O Sindicato dos Médicos do Espírito Santo (Simes) afirmou que vai processar o prefeito de São Mateus, Daniel Santana, por assédio moral, calúnia e difamação contra profissionais da área após uma confusão na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA), no bairro Carapina. O episódio aconteceu no final da tarde de domingo (8) e resultou no pedido de demissão de 10 médicos que atuam com contratos de Designação Temporária.
Na ocasião, Santana esteve na unidade de saúde e postou um vídeo nas redes sociais, onde afirma que uma médica deixou o plantão mais cedo e diz que vai exonerar o secretário municipal de Saúde após uma paciente reclamar de dores e falta de atendimento no local.
VEJA VÍDEO
De acordo com o Simes, o prefeito denegriu a imagem de profissionais com falsas afirmações de que os médicos teriam abandonado o trabalho no último domingo por volta das 18h30. O sindicato afirma que havia dois médicos na UPA, que estavam no período de troca de plantão, que acaba às 19 horas.
O resultado da ação desastrosa e criminosa do prefeito foi o pedido de demissão em massa, nesta quarta-feira (12), de 10 médicos que se sentiram completamente desrespeitados e desvalorizados por quem deveria se portar como um verdadeiro gestor público. A profissional citada no vídeo havia se voluntariado para o plantão de domingo, atendendo quase 100 pacientes em 12 horas, enquanto o preconizado pelo Conselho Federal de Medicina é o de 40 atendimentos. Os médicos assinaram uma nota de repúdio em relação à atitude do prefeito, destaca a nota.
O sindicato ainda explica que a médica citada no vídeo deixou o plantão às 17h50, mas em acordo com a direção da unidade de saúde, pois ela precisava se dirigir para realizar outros atendimentos em uma cidade próxima. Além disso, a profissional entregou o plantão para dois médicos (um pediatra e um clínico geral) antes de ir embora e a UPA estava vazia no momento da gravação, com apenas uma paciente, segundo a associação.
O Simes ressalta que a população de São Mateus não está desassistida, uma vez que o Hospital Estadual Roberto Silvares continua normalmente com seus atendimentos. Da mesma forma, a Unidade de Pronto-Atendimento de São Mateus não paralisou suas atividades. Duas enfermeiras fizeram o acolhimento, encaminhando os pacientes para o Roberto Silvares, finaliza a nota do Sindicato dos Médicos.
OUTRO LADO
Procurado nesta manhã, o secretário municipal de Saúde, Eduardo Ribeiro Moraes, disse que não chegou a ser exonerado pelo prefeito, mas pediu, nesta quarta-feira (12), para sair do cargo devido à repercussão do caso.
A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da Prefeitura de São Mateus, mas não recebeu uma resposta até o fechamento desta reportagem.
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