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Clientes pagam consórcio, não recebem e levam prejuízo no ES

Clientes pagam consórcio, não recebem e levam prejuízo no ES

Moradores de Pinheiros pagaram por consórcios, mas não receberam os bens nem o dinheiro de volta. Em alguns casos, o prejuízo chega a R$ 20 mil

Publicado em 28 de outubro de 2021 às 12:18

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Clientes pagaram por consórcio e não receberam em Pinheiros
Clientes pagaram por consórcio e não receberam em Pinheiros. (Raphael Verly)

Moradores de Pinheiros, no Norte do Espírito Santo, pagaram por consórcios, mas não receberam os bens nem o dinheiro de volta. Em alguns casos, o prejuízo chega a R$ 20 mil. Os advogados do ex-dono da empresa informaram à reportagem da TV Gazeta Norte que já responderam a todos os processos em que o cliente foi citado. Segundo a Polícia Civil, o atual proprietário se encontra preso.

"A empresa anunciava no carro de som, tinha fogos, parecia uma festa. Todo mundo ficou encantado com isso e passou a fazer esse consórcio, tentar adquirir um sonho", contou à reportagem o vendedor Jean de Souza de Jesus. 

O taxista Ely de Oliveira é uma das vítimas e ficou com um prejuízo de mais de R$ 20 mil com dois consórcios de moto. A última parcela, no valor de R$ 261, 22, foi paga em junho de 2019, mas ele não recebeu o que esperava.

"Eu estava pagando esse consórcio, paguei o primeiro, venceu e ele pediu sete meses para entregar a moto. Estava pagando o outro, terminei de pagar e não recebi nada", disse o taxista. 

A funcionária pública Viviane Botelho de Assis fez um consórcio em 2018 e o plano era resgatar o dinheiro para fazer uma reforma em casa. No entanto, quando foi em busca do valor, o antigo dono da empresa de consórcios alegava não ter como fazer o pagamento. Segundo apuração da TV Gazeta Norte, eles chegaram a assinar um acordo que não deu resultado e fez a vítima perder quase R$ 9 mil. "Fiz um acordo registrado em cartório, mas também não recebi nada", explicou. 

Já o autônomo Alexandre Rodrigues Souto Salomão começou a pagar o consórcio em 2015 e também queria o dinheiro para investimento. Na hora de quitar, um outro empresário já havia assumido a empresa e também alegava não poder assumir a dívida. Alexandre entrou com uma ação judicial. 

"Quando eu procurei a loja para fazer o ressarcimento do bem e estar fazendo o pagamento das últimas prestações que faltavam, para resgatar a carta de crédito, o novo dono da loja disse que não tinha como entregar  o bem nem estar acertando o valor da carta de crédito. Foi então que eu entrei nas pequenas causas, no Norte do Estado", evidenciou. 

TROCA DE DONO NA EMPRESA

De acordo com o advogado Willian Sousa, que representa quatro clientes da empresa, as vítimas disseram que procuram o consórcio e foram informados que não havia fundo suficiente para pagar as cartas. "O que nós temos conhecimento é que, de fato, houve a troca de  razão social da empresa, do CNPJ, mas até a nova empresa aberta não durou muito tempo, encerrou as atividades", destacou.

A reportagem da TV Gazeta Norte buscou o primeiro dono da empresa, Mauro Júnior, e ele afirmou que não está na cidade, não se dispondo a gravar entrevista. Ele manteve o que foi dito pelos advogados, neste sentido, que não tem nenhuma relação com os contratos firmados pelas vítimas. 

Delegacia de Pinheiros, no Norte do Espírito Santo
Delegacia de Pinheiros, no Norte do Espírito Santo. (Divulgação/Polícia Civil)

O QUE DIZEM OS CITADOS

Os advogados do ex-dono da empresa de consórcio, Mauro Júnior, informaram à reportagem da TV Gazeta Norte que já existem processos judiciais de pessoas que se dizem lesadas e que o cliente respondeu a todos em que foi citado e já apresentou todos os termos de transferência da empresa para o atual dono Matheus Assis Xavier Meira Cardoso. Segundo a Polícia Civil, Matheus está preso no CDP de São Mateus desde setembro de 2020, por tráfico de drogas e porte ilegal de armas.

INVESTIGAÇÃO

Na delegacia de São Mateus, três boletins de ocorrência foram feitos. Por nota, a Polícia Civil orientou que as outras vítimas desse tipo de caso registrem a ocorrência podendo comparecer pessoalmente a uma delegacia ou realizar o registro por meio do site delegaciaonline.sesp.es.gov.br, para que a corporação tome ciência do caso e inicie as investigações.

"A PCES destaca que a população pode auxiliar na investigação por meio do telefone 181. O Disque-Denúncia é uma ferramenta segura, onde não é necessário se identificar para denunciar. Todas as informações recebidas são investigadas. As informações ao Disque-Denúncia ainda podem ser enviadas por meio do site, onde é possível anexar imagens e vídeos de ações criminosas", diz a nota. 

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