Publicado em 4 de setembro de 2019 às 18:43
- Atualizado há 6 anos
Chamado de "ejaculação precoce" pelo presidente Jair Bolsonaro, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), reagiu nesta quarta-feira (4) e disse que foi criticado da mesma maneira pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2016, quando venceu Fernando Haddad (PT) na disputa pelo cargo de prefeito da capital paulista.>
"O Lula também falava isso em 2016, quando eu me apresentei como pré-candidato do PSDB às prévias do meu partido. E, para tristeza do ex-presidente e hoje presidiário Lula, eu não só ganhei as eleições na capital como ganhei no primeiro turno do Fernando Haddad, que era então o candidato que o Lula carregava no colo e dizia que seria facilmente reeleito", disse, em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes ao lado do prefeito de São Paulo Bruno Covas (PSDB).>
"Modéstia à parte, tenho vitórias que podem ser bem avaliadas no maior colégio eleitoral do país", completou.>
Em café da manhã com jornalistas da >
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Folha de S.Paulo>
na terça-feira (03), Bolsonaro afirmou que Doria não tem chance nas eleições presidenciais de 2022 porque é uma "ejaculação precoce". O tucano planeja concorrer à Presidência na próxima eleição.>
Na avaliação do presidente, Doria deveria pensar "talvez" somente nas eleições de 2026. Para ele, o governador de São Paulo "não tem apoio popular".>
Nesta terça-feira (03), Bolsonaro afirmou à Folha de S.Paulo que está disposto a concorrer à reeleição. "Pretendo sim, se estiver bem lá", disse.>
Inicialmente, na resposta desta quarta, Doria afirmou que não entraria "em polêmica", mas decidiu colocar "uma pitadinha de bom humor" ao comparar os ataques feitos a ele por Lula e por Bolsonaro.>
"O momento não é de polemizar, mas de administrar. Todos temos uma responsabilidade na gestão, o prefeito Bruno Covas, eu como governador, e o presidente Jair Bolsonaro tem o dever de administrar bem o seu país. Nós todos temos que fixar responsavelmente as nossas ações e as nossas atitudes para fazer boa gestão. O Brasil tem ainda quase 13 milhões de desempregados, são pessoas que esperam e mantém suas esperanças no governo Bolsonaro e nos prefeitos de suas cidades para que possam fazer boa gestão", disse.>
A primeira-dama de São Paulo, Bia Doria, repudiou a declaração Bolsonaro de que o marido é uma "ejaculação precoce".>
Bia disse que o presidente usa "expressões chulas, que ferem e desrespeitam a família brasileira e a importância do cargo que ocupa". A primeira-dama postou uma nota de repúdio em rede social; a publicação foi curtida por Doria.>
Depois de colar na popularidade de Bolsonaro para se eleger em 2018 com o voto "Bolsodoria", o tucano tem buscado se distanciar do presidente, pois eles disputam a mesma faixa do eleitorado de direita. O governador paulista tem feito críticas à Bolsonaro, como quando repudiou a fala sobre o pai do presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, por exemplo.>
Bolsonaro tem enfileirado ataques ao tucano. No sábado (31), em uma conversa com jornalistas, o presidente afirmou que Doria está "morto" para 2022.>
Dois dias antes, acusou o tucano de ter "mamado nas tetas do BNDES" no governo do PT, em referência à compra de jatinho a juros subsidiados do banco. Doria rebateu afirmando que nunca precisou mamar em "teta nenhuma".>
Nos primeiros meses de mandato de ambos, a relação teve momentos harmoniosos. Em junho, por exemplo, o presidente e o governador fizeram lado a lado uma demonstração de flexão de braço durante evento na zona sul de São Paulo.>
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