Publicado em 3 de setembro de 2019 às 22:30
Fotos e vídeos feitos no Hospital Infantil de Vitória nesta terça-feira (3), por pessoas que passaram pelo local, mostram a precariedade da estrutura da unidade. Fios expostos, parede descascando e torneira vazando foram alguns dos flagrantes. O imóvel também não tem alvará dos bombeiros.>
Segundo o Conselho Regional de Medicina (CRM-ES), a estrutura oferece riscos e é uma bomba relógio. O governo do estado, responsável pela manutenção do hospital, diz que já está adotando medidas emergenciais.>
A diretora de comunicação do Sindicato dos Servidores da Saúde do Espírito Santo (Sindsaúde-ES), Cynara Azevedo, disse que ouve diariamente relatos de profissionais que têm medo de trabalhar no Hospital Infantil e que a fiação fica perto da central de gás.>
"A gente escuta eles falarem muito de panes elétricas, falta de energia, disjuntores que fazem faíscas, setores com fios expostos, com gambiarras elétricas", disse.>
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A dona de casa Bruna Amorim levou o filho Pedro, de quatro meses, para uma consulta no hospital nesta terça. Ela disse que sentiu cheiro de fumaça dentro da sala onde estava.>
"Eu estava na sala principal da pediatria e estava um cheiro muito forte de queimado. Tinha até um rapaz olhando o ar-condicionado de lá", contou.>
A também dona de casa Neuzimar Paulino levou a filha cadeirante na unidade e também achou a situação preocupante. "Dizem que está muito perigoso alguma coisa explodir lá dentro", relatou.>
Como o imóvel ainda está sem alvará, os bombeiros continuam no local para evitar possíveis situações de risco. A viatura da corporação fica dentro do pátio, enquanto os homens rodam o hospital.>
BOMBA RELÓGIO>
O Conselho Regional de Medicina (CRM-ES) alerta para o perigo que pacientes e funcionários correm diariamente no Hospital Infantil. O presidente do CRM, Celso Murad, foi diretor da instituição na década de 1980 e disse que o local é uma bomba relógio.>
O subsecretário Estadual de Saúde, Fabiano Ribeiro, afirma que não tem como tirar os pacientes do hospital, mas garante que tem adotado medidas de emergência.>
"Todas as nossas medidas são feitas com muita cautela. Eu não posso afirmar que a unidade é uma bomba relógio, mas tem sim os seus riscos pelo sucateamento que sofreu. As medidas todas estão sendo tomadas para manter a integridade dos trabalhadores e dos usuários que ali são atendidos", garantiu.>
O subsecretário também disse que setor de oncologia será transferido para um espaço dentro do Hospital da Polícia Militar (HPM), como aconteceu com o pronto-socorro. A medida deve ser tomada em até 60 dias.>
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