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Câmara de Vitória arquiva denúncia contra vereador por comentário machista

Câmara de Vitória arquiva denúncia contra vereador por comentário machista

Por unanimidade, membros da Corregedoria aprovaram relatório que afirma que críticas de Gilvan da Federal feitas a roupa de vereadora foram "opinião política"

Publicado em 16 de junho de 2021 às 15:44

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Durante a reunião da Corregedoria, manifestantes, do lado de fora, pediam punição ao vereador
Reunião da Corregedoria da Câmara de Vitória. (Reprodução)
Rafael Silva
Repórter de Política / [email protected]

A Corregedoria-geral da Câmara de Vitória arquivou nesta quarta-feira (16) a denúncia feita pela vereadora Camila Valadão (PSOL) por quebra de decoro contra o vereador Gilvan da Federal (Patriota). Por quatro votos a zero, os parlamentares que compõem o grupo negaram que tenha havido alguma irregularidade após o vereador ter criticado a roupa de Valadão, que deixava o ombro a mostra, e dizer em plenário que "quem quer respeito, se dá o respeito".

Câmara de Vitória arquiva denúncia contra vereador por comentário machista

A votação seguiu o relatório do vereador Maurício Leite, que deu parecer pela inadmissibilidade e arquivamento da denúncia. Seguiram o relator os vereadores André Brandino (PSC), Duda Brasil (PSL) e Armandinho Fontoura (Podemos). O corregedor-geral, Anderson Goggi (PTB), se absteve.

Durante a análise do caso, manifestantes, do lado de fora da Câmara, protestavam contra Gilvan. O relator, Maurício Leite, considerou que o vereador, em seu discurso, não faltou com o decoro e apenas "explicitou sua opinião política".

"Desse modo, entendemos que o representado não extrapolou as prerrogativas inerentes ao mandato. Apenas explicitou, embora de forma que pessoalmente julgo equivocada, sua opinião política sobre eventos que suscitam intensos debate e 'comoção nacionais.' A liberdade de expressão conferida aos vereadores é uma garantia constitucional para o regular desempenho de suas funções", escreveu Maurício Leite.

Manifestantes criticaram comentário de Gilvan na Câmara
Manifestantes criticaram comentário de Gilvan na Câmara. À frente, Camila Valadão, usando mesma blusa que vestiu no dia em que foi alvo de comentários machistas do colega em plenário. (Divulgação/Camila Valadão)

Camila acompanhou a votação e disse que a rejeição já era esperada. Ela afirma que o relatório é equivocado e foi feito juízo de mérito no parecer, extrapolando a competência de apontar se a denúncia era admissível ou não de ser analisada pelos membros da Corregedoria.

"Então, dizer que ‘não tenho moral’, que sou ‘canalha’ e ‘covarde’ foi interpretado como normal. O que é lamentável, pois isso é uma violência. E todas as vezes que a gente sofrer esses tipos de violência, iremos denunciar. Pois não vamos aceitar e não seremos silenciadas", criticou a vereadora.

A denúncia pedia uma advertência verbal e a suspensão das prerrogativas regimentais de Gilvan. De acordo com o corregedor-geral, Anderson Goggi, Camila ainda pode recorrer da decisão.

"Se ela tiver interesse, ela pode, sim, recorrer", afirmou.

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