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Quer um spoiler? Professores fazem apostas para a redação do Enem

Quer um spoiler? Professores fazem apostas para a redação do Enem

Fake news, exploração sexual infantil e alimentação saudável são alguns dos temas cotados para a prova

Publicado em 31 de outubro de 2018 às 22:43

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Andréia Valentim Schmidt é professora de redação e orienta os alunos Cora Frechiani, Camila Rabach, Michel Frigim e Julia Sant'ana . (Marcelo Prest)

Ao contrário do que acontece nas séries e filmes, os alunos que farão o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) adorariam receber um “spoiler” sobre o tema da redação. Ou seja, uma revelação do assunto que será abordado. No entanto, como não dá para saber o que a prova de domingo trará, A GAZETA ouviu professores de cursinhos para falar sobre as principais apostas deste ano.

O professor de redação do UP, Murilo Goes, chama atenção para o fato do Enem associar a palavra tecnologia no título das provas, como o caderno “Ciências da Natureza e suas Tecnologias”, por exemplo. Com base nisso, ele acredita que pode cair algo relacionado a tecnologia e internet. “O que mais se debate no momento é o impacto social da divulgação de notícias falsas através das redes sociais” explica, em menção às fake news.

O fenômeno foi muito comentado durante a eleição para presidente no país, mas não é de agora. Outra aposta de Murilo é a alimentação e suas consequências, como é o caso dos distúrbios alimentares e da obesidade.

Esse último já estava entre os temas cotados no ano passado, e se mantém este ano. “É um panorama da sociedade brasileira, pois existe um aumento considerável de pessoas com obesidade, sobretudo crianças”, disse. Vale lembrar que nos últimos anos, o governo tem feito acordos para reduzir o teor de sal e açúcar dos alimentos, por exemplo.

Ainda sobre a infância, o professor conta que essa temática já foi aplicada três vezes na história da prova, sendo a mais recente em 2014: “Publicidade Infantil em questão no Brasil”. Ele supõe que, agora, a abordagem pode aparecer voltada para a violência, como “exploração ou abuso sexual infantil”, cita.

MEIO AMBIENTE

Assim como ele, a professora de redação do Salesiano, Andreia Valentim, especula que temas relacionados ao meio ambiente e sustentabilidade também apareçam, como a produção e o descarte de lixo, o agronegócio e o consumismo. “Já faz muito tempo que esses temas não são cobrados, e seriam muito bem-vindos” pontua.

A professora lembra que, em 2009, a prova foi fraudada, o que forçou a mudança do tema. Inicialmente, o assunto era a “Valorização do Idoso”. Segundo ela, a terceira idade pode voltar nesta edição, com o viés de abandono de idosos e envelhecimento da população.

“Isso nunca foi cobrado e nós estamos vivendo um processo de envelhecimento da população, permitindo uma boa participação (com argumentos) dos alunos”, afirma.

A invisibilidade social, como pessoas em situação de rua e dependentes químicos também foi cotada por Andreia. “É um grupo que a gente poderia chamar de minoria, invisível por todos os aspectos”, diz. Nesse sentido, ela alerta ainda para temas ligados a saúde mental e emocional, como depressão e suicídio. “Eu tenho alunos muito novos que já precisam fazer uso de medicação e acompanhamento psicológico”, exemplifica.

Por último, a professora ressalta a importância dos textos de apoio, que trazem o recorte temático aguardado. “Antes de começar a escrever, é imprescindível ler os textos, porque ali está explicado o viés que se espera. Não determina o ponto de vista do aluno, mas limita a abordagem”, conclui.

A estudante Júlia Sant’Ana disse que se sente mais tranquila com o acréscimo de 30 minutos na duração da prova, pela primeira vez este ano. “Eu espero uma prova tranquila e esse tempo extra vai ajudar bastante. Não aposto em um tema específico, nos preparamos bem para escrever sobre o que vier”, afirma

AS APOSTAS

Fake news

Depressão e suicídio na juventude 

Produção e descarte de lixo

Agronegócio

Consumismo

Abandono de idosos

Envelhecimento da população

Pessoas em situação de rua

Dependência química

Aculturação indígena

Alimentação e distúrbios alimentares

Padrões estéticos

Obesidade

Violência contra criança e adolescente

Exploração e abuso infantil

Esporte como ferramenta de inclusão social

Violência no futebol

Mobilidade Urbana

Transporte Público

Ensino a distância

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