beneficiadas e renegociaram dívidas da ordem de R$ 21 bilhões. O prazo de adesão é de 90 dias a contar do início do vigor da lei e só vale para dívidas contraídas até novembro de 2017. É exigida uma entrada de 5% do débito, que pode ser parcelado em cinco vezes. O restante pode ser pago em três modalidades: em uma única vez, em 145 parcelas e em 175 prestações.>
Quem decidir pagar tudo de uma só vez tem direito a 90% de desconto em juros e 70% em multas. Para quem parcelar em 145 vezes, há redução de 80% de juros e 50% de multas. Para parcelamento em 175 vezes, o desconto é de 50% nos juros e 25% nas multas. O Refis também permite que empresas que já integram outros parcelamentos possam migrar para esse programa.>
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A equipe econômica trabalhou durante toda a tramitação do projeto para que ele não fosse aprovado. Isso porque as micro e pequenas empresas já possuem condições especiais de pagamento de impostos, com alíquotas reduzidas e simplificadas, por meio do Simples Nacional. Além disso, já tiveram um parcelamento próprio.>
Parlamentares, no entanto, argumentam que as aderentes do Simples Nacional têm o direito legal de serem tratadas de forma diferenciada e favorecida das demais empresas. Assim, ao aprovar o Programa Especial de Regularização Tributária (Pert), em outubro do ano passado, e permitir que grandes empresas parcelassem suas dívidas tributárias com condições mais favoráveis, o governo teria ferido essa norma.>
O presidente do Sebrae afirmou que a derrubada dos vetos é positiva porque cria condições para que as pequenas empresas paguem suas dívidas. Ele minimizou a perda de R$ 7 bilhões para os cofres públicos, decorrentes de redução de juros e multa para quem aderir ao programa de refinanciamento.>
Segundo ele, as questões que levaram ao veto presidencial já foram solucionadas. Ele contou que se reuniu com representantes da equipe econômica há cerca de dez dias e que ficou combinado a derrubada do veto em abril e sua promulgação em maio, de forma que o impacto orçamentário fique para 2019.>
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