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Publicado em 13 de setembro de 2023 às 17:41
A Polícia Civil prendeu sete pessoas, sendo quatro proprietários de grandes e médias empresas de ferro-velho, no dia 5 de setembro. As prisões ocorreram durante a Operação Vastum, com objetivo de fiscalizar o comércio ilegal de material reciclado em toda a Grande Vitória, e foram divulgadas nesta quarta-feira (13). Os nomes dos presos não foram divulgados pela corporação.
Em Vila Velha, foram duas prisões em flagrante pelo crime de receptação e, em Guarapari, cinco. A ação conjunta contou com o apoio das Guardas Municipais, de peritos da Polícia Civil e de empresas de telefonia e energia elétrica do Espírito Santo.
Na ocasião, também foram apreendidos cerca de 670 quilos de fiação metálica, 120 quilos de peças metálicas, 87 metros de fios de telefonia encapados, entre outros.
Segundo a titular da Delegacia Especializada de Investigações Criminais (Deic) de Guarapari, delegada Rosane Cysneiros, as prisões foram uma resposta ao município.
“Havia um incômodo, principalmente em relação a furtos de fios de energia da cidade. Estávamos sendo demandados por comerciantes e população em geral e tornou-se uma demanda que precisava de respostas”, explicou a delegada.
Rosane Cysneiros
Delegada titular da Deic de GuarapariO titular do 6º Distrito Policial (Centro de Vila Velha), delegado Guilherme Eugênio Rodrigues, explicou que a polícia consegue identificar os produtos de cobre que foram furtados porque os cabos de telefonia, alvo dos criminosos, são submetidos a procedimentos de logística reversa. Ou seja, quando são retirados diretamente pelas empresas de telefonia, são descartados em um único local, que fica no Estado de São Paulo.
“Portanto, a localização de cobre de telefonia em qualquer ferro-velho do Espírito Santo por si só é prova da prática do crime de receptação. O que observamos é que essas empresas compram metais de origem lícita de grandes empresas. Nas notas fiscais expedidas nessas transações não há descrição precisa dos materiais que são comercializados, essas notas normalmente mencionam 5 mil quilos de cobre. Posteriormente, essas notas são usadas para legitimar posse de qualquer cobre”, afirmou o delegado Guilherme Eugênio.
Operação para fiscalizar comércio ilegal de material reciclado na Grande Vitória
Os quatro empresários presos já foram liberados pela Justiça, mediante pagamento de fiança. Dois deles pagaram R$ 75 mil cada, outro pagou R$ 40 mil. O quarto teve que desembolsar R$ 100 mil.
“Mais importante do que a fiança arbitrada pela Justiça, foi o condicionamento da liberação desses empresários, com a interdição da atividade econômica imposta a eles”, disse o titular do 6º DP.
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