Moradores de Pinheiros, no Norte do Espírito Santo, pagaram por consórcios, mas não receberam os bens nem o dinheiro de volta. Em alguns casos, o prejuízo chega a R$ 20 mil. Os advogados do ex-dono da empresa informaram à reportagem da TV Gazeta Norte que já responderam a todos os processos em que o cliente foi citado. Segundo a Polícia Civil, o atual proprietário se encontra preso.
"A empresa anunciava no carro de som, tinha fogos, parecia uma festa. Todo mundo ficou encantado com isso e passou a fazer esse consórcio, tentar adquirir um sonho", contou à reportagem o vendedor Jean de Souza de Jesus.
O taxista Ely de Oliveira é uma das vítimas e ficou com um prejuízo de mais de R$ 20 mil com dois consórcios de moto. A última parcela, no valor de R$ 261, 22, foi paga em junho de 2019, mas ele não recebeu o que esperava.
"Eu estava pagando esse consórcio, paguei o primeiro, venceu e ele pediu sete meses para entregar a moto. Estava pagando o outro, terminei de pagar e não recebi nada", disse o taxista.
A funcionária pública Viviane Botelho de Assis fez um consórcio em 2018 e o plano era resgatar o dinheiro para fazer uma reforma em casa. No entanto, quando foi em busca do valor, o antigo dono da empresa de consórcios alegava não ter como fazer o pagamento. Segundo apuração da TV Gazeta Norte, eles chegaram a assinar um acordo que não deu resultado e fez a vítima perder quase R$ 9 mil. "Fiz um acordo registrado em cartório, mas também não recebi nada", explicou.
Já o autônomo Alexandre Rodrigues Souto Salomão começou a pagar o consórcio em 2015 e também queria o dinheiro para investimento. Na hora de quitar, um outro empresário já havia assumido a empresa e também alegava não poder assumir a dívida. Alexandre entrou com uma ação judicial.
"Quando eu procurei a loja para fazer o ressarcimento do bem e estar fazendo o pagamento das últimas prestações que faltavam, para resgatar a carta de crédito, o novo dono da loja disse que não tinha como entregar o bem nem estar acertando o valor da carta de crédito. Foi então que eu entrei nas pequenas causas, no Norte do Estado", evidenciou.
De acordo com o advogado Willian Sousa, que representa quatro clientes da empresa, as vítimas disseram que procuram o consórcio e foram informados que não havia fundo suficiente para pagar as cartas. "O que nós temos conhecimento é que, de fato, houve a troca de razão social da empresa, do CNPJ, mas até a nova empresa aberta não durou muito tempo, encerrou as atividades", destacou.
A reportagem da TV Gazeta Norte buscou o primeiro dono da empresa, Mauro Júnior, e ele afirmou que não está na cidade, não se dispondo a gravar entrevista. Ele manteve o que foi dito pelos advogados, neste sentido, que não tem nenhuma relação com os contratos firmados pelas vítimas.
Os advogados do ex-dono da empresa de consórcio, Mauro Júnior, informaram à reportagem da TV Gazeta Norte que já existem processos judiciais de pessoas que se dizem lesadas e que o cliente respondeu a todos em que foi citado e já apresentou todos os termos de transferência da empresa para o atual dono Matheus Assis Xavier Meira Cardoso. Segundo a Polícia Civil, Matheus está preso no CDP de São Mateus desde setembro de 2020, por tráfico de drogas e porte ilegal de armas.
Na delegacia de São Mateus, três boletins de ocorrência foram feitos. Por nota, a Polícia Civil orientou que as outras vítimas desse tipo de caso registrem a ocorrência podendo comparecer pessoalmente a uma delegacia ou realizar o registro por meio do site delegaciaonline.sesp.es.gov.br, para que a corporação tome ciência do caso e inicie as investigações.
"A PCES destaca que a população pode auxiliar na investigação por meio do telefone 181. O Disque-Denúncia é uma ferramenta segura, onde não é necessário se identificar para denunciar. Todas as informações recebidas são investigadas. As informações ao Disque-Denúncia ainda podem ser enviadas por meio do site, onde é possível anexar imagens e vídeos de ações criminosas", diz a nota.
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