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Polícia investiga se adolescente foi obrigado a assumir culpa pela morte de PM em Vitória

Polícia investiga se adolescente foi obrigado a assumir culpa pela morte de PM em Vitória

Menor de 17 anos, que se entregou à polícia no sábado (19), diz ter sido autor dos disparos que mataram o sargento Marco Romania, na quarta-feira (16)

Publicado em 21 de fevereiro de 2022 às 12:30

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Arma utilizada no crime (esquerda) e arma do sargento (direita) foram entregues à polícia
Arma utilizada no crime (esquerda) e arma do sargento (direita) foram entregues à polícia pelo adolescente. (Daniel Pasti)

O adolescente de 17 anos, que se entregou à Polícia Civil neste sábado (19), assumiu ter sido o autor dos disparos que atingiram o sargento da Polícia Militar Marco Romania, morto em um bar do bairro Joana D'Arc, em Vitória, na última quarta-feira (16). A corporação, porém, ainda vai investigar se ele de fato atirou ou se está sendo utilizado como "bode expiatório" para impedir que os outros envolvidos sejam condenados pelo crime.

O adolescente entregou à polícia duas armas: uma que teria sido utilizada no crime a do sargento, que foi roubada depois que ele foi morto.

Sargento Marco Romania
Sargento Marco Romania foi morto na quarta-feira (16), em um bar de Vitória. (Reprodução rede social)

Segundo o delegado Brenno Andrade, da divisão de Repressão aos Crimes Contra o Patrimônio (DRCCP), o adolescente narra que houve uma confusão que culminou na morte do sargento. Ele ressaltou, porém, que o depoimento do menor ainda será comparado aos depoimentos do motorista preso por dar fuga ao grupo, das testemunhas e dos outros envolvidos, quando forem detidos.

"A Polícia Civil vai identificar se esse menor realmente esteve no local ou se ele foi apresentado como uma desculpa para tentar tirar a responsabilidade criminal dos outros maiores. A polícia tem a identificação dessas outras pessoas. Então, a polícia oportuniza essas outras pessoas que se apresentam à polícia através de um advogado, através dos familiares. Vamos prendê-los, é questão de tempo", argumentou o delegado.

O delegado ponderou, entretanto, que a versão do adolescente precisará ser comparada com a de outros suspeitos para só então ser confirmado o papel dele no crime.

"A versão dele tem que ser confrontada com a das testemunhas, com a do motorista e com os outros indivíduos que vão ser presos. Ele fala que teria sido responsável pelos disparos, que teria acontecido um embate com o policial militar, mas a polícia tem que ver os detalhes. A alegação dele é que houve uma confusão, que ele teria percebido que o policial estava esboçando uma reação e atirou", detalhou o delegado.

POLÍCIA INVESTIGA CRIME DE LATROCÍNIO

Polícia Civil trata como latrocínio - ou seja, roubo seguido de morte - o caso do assassinato do sargento Romania. O delegado Brenno Andrade, da divisão de Repressão aos Crimes Contra o Patrimônio (DRCCP), ressaltou, porém, que a linha de investigação pode mudar a partir da prisão dos outros investigados no crime.

Brenno Andrade argumentou que os dois envolvidos no caso, que foram detidos até o momento, - o motorista do carro utilizado para fuga no crime e um adolescente - alegaram que iriam roubar uma distribuidora de bebidas em Cariacica, que estava fechada. Eles, então, rodaram por vários bairros procurando um estabelecimento para ser alvo, até que se depararam com o bar em Joana D'arc.

"Eles alegam que foram fazer um assalto em uma distribuidora de bebidas em Cariacica, esse depósito estaria fechado, então eles começaram a rodar procurando um estabelecimento comercial, encontraram um em Joana D’arc e efetuaram o roubo. Em um primeiro momento, causou estranheza a participação de cinco indivíduos em um roubo de um bar pequeno, com poucas pessoas dentro, mas, neste momento, a gente trabalha com a hipótese de latrocínio", contou o delegado.

Aspas de citação

Desde o primeiro momento, eles alegam que seria um roubo e o fato não teria acontecido com relação ao exercício da função do policial militar. O caso concreto hoje é de que se trata de um latrocínio, não uma execução. Mas essa afirmação só saberemos ao final do inquérito policial após prender todos os criminosos

Brenno Andrade
Delegado da DRCCP
Aspas de citação
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O CRIME

O sargento da PM estava em um bar de Joana D'arc, na Capital, quando foi baleado por bandidos, na noite da última quarta-feira (16). Segundo o secretário de Estado da Segurança Pública, coronel Alexandre Ramalho, o militar foi atingido por três disparos: um no pescoço, um na cabeça e outro na nuca.

Uma câmera de videomonitoramento de um comércio na região flagrou o momento em que suspeitos fugiram do bar. As imagens auxiliam a polícia nas investigações. Assista:

O QUE DISSE A PM

"Por volta das 23h desta última quarta-feira (16), a Polícia Militar foi acionada para verificar uma ocorrência de latrocínio no bairro Joana d'Arc, em Vitória. No local, foi constatado que um homem, que era um sargento da PM, havia sido alvejado pelos criminosos. O socorro chegou a ser acionado, mas a vítima teve o óbito confirmado no local do fato pelo Samu.

Segundo testemunhas, dois indivíduos armados invadiram o bar exigindo que todos os presentes no estabelecimento fossem para a cozinha. No entanto, enquanto os demais obedeciam às ordens, o PM seguiu para outro cômodo, uma despensa. Neste momento os criminosos teriam feito algumas indagações ao militar e, em seguida, realizado os disparos que alvejaram a vítima. Os criminosos evadiram-se em um veículo sem levar nada do estabelecimento. Buscas foram realizadas, mas os suspeitos não foram localizados no momento do fato. A ocorrência foi encaminhada à Polícia Civil para investigação".

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