Mesmo depois de morto, o comerciante chinês Weiming Li, assassinado durante assalto na Serra, continuou sendo vítima de criminosos: um hacker, associado a uma gerente de banco, tirou cerca de R$ 600 mil da conta bancária do estrangeiro. A polícia descobriu o esquema e ainda identificou outras duas pessoas, responsáveis pela lavagem do dinheiro.
Weiming Li foi morto durante um assalto em Parque Residencial Laranjeiras no dia 10 de julho deste ano. Os bandidos, que eram de uma quadrilha da Bahia especializada em sequestro-relâmpago, cercaram a vítima, que reagiu e acabou baleada. Cinco foram identificados, e três já estão atrás das grades.
Acontece que, 20 dias após o crime, a polícia percebeu movimentações bancárias na conta do comerciante. Inicialmente, eles pensaram que pudesse ser alguém envolvido no latrocínio, mas chegaram a um hacker de 28 anos, morador de Linhares, no Norte do Espírito Santo. Após morrer, segundo a polícia, o chinês foi vítima de um segundo grupo criminoso.
"Esse hacker tinha acesso a deep web e pesquisava certidões de óbitos de pessoas, com o Cadastro de Pessoa Física (CPF) e [o local] onde essa pessoa tinha conta bancária. Com isso ele se associou a uma gerente de um banco e conseguiram retirar da conta do chinês aproximadamente R$ 600 mil", explicou o delegado Gabriel Monteiro, chefe do Departamento Especializado de Investigações Criminais (Deic).
A gerente, de 39 anos — dos quais oito deles trabalhou no banco —, providenciou para o hacker um cartão bancário e instalou um aplicativo no celular dele. De acordo com as investigações, ele fazia transferências bancárias e chegou sacar parte do dinheiro.
As investigações ainda apontaram o envolvimento de dois comerciantes, ambos de 24 anos, que ficaram responsáveis por "lavar" o dinheiro. O hacker foi preso — a polícia não divulgou os nomes dos suspeitos.
Os três que ainda não foram presos já foram indiciados e vão responder por lavagem de dinheiro, associação criminosa e furto qualificado. A gerente, além desses crimes, vai responder por violação de sigilo funcional.
O comerciante chinês Weiming Li, morto durante um assalto em julho deste ano, na Serra, foi vítima de uma quadrilha da Bahia especializada em sequestro-relâmpago. O plano inicial dos bandidos, conforme as investigações, era colocar a vítima dentro do veículo e obrigá-la a fazer transferências via Pix. O inquérito do caso foi concluído: cinco envolvidos foram identificados — três foram presos e dois seguem foragidos.
A polícia começou a desenrolar o caso através do veículo usado pelos criminosos: no dia do crime, eles estavam em um Gol branco e estacionaram atrás do carro da vítima. Lá, eles esperaram por cerca de 20 minutos até que Weiming Li chegou. Os suspeitos abordaram o chinês, mas o comerciante reagiu e foi baleado. Na ocasião, os bandidos só levaram o celular dele.
As investigações apontaram que o carro tinha vindo da Bahia para o Espírito Santo e depois do crime havia voltado para Itabuna, município baiano. Foi aí que identificaram o primeiro suspeito, o motorista. Era Davi Santos Riba; ele foi preso no dia 16 de agosto e chegou a dizer que só tinha sido contratado por R$ 1.500 para uma "corrida" até o estado capixaba; mas a história não convenceu a polícia.
A partir dessa prisão, a polícia conseguiu informações sobre os outros envolvidos e chegou até mais três: Yonan Bonfim Santana, o Binho ou Bino, mentor intelectual do latrocínio, e dois irmãos gêmeos identificados como Carlos Jockta de Oliveira (suspeito de ser executor do crime) e Daniel Jockta de Oliveira (suspeito de ser executor e atirador).
No dia 28 de agosto, Carlos foi capturado em Feu Rosa, na Serra. Dos presos, ele foi o único que não confessou a participação.
O local onde Carlos foi detido é um ponto chave nessa história. Ele, o irmão Daniel e Bino moraram por um tempo em um sobrado em Feu Rosa. Foi lá que eles conheceram José Carlos de Santana Souza, o Zezinho. José trabalhava na pastelaria do primo de Weiming Li, e conhecia a rotina do comerciante, sabia que às vezes ele saía do estabelecimento com dinheiro. Foi ele, segundo a polícia, quem passou as informações privilegiadas pra a quadrilha baiana.
Agora, dois deles seguem foragidos: Daniel Jockta de Oliveira e Yonan Bonfim Santana, o Binho ou Bino. A polícia pede ajuda com informações através do Disque-Denúncia, pelo telefone 181.
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