Publicado em 11 de julho de 2019 às 23:12
Foi votado na última quarta-feira (10) na Câmara de Vitória um projeto que pretende regulamentar junto à Prefeitura de Vitória o evento "Na Lama", realizado na Rua da Lama, em Jardim da Penha. O texto, aprovado por dez votos a dois, inclui três eventos semanais no local - às terças, quintas e sábados - no calendário oficial da prefeitura. A proposta foi recebida com entusiasmo por comerciantes e organizadores de eventos culturais, mas a associação de moradores do bairro afirma que não houve diálogo e que as famílias deveriam ter sido consultadas na construção da proposta.>
O coordenador geral da Associação de Moradores de Jardim da Penha (AMJAP), Peterson Pimentel, disse que até a manhã desta quinta-feira (11), a associação sequer tinha conhecimento da existência do texto do vereador Vinícius Simões. Fomos surpreendidos com a notícia pela imprensa. Mandei a informação para vários grupos de moradores que gerencio para ouvir as opiniões, disse.>
Segundo ele, não foi feita nenhuma discussão com a comunidade. Era importante que houvesse um debate aberto. Tudo que traz entretenimento para o bairro é positivo, as famílias querem isso. Mas é importante que possamos garantir a qualidade de vida das pessoas, afirmou.>
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As principais reclamações dos moradores de Jardim da Penha quando há esses eventos na Rua da Lama é com o uso de drogas, a sujeira deixada no local e com o som alto, que segue até de madrugada. Eles também afirmam que, por conta da aglomeração de pessoas, muitos moradores ficam impedidos de chegar ou sair de suas casas.>
Diogo Cypriano, que organiza o evento Som de Fogueira, na Rua da Lama, às terças-feiras, afirma que o projeto vai ajudar a sanar ou minimizar esses problemas. A prefeitura sendo protagonista desses eventos - e não mais os comerciantes ou estudantes - ela terá como obrigação colocar lixeiras, banheiros químicos e policiamento, por exemplo, disse.>
Para Diogo, as dificuldades enfrentadas pelos moradores decorrem justamente da ausência do poder público no local. Essas festas já existem e a prefeitura ignora. A Rua da Lama tem uma vocação cultural, é um ponto turístico, não apenas local de bagunça, afirma.>
Ele lembra que, nos quatro anos do projeto Som de Fogueira, nunca foram registradas ocorrências. Diogo afirma ainda que 420 artistas já passaram pelo palco, de diversos estilos. "É o evento mais eficiente que a Capital tem. E é democrático. A rua tem essa vocação, se der democrática", avalia. >
O vereador Vinícius Simões esclarece que o projeto tramita desde agosto de 2018 e que vem para regulamentar as festas. O objetivo é criar regras: horário de início e de fim, extinção dos carros de som, fiscalização de ambulantes, presença de segurança. Tudo isso mantendo o protagonismo cultural e desenvolvendo o turismo e a gastronomia.>
O projeto, agora, segue para sanção do prefeito Luciano Rezende. >
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