A Polícia Civil do Espírito Santo concluiu e encaminhou à Justiça, no último dia 24, o inquérito policial que investigava o assassinato de Anna Geralda Boninsenha, de 84 anos, encontrada morta dentro de casa em Jardim Camburi, em Vitória, no dia 17 de agosto. O filho da idosa, Wagner Boninsenha, de 65 anos, confessou o crime e foi preso horas depois. A corporação indiciou Wagner pelo crime de feminicídio majorado pela vítima ter mais de 60 anos. Ainda segundo a corporação, o inquérito foi realizado por meio da Divisão Especializada de Homicídio e Proteção à Mulher (DHPM).
A conclusão de um inquérito significa que todas as investigações preliminares relacionadas a um caso criminal foram encerradas. Um inquérito é um procedimento investigativo conduzido pelas autoridades competentes, neste caso, a Polícia Civil. A conclusão de um inquérito não significa automaticamente que uma pessoa será acusada ou julgada. Depois da conclusão do inquérito, cabe ao Ministério Público do Espírito Santo decidir se denuncia o indiciado.
A idosa foi encontrada morta e com marcas de agressão no pescoço. Anna Geralda Boninsenha estava sozinha na residência quando uma cuidadora de idosos chegou e a encontrou caída no chão. Segundo o boletim de ocorrência da Polícia Militar, as marcas indicavam "possível estrangulamento". A Polícia Civil informou, na manhã do dia 17 de agosto, que prendeu o engenheiro agrônomo Wagner Boninsenha, de 65 anos, filho da vítima.
Ainda segundo a PM, uma filha da vítima esteve no local após a morte da mulher e informou que outro filho da idosa morava com a mãe na residência. Ele não estava na casa no momento em que a polícia chegou.
A filha relatou à polícia ter falado ao telefone com o irmão, o suspeito Wagner Boninsenha, de 65 anos. O engenheiro agrônomo teria dito que estava em um shopping na Serra e que "sabia o que aconteceu" com a idosa de 84 anos. A polícia, então, foi até o centro comercial onde ele estaria, mas não encontrou o homem.
Durante as buscas, os policiais fizeram contato por telefone com Wagner, que atendeu e foi questionado sobre o crime ocorrido no bairro Jardim Camburi. Neste momento, o suspeito confessou ter matado a mãe, mas afirmou que não queria ser preso. Ainda por telefone, ele disse aos policiais que iria dormir para, no dia seguinte, se matar. Wagner Boninsenha, de 65 anos, foi preso dentro do quarto da pousada.
Nesta quarta-feira (30), a Secretaria de Estado da Justiça (Sejus), responsável por monitorar o sistema prisional capixaba, informou que Wagner Boninsenha continua no Centro de Triagem de Viana.
Um dia após ser preso e confessar ter matado a mãe, Wagner passou por uma audiência de custódia. Esta fase do processo permite que a pessoa detida seja apresentada a um juiz. É o primeiro contato formal com um juiz e dá ao suspeito a oportunidade de dar detalhes sobre o crime e se defender.
Nesta audiência, o juiz determina se há motivo suficiente para manter a pessoa presa. Neste caso, a juíza Raquel de Almeida Valinho decidiu que Wagner deveria continuar preso. Na decisão, a magistrada considerou que o delito foi praticado "com extrema violência e sem remorso".
Durante a audiência, o Ministério Público manifestou-se pedindo a conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva em razão da gravidade da conduta do autuado. Ou seja, pediu que a prisão fosse mantida. A Defesa, por outro lado, requereu a liberdade provisória, destacando que o autuado não tem ficha criminal e possui residência fixa, além de quadro depressivo severo.
Após a conclusão do inquérito feito pela Polícia Civil, é o Ministério Público do Espírito Santo o órgão que deve receber o documento. O MP recebe o inquérito e pode apresentar uma denúncia contra Wagner.
Procurado pela reportagem de A Gazeta, o Ministério Público do Estado do Espírito Santo, por meio da 15ª Promotoria de Justiça Criminal de Vitória, informou que recebeu o Inquérito Policial na terça-feira (29) e está analisando as informações.
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