Uma idosa de 91 anos morreu em decorrência do vírus influenza H3N2 no mês de março, em Vila Velha. As informações foram confirmadas pela Secretaria de Saúde do município. Este é o primeiro caso de morte por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), conhecida popularmente como supergripe, no Estado, em 2019. O nome da idosa e o bairro onde ela morava não foram divulgados.
"Foi o primeiro óbito registrado de 2019 em Vila Velha. É uma paciente idosa, de 91 anos, que evoluiu a óbito em março e, na semana passada, chegou o resultado laboratorial confirmando a causa", diz a médica infectologista Mylene Murad, que é a referência técnica da Vigilância Epidemiológica de Vila Velha.
Sobre a Prefeitura realizar alguma ação específica no local onde a idosa residia, a médica afirma que não é necessário, porque a influenza é um vírus que circula em todo o Estado. "Para a influenza, o bairro não tem relevância, diferentemente de dengue que tem mosquito naquela região. A influenza é um vírus de ampla circulação. Não significa que ela adquiriu a doença no bairro dela".
VACINAÇÃO
A médica reforça a importância da vacinação. "Tem que lembrar que o vírus está circulando, a ação preventiva que está sendo feita é a vacinação, que já foi iniciada".
De acordo com a infectologista, a idosa não chegou a tomar a vacina da gripe, pois ela faleceu em março e a campanha teve início em abril. Perguntada se a idosa tomou a vacina contra gripe no ano passado, a médica afirmou que não tinha essa informação, mas que a média de duração de proteção é em torno de 10 meses.
"E os subtipos de vírus diferenciam de um ano para o outro. A composição da vacina do ano passado é diferente da composição deste ano, porque os vírus que circulavam no ano passado são diferentes dos que estão circulando agora. O nome é o mesmo, mas eles têm pequenas diferenças, cepas diferentes".
IDADE
Sobre a paciente, a idade foi um fator complicante. "Essa paciente era de grupo de risco, idosa, tem o maior risco de adoecimento, complicação e óbito pelo vírus de influenza. A idade foi o fator mais complicante nesse caso, 91 anos é um paciente muito idoso e que já tem outras comorbidades (doenças) associadas", explica a infectologista.
A referência técnica contou que, por enquanto, não há outros casos de óbitos sendo investigados por influenza. "Por enquanto não, mas vou atualizar os dados até o final da semana. Mas esses dados são mutáveis. Temos que lembrar que estamos em plena sazonalidade da influenza, no período de outono/inverno, quando o vírus circula mais. É esperado ter aumento no número de internações por influenza e é possível ter outro óbito por conta de comorbidades relacionadas".
Mas a médica deixa claro que o vírus influenza nem sempre traz complicações graves, depende de cada pessoa. Um sinal de alerta é ter febre persistente, por mais de quatro dias, e falta de ar.
NÚMERO DE CASOS
Em Vila Velha, são seis de influenza A (H3N2), um de influenza B e um de influenza A, não subtipado, porque foi feito em laboratório privado. O caso da idosa que morreu está incluso nesses números.
ESPÍRITO SANTO
De acordo com informações da Secretaria de Estado da Saúde, até o momento, em 2019, foram 16 casos confirmados no Espírito Santo de Síndrome Respiratória Aguda Grave, sendo 12 por influenza A (H3N2), quatro por influenza B, resultando em um óbito. A Sesa não especificou se esse óbito é o registrado em Vila Velha.
2018
Já no ano passado, foram 160 casos confirmados de Síndrome Respiratória Aguda Grave, sendo 106 por influenza A (H1N1), 46 por influenza A (H3N2), oito por influenza B. O número de óbitos em 2018 foi de 22.
2017
No ano anterior, em 2017, foram registrados no Estado 66 casos de SRAG, mas nenhum caso por influenza A (H1N1), sendo 54 casos por influenza A (H3N2), um caso por influenza A (não subtipado) e 11 casos por influenza B. Destes casos, oito evoluíram para óbito.
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