Publicado em 24 de setembro de 2019 às 20:38
A Justiça determinou que o policial militar Igor Moreira da Silva, acusado de matar o estudante Jean Pierre Otero Lazzarini, 27 anos, em dezembro de 2017, será levado a júri popular. A data do julgamento ainda não foi divulgada.>
A decisão foi anunciada pelo juiz Eneas José Ferreira Miranda, da 4ª Vara Criminal de Vila Velha. De acordo com a polícia, o estudante foi morto no dia 25 de dezembro de 2017 com três tiros nas costas.>
No dia do crime, Igor se apresentou à delegacia e disse ter feito os disparos contra Jean, pois este estaria portando arma e feito menção de sacar o objeto da cintura. O PM entregou uma pistola calibre 380 com numeração adulterada que teria sido apreendida com o Jean.>
Sete meses depois, Igor foi indiciado por homicídio qualificado por motivo fútil e uso de meio que impossibilitou a defesa da vítima e fraude processual. As investigações do caso foram concluídas em julho do ano passado pela Delegacia de Crimes Contra a Vida (DCCV) de Vila Velha e enviadas à Justiça, que aceitou a denúncia proposta pelo Ministério Público Estadual.>
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A mãe de Jean, a empresária Simone Otero Lazzarini, 52 anos, disse que vive uma mistura de sentimentos desde que soube da decisão pelo julgamento. Ela espera que o soldado Igor seja condenado pelo crime e expulso da corporação.>
A gente clama por justiça para que não aconteça novamente. Uma pessoa que tem essa coragem, esse sangue frio de matar um jovem com três disparos pelas costas, pode fazer novamente. É uma laranja podre dentro de uma corporação que deve proteger e não matar o cidadão, analisa a mãe.>
POLICIAL ESTÁ PRESO>
A Polícia Militar informou que Igor Moreira da Silva está afastado, responde a Processo Administrativo Disciplinar por Rito Ordinário (PAD-RO), ainda em andamento. O militar continua detido no Quartel do Comando Geral, em Maruípe, Vitória. Ele recebe o salário normalmente.>
A mãe do militar, a professora aposentada Tania Maria Moreira, 65 anos, disse que o filho está preso desde o dia 3 de agosto de 2018. Ela disse reconhecer a dor da família do estudante, mas afirma que o filho está preso injustamente.>
"Meu filho é um policial 24 horas por dia. Ele só fez o trabalho dele. Uma pessoa armada em uma festa, visivelmente alterada, poderia ter machucado muitos inocentes. Os policiais foram com o objetivo de proteger a população. Infelizmente, o Jean reagiu. Somos duas famílias sofrendo", disse a mãe do policial.>
O CASO>
Jean Pierre foi morto na manhã de segunda-feira, em uma confraternização no bairro Araçás, em Vila Velha. De acordo com um morador, que não quis ser identificado, a festividade é tradição no bairro. Após a ceia, é comum os moradores se reunirem na praça, com bebidas e caixas de som.>
Era por volta de 7h quando a vítima, que estava, de acordo com a polícia, com uma arma na cintura, foi abordada por um policial que não estava fardado. De acordo o policial, Jean Pierre teria reagido a uma abordagem e, por isso o PM teria atirado três vezes contra o jovem.>
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