Ao contrário do que acontece nas séries e filmes, os alunos que farão o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) adorariam receber um spoiler sobre o tema da redação. Ou seja, uma revelação do assunto que será abordado. No entanto, como não dá para saber o que a prova de domingo trará, A GAZETA ouviu professores de cursinhos para falar sobre as principais apostas deste ano.
O professor de redação do UP, Murilo Goes, chama atenção para o fato do Enem associar a palavra tecnologia no título das provas, como o caderno Ciências da Natureza e suas Tecnologias, por exemplo. Com base nisso, ele acredita que pode cair algo relacionado a tecnologia e internet. O que mais se debate no momento é o impacto social da divulgação de notícias falsas através das redes sociais explica, em menção às fake news.
O fenômeno foi muito comentado durante a eleição para presidente no país, mas não é de agora. Outra aposta de Murilo é a alimentação e suas consequências, como é o caso dos distúrbios alimentares e da obesidade.
Esse último já estava entre os temas cotados no ano passado, e se mantém este ano. É um panorama da sociedade brasileira, pois existe um aumento considerável de pessoas com obesidade, sobretudo crianças, disse. Vale lembrar que nos últimos anos, o governo tem feito acordos para reduzir o teor de sal e açúcar dos alimentos, por exemplo.
Ainda sobre a infância, o professor conta que essa temática já foi aplicada três vezes na história da prova, sendo a mais recente em 2014: Publicidade Infantil em questão no Brasil. Ele supõe que, agora, a abordagem pode aparecer voltada para a violência, como exploração ou abuso sexual infantil, cita.
MEIO AMBIENTE
Assim como ele, a professora de redação do Salesiano, Andreia Valentim, especula que temas relacionados ao meio ambiente e sustentabilidade também apareçam, como a produção e o descarte de lixo, o agronegócio e o consumismo. Já faz muito tempo que esses temas não são cobrados, e seriam muito bem-vindos pontua.
A professora lembra que, em 2009, a prova foi fraudada, o que forçou a mudança do tema. Inicialmente, o assunto era a Valorização do Idoso. Segundo ela, a terceira idade pode voltar nesta edição, com o viés de abandono de idosos e envelhecimento da população.
Isso nunca foi cobrado e nós estamos vivendo um processo de envelhecimento da população, permitindo uma boa participação (com argumentos) dos alunos, afirma.
A invisibilidade social, como pessoas em situação de rua e dependentes químicos também foi cotada por Andreia. É um grupo que a gente poderia chamar de minoria, invisível por todos os aspectos, diz. Nesse sentido, ela alerta ainda para temas ligados a saúde mental e emocional, como depressão e suicídio. Eu tenho alunos muito novos que já precisam fazer uso de medicação e acompanhamento psicológico, exemplifica.
Por último, a professora ressalta a importância dos textos de apoio, que trazem o recorte temático aguardado. Antes de começar a escrever, é imprescindível ler os textos, porque ali está explicado o viés que se espera. Não determina o ponto de vista do aluno, mas limita a abordagem, conclui.
A estudante Júlia SantAna disse que se sente mais tranquila com o acréscimo de 30 minutos na duração da prova, pela primeira vez este ano. Eu espero uma prova tranquila e esse tempo extra vai ajudar bastante. Não aposto em um tema específico, nos preparamos bem para escrever sobre o que vier, afirma
AS APOSTAS
Fake news
Depressão e suicídio na juventude
Produção e descarte de lixo
Agronegócio
Consumismo
Abandono de idosos
Envelhecimento da população
Pessoas em situação de rua
Dependência química
Aculturação indígena
Alimentação e distúrbios alimentares
Padrões estéticos
Obesidade
Violência contra criança e adolescente
Exploração e abuso infantil
Esporte como ferramenta de inclusão social
Violência no futebol
Mobilidade Urbana
Transporte Público
Ensino a distância
Preconceito linguístico
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