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'Ela caía demais. Não sofria maus-tratos', diz padrasto preso

"Ela caía demais. Não sofria maus-tratos", diz padrasto preso

Nilson da Silva Santos, de 26 anos, negou as agressões contra Pyetra, de apenas 3 anos

Publicado em 2 de agosto de 2019 às 10:49

Nilson da Silva Santos, de 26 anos, negou que Pyetra sofresse maus-tratos Crédito: Reprodução/TV Gazeta

"Ela caía demais, era uma menina que caia demais. Tá todo mundo enganado porque não aconteceu nada disso". Essa foi a explicação do padrasto da menina Pyetra, de 3 anos, levada já morta pela mãe à UPA de Carapina, na Serra, para os hematomas encontrados no corpo da criança.

Na manhã desta sexta-feira (02), Nilson da Silva Santos, de 26 anos, falou à TV Gazeta o que aconteceu na noite de quarta para quinta, quando a menina faleceu. 

Ao entrar no Departamento Médico Legal (DML), onde foi encaminhado para o exame de corpo de delito, o padrasto afirmou que a menina costumava subir na mesa quando eles estavam dormindo. 

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Nilson reforçou que Pyetra não sofria maus-tratos. "Pode ter certeza disso. Essa menina era adorada por todo mundo", disse. 

Sobre o momento da morte, Nilson contou que eles brincavam com a menina. "Quando ela deitou, começou a sacudir". Em seguida, falou que a mãe seguiu para a UPA de carro e ele foi depois para o local de bicicleta.

"ERA MINHA FILHA, NÉ"

A mãe da criança, Alessandra Pinto dos Santos, de 20 anos, que também passou pelo exame de corpo de delito na manhã desta sexta-feira (02), antes de ser encaminhada ao Centro de Triagem de Viana, falou com a reportagem do Gazeta Online em poucos palavras.

"Estou muito mal, era minha filha, né", pontuou. Chorando, a mãe da menina relatou que não maltratou a filha. "Eu não machuquei ela. Eu não faria isso".

Questionada sobre a demora em levar a filha ao hospital, Alessandra disse, ainda, que levou a filha com vida. "Ela estava viva quando fui com ela ao médico".

Sobre afastar a filha a da avó e as marcas de mordidas e hematomas pelo corpo, Alessandra preferiu não se pronunciar.

Com informações Mayara Mello, da TV Gazeta e Esthefany Mesquita, do Gazeta Online

A PRISÃO

Pyetra dos Santos Reis chegou ao hospital já morta na madrugada desta quinta-feira (01). Ela apresentava lesões no corpo. Crédito: Aquivo Pessoal

A mãe e o padrasto da criança que foi levada morta para a UPA de Carapina, na Serra, na madrugada desta quinta-feira (1) foram autuados em flagrante por maus-tratos com resultado em morte. Alessandra Pinto dos Santo, de 20 anos, e Nilson da Silva Santos, de 26 anos, foram encaminhados para o Centro de Triagem de Viana (CTV) nesta noite.

De acordo com a Polícia Civil, o procedimento será encaminhado para a Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) para apurar os fatos. O corpo da criança foi encaminhado para o Departamento Médico Legal (DML) de Vitória para realização do exame cadavérico, que vai apontar a causa da morte.

O prazo para a conclusão do laudo cadavérico é de, no mínimo, 30 dias.

O CASO

Pyetra foi levada morta pela mãe para a UPA de Carapina, na Serra, na madrugada desta quinta-feira (1). De acordo com a polícia, a criança apresentava lesões graves e estava com o corpo rígido, o que demonstra que ela havia morrido já há algum tempo. A avó da menina soube da morte pelo sogro da filha, que informou que a menina tinha sido socorrida para o hospital após passar mal durante uma brincadeira.

"Ele disse que às 3 da manhã chamaram um carro para levar minha neta para o hospital porque ela estava machucada. Que eles estavam brincando de jogar ela pra cima, pro alto, e aí ela ficou tonta, passou mal. Depois eu fiquei sabendo que, quando o carro pegou minha neta para levar para o hospital, ela já estava morta", declarou.

A avó, porém, não acredita na versão contada pela filha e o genro. De acordo com ela, a menina estava roxa e apresentava marcas de mordidas, o que indicava que ela foi agredida.

A avó de Pietra, a empregada doméstica Carla Pinto, disse que já havia encontrado lesões no corpo da neta em maio deste ano Crédito: Isaac Ribeiro

"A minha filha mentiu. Disse que a menina passou mal e morreu 15 minutos antes de entrar no hospital, mas não foi isso que aconteceu. O corpo dela estava rígido", questionou.

AGRESSÕES 

A polícia informou que Pyetra apresentava sinais de maus-tratos. Foram encontradas lesões no pescoço, nas nádegas e queimaduras de cigarro no pé da menina. A avó de Pyetra acredita que as agressões aconteciam dentro de casa. Inconformada com a possibilidade de violência, ela relembrou que a filha, mãe da criança, já sofreu uma tentativa de abuso sexual quando criança, mas que ela interferiu e levou o caso à polícia. 

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Eu protegi ela na época que ela passou por violência. Eu não deixei isso acontecer com ela, porque ela deixou acontecer com a minha neta? Se ficar comprovado, de filha eu não vou chamá-la mais. Como mãe, eu dou a vida pelos meus filhos, mas ela deixou acontecer o pior

Carla Patrícia Pinto, avó da criança
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Com informações de Iara Diniz

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