Publicado em 14 de fevereiro de 2020 às 15:55
Sete pessoas suspeitas de ter ligação com os ataques em avenidas de Vitória nesta sexta-feira (14) foram presas nesta manhã, segundo o secretário estadual de segurança pública, Roberto Sá. >
Na manhã desta sexta-feira (14), criminosos armados chegaram atirando, soltando fogos de artifício e depredando carros nas Avenidas Leitão da Silva e Marechal Campos, Zona Sul de Vitória. O tiroteio gerou desespero nos lojistas, pedestres e motoristas que passavam pelos locais.>
Em entrevista coletiva na tarde desta sexta-feira, o secretário afirmou que está sendo investigada a possibilidade de os ataques terem sido motivados pela morte de um jovem de 17 anos durante um confronto entre policiais e criminosos no Complexo da Penha, região de intenso domínio do tráfico de drogas.>
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Junto ao chefe da Polícia Civil do Estado, o delegado José Darcy Arruda, e ao comandante-geral da Polícia Militar, coronel Marcio Eugênio Sartório, Roberto Sá explicou que nesta madrugada, policiais civis cumpriam mandados de prisão quando foram surpreendidos por homens armados e revidaram os tiros no bairro Bonfim, em Vitória. No entanto, não houve registro de mortes no local.>
Mais tarde, já por volta das 8h30, o jovem baleado deu entrada no hospital São Lucas, em Vitória, e depois morreu. Por esse motivo, ainda não é possível saber se o disparo que matou o adolescente partiu da polícia ou dos criminosos.>
"Tomamos conhecimento de um óbito que deu entrada no [hospital] São Lucas, que é ali da região também: São Benedito, Bonfim, Bairro da Penha. Esse óbito será objeto de uma investigação rigorosa. Há a informação de que, lamentavelmente, esse jovem tinha envolvimento com o tráfico, o que não justifica, esse óbito vai ser investigado como todos os outros são", disse.>
O secretário também informou que o efetivo da PM nas ruas de Vitória aumentou nesta sexta, sendo convocados militares que normalmente ficam com serviços administrativos para irem às ruas. Entretanto, a informação sobre o quantitativo não pode ser informada porque é estratégica, segundo a Sesp.>
Além de viaturas da Polícia Militar, pelo menos dois helicópteros da corporação estão sendo usados na operação que visa conter os focos das ações criminosas.>
Durante os ataques, carros foram depredados por ataques com pedras. Dois ônibus na Avenida Marechal Campos - um Transcol e um coletivo municipal de Vitória - também foram alvo de pedradas. Testemunhas contam que os criminosos colocaram fogo no Transcol, mas a população conseguiu conter as chamas. >
Nas Avenidas Leitão da Silva e Marechal Campos, carros foram danificados, comerciantes precisaram fechar as portas rapidamente e um ônibus foi incendiado - mas os moradores conseguiram conter as chamas rapidamente.>
Na Avenida Maruípe, que faz ligação com a Marechal Campos, quatro criminosos armados entraram em um ônibus, mandaram os passageiros descer e deram tiros para o alto. Depois, o coletivo foi completamente incendiado.>
Os criminosos fugiram. Não há informações sobre vítimas. As avenidas já foram liberadas pela polícia, que permanece no local, mas as lojas seguem fechadas. Com medo, pedestres e motoristas têm evitado passar nas avenidas.>
O governador do Espirito Santo, Renato Casagrande, falou sobre os ataques em uma rede social. "Bandidos reagem à ocupação da PM nos bairros, mas a polícia atuará com mais força ainda. Já efetuamos prisões de alguns desses criminosos. Essa será a nossa resposta.">
A Polícia Militar ocupa, desde o dia 5 de fevereiro, o Bairro da Penha, em Vitória. Essa intervenção começou depois do aumento dos confrontos armados entre facções criminosas que disputam o tráfico de drogas na região. Nos últimos 15 dias de janeiro ocorreram nove tiroteios nessa região.>
De acordo com o vice-presidente da Associação de Comerciantes da Avenida Leitão da Silva (Assemples), Bruno Denarde Nogueira, por volta das 8h30 os criminosos apareceram e começaram a atirar sem que houvesse toque de recolher.>
Bruno Denarde Nogueira
Vice-presidente da Associação de Comerciantes da Avenida Leitão da Silva (Assemples)Segundo com o comerciante, apesar da presença da Polícia Militar nos locais, o clima ainda é de tensão. "O comércio está todo fechado. Mas esse não é um problema da Leitão da Silva, é um problema de segurança de toda a cidade. Não sabemos se vamos conseguir reabrir hoje, vai depender das informações que vierem da Polícia Militar", diz Bruno. >
O professor José Maurício Rodrigues seguia pela Avenida Leitão da Silva quando os criminosos armados começaram os ataques. "Não tinha como a gente sair, tava tudo engarrafado mesmo, e foi então que eles começaram a vir pulando em cima dos carros, saltando e jogando paralelepípedos, com armas nas mãos. Coagindo as pessoas", afirmou.>
A Avenida Leitão da Silva concentra lojas de materiais de construção, móveis, peças de carros. Também há uma papelaria e um supermercado no local. Já a Avenida Marechal Campos tem oficinas, lojas de atacados, lojas de peças de carros, uma concessionária, um supermercado e alguns restaurantes pequenos. >
Com informações da TV Gazeta>
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