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Publicado em 24 de abril de 2023 às 15:52
A Polícia Civil afirmou que investiga e deve ouvir o segurança responsável por revistar o indivíduo apontado como principal suspeito da morte de Eduardo Chaves Camilo, de 32 anos, assassinado a tiros no Gordinho Sambão, em Vitória, na madrugada do último dia 16. Imagens divulgadas pela corporação nesta segunda-feira (24) mostram o homem passando pelo segurança duas vezes. A arma utilizada no crime, no entanto, não foi flagrada pelo profissional no corpo do atirador. >
No início da madrugada de terça-feira (16), o suspeito, que não teve o nome divulgado pela polícia, entra no local com outras pessoas. Ele vestia camisa bege claro, calção branco e chinelo. Enquanto a revista de outro homem demora cerca de cinco segundos, o homem não fica dois segundos na frente do segurança, vestido todo de preto. O indivíduo ainda leva um toque nas costas, uma forma de liberar a entrada.>
O homem apontado como o atirador chegou a sair da casa de shows. Ele pagou novamente a entrada e passou pela segurança em uma nova oportunidade. Desta vez, foi possível ver que o segurança apalpa os bolsos e passa a mão na região da lombar. Nada foi encontrado e o suspeito foi liberado em três segundos.>
Em entrevista coletiva nesta segunda-feira (24), o titular da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa de Vitória, delegado Marcelo Cavalcanti, afirmou que as imagens são determinantes para a apuração do caso. O vídeo mostra, como observado pelo delegado, que o suspeito teve fácil acesso e passou rapidamente pela abordagem na primeira oportunidade.>
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Questionado sobre o motivo da entrada sem revista, Marcelo Cavalcanti afirmou que a apuração da Polícia Civil ainda está em andamento e apontou que houve "falta de cuidado" ou até mesmo "conivência" do segurança no momento da revista. De acordo com o delegado, o homem responsável pela revista deve ser ouvido pela polícia.>
Delegado Marcelo Cavalcanti
Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa de VitóriaA Polícia Civil do Espírito Santo informou que a morte de Eduardo Chaves Camilo, de 32 anos, assassinado a tiros no Gordinho Sambão, em Vitória, na madrugada do dia 16 de abril, não teve a participação de policiais militares. A informação de que estava em investigação se PMs teriam participado do crime chegou a ser passada anteriormente, mas imagens apresentadas pela corporação (vídeo acima) mostram que os agentes, antes considerados suspeitos, estavam com roupas diferentes das que vestiam o autor do homicídio, conforme descrição em boletim de ocorrência da Polícia Militar. >
Conforme boletim de ocorrência registrado pela Polícia Militar, o suspeito estava com blusa bege clara, bermuda branca e chinelo, o que fica evidenciado no vídeo. No entanto, o delegado Marcelo Cavalcanti explicou que o homem que aparece com tais características não é policial.>
Questionado sobre o que teria motivado o crime, o delegado José Darcy Arruda aponta que a morte de Eduardo tem relação com o tráfico de drogas, mas seria um crime de oportunidade. Ou seja, o atirador não teria ido ao local exclusivamente para cometer o assassinato, mas, ao entrar na casa de shows e visualizar o alvo, resolveu cometer o homicídio.>
A suspeita da Polícia Civil é que a arma do suspeito estivesse no carro, fora do Gordinho Sambão, no momento em que o atirador entrou no local pela primeira vez. O homem de camisa bege clara, calção branco e chinelo teria saído do bar justamente para pegar a arma. Menos de uma hora após voltar, ele atirou e matou Eduardo Chaves Camilo. Após atirar, o homem fugiu. Eduardo, de 32 anos, morreu no local. Outras três pessoas ficaram feridas com tiros.>
Segundo o delegado Marcelo Cavalcanti, a Polícia Civil já sabe quem é o suspeito do assassinato, mas a corporação não divulgou o nome do indivíduo – que tem passagens pela polícia. >
A Polícia Civil informou que está periciando quatro armas semelhantes. Ao menos uma delas é de um dos policiais militares que era considerado suspeito. Outra arma foi apreendida com um motociclista morto no bairro Bela Vista, em Vitória, neste domingo (23). A apuração deve apontar qual arma foi utilizada no crime do Bar do Gordinho. Apesar de a participação do militar ter sido descartada, a arma segue em análise.>
A Polícia Civil apresentou a nova versão dos fatos em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (24), apontando que não houve participação de policiais militares no assassinato. A suspeita inicial foi divulgada pouco depois do crime, na confecção do boletim de ocorrência realizado por integrantes da Polícia Militar.>
Em uma nova apresentação dos fatos, agora com imagens gravadas dentro da casa de shows, é possível ver a chegada de dois policiais militares. Antes tratados como suspeitos, a Polícia Civil entende que os dois não tiveram participação no crime. As imagens mostram que os dois chegam a passar, uma hora antes do crime, ao lado do atirador. No momento em que o suspeito tentava sair do estabelecimento pela porta de entrada, os policiais entravam na casa de shows. >
Marcelo Cavalcanti
Titular da DHPP de Vitória
Como afirmado algumas vezes pelo delegado, os dois policiais militares não têm relação com o crime. Isso se justifica porque, segundo ele:
Apesar de ter descartado a participação de policiais militares no caso, o delegado Marcelo Cavalcanti afirmou que ficou constatado o pedido de um dos militares para que houvesse uma alteração no livro em que ficam registrados horários de entrada e saída. O delegado não disse o que teria motivado o pedido e informou que a investigação deste detalhe é de responsabilidade da Polícia Militar.>
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