Publicado em 12 de março de 2020 às 20:56
Na denúncia enviada à Justiça nesta terça-feira (10), o Ministério Público do Espírito Santo (MPES) entendeu que o Terceiro Sargento Clemilson Silva de Freitas cometeu três crimes: lesão leve, injúria real e ameaça sendo este último praticado duas vezes. Em todos eles, a vítima foi o frentista Joelcio Rodrigues dos Santos, de 39 anos. A reportagem de A Gazeta teve acesso ao documento nesta quinta-feira (12).>
Na manhã de 23 de janeiro deste ano, quando ele chegou ao posto de gasolina no bairro de Itaparica, em Vila Velha, o policial foi atrás do trabalhador, deu um tapa na cara dele e o apontou a arma. As ações foram gravadas por uma câmera de segurança do estabelecimento (veja vídeo acima) e teriam sido motivadas por um atendimento considerado ruim no dia anterior.>
O caso foi investigado pela Corregedoria da Polícia Militar, por meio de um inquérito policial, que durou cerca de 40 dias. Depois de concluído, ele foi encaminhado ao MPES, que o analisou e o remeteu à Justiça. Se o juiz acatar a denúncia, o processo seguirá na Vara de Auditoria Militar, ainda sem prazo para ser concluído. >
Advogada de Joelcio, Rafaela Reisen analisou os andamentos. Eu acabei de tomar ciência dos autos, mas, olhando de uma forma genérica, acredito que a denúncia foi muito branda. O MPES acertou em denunciá-lo. O juiz deve acatar a denúncia e avaliar o caso concreto, com um maior cuidado, defendeu.>
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Rafaela Reisen
Advogada de defesa do frentista Joelcio Rodriges do SantosPor meio de nota enviada na terça-feira (12), a Polícia Militar informou que o Terceiro Sargento Clemilson Silva de Freitas continua afastado das funções e que ainda se mantém na condição de investigado. O afastamento do policial deve continuar até a conclusão do processo.>
Tudo aconteceu em um posto de gasolina localizado na Rodovia do Sol, em Itaparica, Vila Velha. No último dia 23 de janeiro, o policial militar teria voltado para tirar satisfação por causa de um atendimento. Ele veio com uma mulher para abastecer R$ 50. Quando pedi para descerem da moto, um procedimento de praxe, ele começou a me xingar e foi embora dizendo que voltaria, contou Joelcio. >
No outro dia de manhã, antes das 8h, o policial chegou ao estabelecimento vestido com a farda da PM e perguntou se o responsável se encontrava. Diante da negativa, o agente ficou esperando no local e viu o frentista chegar. Assim que bati o ponto, ele veio atrás, me chamou, perguntou se eu lembrava dele e começou a me bater, lembrou.>
No mesmo dia, Joelcio foi ao 4º Batalhão da Polícia Militar, em Vila Velha, para registrar o caso e fazer exame de corpo de delito, que apontou um hematoma arroxeado no rosto e um pequeno ferimento na região da boca. Depois de registrar outros dois boletins de ocorrência, junto à Polícia Civil, o caso chegou à Corregedoria da PM.>
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