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Recebendo salário, PM que bateu em frentista no ES recebe 4ª licença médica

Recebendo salário, PM que bateu em frentista no ES recebe 4ª licença médica

Clemilson Silva de Freitas está afastado desde o final de janeiro deste ano, dias depois de ser filmado agredindo um civil em um posto de combustíveis de Vila Velha. Ele seguirá sem trabalhar por mais 60 dias recebendo salário, o que é previsto em lei

Publicado em 27 de outubro de 2020 às 16:23

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Policial deu tapa na cara do frentista e apontou a arma para ele — Foto: Reprodução/ TV Gazeta
Policial deu tapa na cara do frentista e apontou a arma para ele durante a manhã do dia 23 de janeiro deste ano. (Reprodução | TV Gazeta)

Depois de ficar afastado por 274 dias – cerca de nove meses – devido a três licenças médicas, o sargento Clemilson Silva de Freitas – acusado de apontar arma e bater em um frentista – passou por uma nova avaliação nesta terça-feira (27) e continuará longe do trabalho, pelo menos, até o dia 26 de dezembro deste ano. As informações foram passadas na tarde desta terça pela Polícia Militar do Espírito Santo.

O primeiro e mais longo dos afastamentos teve início em 28 de janeiro – cinco dias depois do policial apontar a arma e bater no rosto do frentista Joelcio Rodrigues dos Santos, em um posto de combustíveis na Praia de Itaparica, em Vila Velha. Câmeras de segurança flagraram as agressões. Veja o vídeo:

Alegando sigilo entre médico e paciente, a Polícia Militar nunca revelou por qual problema de saúde o sargento está afastado. Por nota, apenas informou que "o militar passou por avaliação médica e a licença foi renovada por mais 60 dias" e que ele "está respondendo a Processo Administrativo Disciplinar de rito sumário, em andamento na Corregedoria da Polícia Militar".

Recebendo salário, PM que bateu em frentista no ES recebe 4ª licença médica

Durante todo o período em que não tem trabalhado devido às licenças médicas, o sargento Clemilson Silva de Freitas segue recebendo o salário. Pago com dinheiro público, o valor já soma mais de R$ 50 mil, conforme informações disponíveis no Portal da Transparência do governo do Estado. Vale ressaltar que esse é um direito previsto em lei.

VÍTIMA: OITO MESES DE ESPERA E IMPUNIDADE

Além do procedimento interno à Polícia Militar, o caso também chegou à Vara de Auditoria Militar em março, após a denúncia do Ministério Público do Espírito Santo (MPES) ser acatada. No entanto, desde então, este foi o único andamento do processo no Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES).

O frentista Joelcio Rodrigues só conseguiu denunciar o policial na Corregedoria da PM depois de quatro tentativas. (Larissa Avilez)

A primeira audiência sobre a atitude criminosa do sargento da PM está marcada apenas para o próximo dia 24 de novembro – quando o crime já terá completado dez meses. Nos autos, Clemilson Silva de Freitas responde por três crimes: lesão leve, injúria real e ameaça, todos passíveis de detenção.

AGRESSÕES POR CAUSA DE "ATENDIMENTO RUIM"

Na manhã do dia 23 de janeiro deste ano, o frentista Joelcio Rodrigues dos Santos chegou para trabalhar no posto de combustível localizado da Praia de Itaparica e foi surpreendido pela presença do policial – que o esperava e teria voltado ao estabelecimento para tirar satisfações por causa de um atendimento "ruim" prestado na noite anterior.

Segundo a vítima, o sargento começou a xingar e fazer ameaças depois do frentista pedir para que ele e a mulher descessem da moto para abastecer. Ato que é de praxe do local, por motivos de segurança. “No outro dia, assim que bati o ponto, ele veio atrás e começou a me bater”, contou Joelcio, na época.

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