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Irmão descobriu morte de ciclista em assalto pelas redes sociais

Irmão descobriu morte de ciclista em assalto pelas redes sociais

"Fotos e vídeos de um homem morto em um assalto começaram a aparecer nos grupos que eu e minha família participamos"

Publicado em 15 de maio de 2019 às 17:58

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Ciclista morreu após reagir a assalto na Cinco Pontes. (Elis Carvalho)

Ainda incrédulo com a morte do irmão, o ciclista Carlos Renato Souza, assassinado em um assalto na noite desta terça-feira (14), em Vila Velha, e a forma banal como ele foi morto, o analista de sistemas de 41 anos, falou sobre a dor que a família está enfrentando e disse não acreditar que a vítima reagiu ao assalto.

Como recebeu a notícia da morte do seu irmão?

Infelizmente pelas redes sociais e grupos de mensagens. Fotos e vídeos de um homem morto em um assalto começaram a aparecer nos grupos que eu e minha família participamos. Como foi dando o horário dele chegar em casa e ele não apareceu, além do local ser o que o Carlos passava todos os dias, começamos a ficar nervosos. Depois, minha irmã foi até o DML e reconheceu o corpo. Foi um choque.

Ele fazia esse trajeto todos os dias?

Sim, há quase 10 anos. Conciliava o esporte que ele amava, o ciclismo, com a rotina do trabalho.

Acredita que ele reagiu?

Não, acho que foi morto na covardia mesmo. Meu irmão tinha família, filhos que amava. Tinhas planos, um futuro. Não arriscaria dessa forma.

Como está a família dele neste momento?

Arrasada, como todos nós. Meu sobrinhos, uma menina de 9 anos e um menino de 3, filhos do Carlos, ainda não entendem muito. Mas, a dor da esposa dele e todos nós está muito grande.

Emerson Moura Marinho, 20 anos, conhecido como "Cocão", foi preso ainda de madrugada, dentro do flagrante, enquanto o comparsa Daniel Braga da Cruz, de 19 anos, foi preso na manhã desta quarta-feira (15). (Divulgação/PC)

DISQUE-DENÚNCIA AJUDOU NA PRISÃO

O Disque-Denúncia ajudou a localizar os dois criminosos acusados de roubar e matar o ciclista e analista de sistemas Carlos Renato Souza, 45 anos, na noite de terça-feira, na Cinco Pontes, em Vitória. Emerson Moura Marinho, 20 anos, conhecido como Cocão, foi preso ainda de madrugada, em casa, no bairro São Torquato. Já o comparsa Daniel Braga da Cruz, 19, foi encontrado no final da manhã desta quarta-feira (15), em Vitória.

De acordo com o delegado Romualdo Gianordoli Neto, chefe do Departamento Especializado de Investigações Criminais (Deic), o trabalho para localizar os criminosos começou logo após o crime. “Nossa equipe esteve no local para identificar os autores e depois localizá-los para se favorecer do flagrante. Uma pessoa, através do Disque-Denúncia, nos informou onde estava o Emerson. Através dele, conseguimos a identificação do Daniel”.

Emerson estava com a namorada no momento da prisão, por volta das 2h30. Com ele foram encontrados o celular do analista de sistemas e a arma utilizada no crime, um revólver calibre 38, com duas munições picotadas, indicando que a arma havia sido utilizada há pouco tempo. O criminoso negou ter atirado em Carlos Renato e acusou Daniel de ter apertado o gatilho.

Segundo o bandido, Carlos Renato foi morto após reagir ao assalto. “O Emerson disse que a vítima segurou a arma e tentou tomá-la de Daniel. Em meio a essa luta corporal, o comparsa atirou no pescoço do Carlos Renato”, contou o chefe do Deic.

BICICLETA ENCONTRADA

Já no final da manhã de ontem por volta das 11 horas, policiais encontraram a bicicleta de Carlos Renato, ainda suja de sangue, na escadaria do Morro do Moscoso, em Vitória. A informação foi passada à impressa durante a coletiva sobre o caso. “Encontramos primeiro a bicicleta da vítima, que estava suja de sangue. Depois, após buscas na região, conseguimos encontrar do Daniel”, detalhou Romualdo.

Os criminosos foram autuados por latrocínio e encaminhados ao Centro de Triagem de Viana.

O CRIME

O trajeto do trabalho para casa, feito todos os dias pelo ciclista Carlos Renato, foi interrompido de forma trágica na tarde de terça-feira. Ele foi assassinado com um tiro no pescoço após ser rendido por dois assaltantes armados em cima da Cinco Pontes, na Ilha do Príncipe, em Vitória.

Após sair do trabalho, no Centro de Vitória, onde atuava como analista de sistemas, o ciclista seguiu em direção a Vila Velha, onde morava no bairro Vale Encantado.

Testemunhas relataram que, ao passar pela passarela, Carlos Renato foi abordado por Emerson e Daniel, que estavam em uma bicicleta. Eles anunciaram o assalto, apontado a arma para o ciclista e exigindo a bicicleta dele.

Carlos Renato Souza. (Reprodução | Facebook)

OUTROS ASSALTOS

A Polícia Civil confirmou que Emerson Moura Marinho, o Cocão, 20 anos, e Daniel Braga da Cruz, 19, presos por matarem o analista de sistemas Carlos Renato Souza, durante um assalto no final da tarde de terça-feira, quando a vítima seguia de bicicleta pela Cinco Ponte, em Vila Velha, estão envolvidos em outros assaltos na região.

Segundo o chefe do Departamento Especializado de Investigações Criminais (Deic), delegado Romualdo Gianordoli, ao ser preso na madrugada de ontem Emerson confessou o envolvimento na morte do ciclista e em outros assaltos ocorridos no local.

“Recebemos a informação de que os dois andavam praticando assaltos ali naquela região e confrontamos o Emerson em relação a isso. Ele disse que cometeu sim, outros roubos, mas negou que tivesse assaltado outra vítima antes do Carlos Renato”, explicou Gianordoli.

Emerson já tem passagem pela polícia quando adolescente, por receptação. A madrasta dele também já registrou um boletim de ocorrência contra o suspeito por agressão. Já Daniel, não tem passagem pela polícia.

De acordo com o secretário de Segurança Pública Roberto Sá, esta foi a segunda morte seguida de assalto neste ano. No mesmo período do ano passado, foram registrados sete caos de latrocínio.

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“Com a volta do programa Estado Presente, com foco na redução de crimes violentos e contra o patrimônio, já identificamos uma diminuição dos casos. A gente não comemora esta redução porque sempre estamos falando de vidas perdidas. Mas, quero enaltecer o trabalho da polícia ostensiva, que faz a prevenção e tenta fazer com que os crimes sejam evitados”, ressaltou.

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